Tecnologia
09/09/2015 11:29 - Máquinas automáticas têm alta com o conceito de store in store
São Paulo - O segmento de venda automática (vending machine), com equipamentos que costumam ser instalados em locais de grande circulação, como metrôs e universidades, entra em novo patamar. Ele começa a ser utilizado nos pontos de venda para fisgar o cliente e ampliar o conceito omnichannel, que visa utilizar vários canais simultaneamente.
O seu potencial é tamanho que enquanto falamos de um não crescimento do Produto Interno Bruto, a Associação Brasileira de Vendas Automáticas (Abva) projeta alta de 20%. "Ainda existem entraves, masaos poucos os grandes magazines começam a inserir a máquina como uma forma a mais de vender produtos em lojas, o já conhecido store in store", explicou o CEO da EPS Eventos, Carlos Militelli. A empresa é responsável pela XIII Expovending & OCS, evento que começa hoje e vai até amanhã no Anhembi Parque,
em São Paulo.
Segundo o especialista, no varejo há cerca de quatro empresas que iniciaram projetos-pilotos com as vending machines. "Não posso mencionar quais são esses players. O que posso dizer é que já temos máquinas operando em magazines. Elas trazem praticidade, já que são fáceis de interligar a venda com a baixa no estoque", explicou.
Militelli, quando questionado sobre quais segmentos suportariam uma máquina automática, ressaltou o supermercadista. "Dentro de um supermercado, as máquinas podem ser usadas para a venda de produtos como lâminas de barbear e demais itens que ficam trancados por chaves, por exemplo".
Ação promocional
Mesmo com toda a movimentação para aproveitar melhor a eficiência de uma vending machine, esse equipamento ainda é visto pelos empresários como uma importante ferramenta de marketing no varejo. "Já tivemos grandes nomes como Havaianas vendendo chinelos nas máquinas. Outro caso emblemático foi a Gomes da Costa, vendendo atum enlatado no supermercado por meio de uma vending", enfatizou o CEO da EPS Eventos.
Tais iniciativas mostram que as máquinas automáticas podem vender mais do que café e chá. "Temos visto uma movimentação interessante de máquinas que vendem itens de bazar como linha e agulha e até meia-calça", disse Militelli. O exemplo mencionado pelo especialista não é o único. As estações do metrô de São Paulo, além de máquinas que vendem livros ou refrigerantes e snacks, já locou espaço para uma máquina que vendia produtos de beleza. No exterior, a rede de cosméticos Benefit faz sucesso com sua máquina customizada de carro e a Sephora tem ações similares. "Hoje há mais espaço para a venda de produtos de maior valor agregado", enfatizou ele.
Quem está inovando nesse segmento é a marca Paleteca. Ela é a primeira empresa de paleterias (sorvetes) a investir em autosserviço por meio de vending machine. A operação estará a partir deste mês no Norte Shopping, no Rio de Janeiro e deve se espalhar pala cidade até o começo do verão, informou a empresa. A expectativa da Paleteca é a de aumentar as vendas em 25% com a novidade. Além de shoppings, as vending machines estarão presentes também em faculdades e em terminais de transporte público.
Tecnologia
Foi justamente para impulsionar a venda de produtos de maior valor agregado que a NTK se uniu a Verti
para criar a VMpay, empresa especializada em tecnologias para o setor de vending machine, em especial
soluções de pagamento móvel. "O cartão de crédito veio para ficar e ao inserir a tecnologia em uma vending machine faz o setor começar a se profissionalizar", explicou o diretor de negócios da NTK, Julio Gonzalez.
Segundo o executivo, o sistema da VMpay já tem projeto-piloto prestes a começar. "A partir do dia 11 deste mês teremos uma máquina instalada em uma das unidades da academia Bodytech. Lá serão vendidas toalhas, suplementos para atletas e demais itens específicos para quem vai à academia". Para o executivo, o fortalecimento dos sistemas de pagamento mobile fará com que o consumo chegue a outro patamar. "Veja o caso do Uber. Você não precisa pagar em dinheiro, basta passar os dados do seu cartão. Com as vending machines será a mesma coisa e isso fará com que esse equipamento entra na rota de consumo do brasileiro", enfatizou.
Outro ponto ressaltado pelo diretor de negócios da Gonzalez foi a possibilidade de o consumo nessas máquinas automáticas estar atrelado aos programas de fidelidade. "É possível vender nessas máquinas por meio de programas de resgate de pontos. São pequenas ações que vão ajudar o setor a se desenvolver mais rápido no Brasil", disse Gonzalez.
Tradicional
As convencionais vending machines de doces que tradicionalmente estavam em shoppings e supermercados
agora passam a estar presentes nos aeroportos. "Entramos em contato com a Infraero e como eles têm procurado aumentar a comercialização dos espaços nos aeroportos, foi fácil o contato", afirmou o fundador da rede Mr. Kids, Antônio Chiarizzi.
Hoje a Mr. Kids está em aeroportos em quatro regiões: São Paulo, Salvador, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. "Vamos começar a operar em Goiânia", disse o empresário. Segundo ele, o pouco espaço que uma vending ocupa facilita a expansão. "Precisamos apenas de uma parede, em um local de grande circulação." A expectativa é ampliar essas operações. "Estamos estudando se é viável. O que posso dizer é que a máquina do aeroporto de Salvador está surpreendendo em vendas."
Veículo: Jornal DCI
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