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20/05/2015 15:45 - Quer comprar? Manda um WhatsApp!

Lojas batem papo com cliente e alavancam o faturamento em plena crise. Em BH, até shopping popular entrou na onda e contratou equipe para atender virtualmente

 



Era para ser só um aplicativo de bate-bapo, mas o WhatsApp se tornou um forte aliado do varejo e uma ferramenta para faturar mais. O aplicativo, que tem mais de 47 milhões de usuários no Brasil, virou febre e vai se consolidando em diferentes segmentos como canal de vendas. Com alguns cliques é possível comprar roupas, acessórios, eletrônicos, celulares e outros produtos. Em Belo Horizonte, os comerciantes que apostam no aplicativo comemoram o resultado das vendas pelo celular, que, em alguns casos, chegou a dobrar o faturamento das lojas. Entre os que apostaram na tendência está até o shopping popular Oiapoque, que seguiu os passos da marca TQ Acessórios e das lojas de roupas e acessórios Jay Jay Store e Stravaganza, velhas amigas do aplicativo.

No shopping, em apenas três meses de operação, as vendas pelo WhatsApp já cresceram cerca de 80%, de acordo com a gerente de marketing do empreendimento, Daiene Lopes. A demanda dos clientes pelo novo canal de vendas surpreendeu a administração do shopping, que é responsável por operar o sistema. “Não sabíamos que íamos conseguir alcançar tantos clientes com um simples aplicativo. Desde que começamos, conseguimos atingir cerca de 80% de crescimento nas vendas concretizadas pelo WhatsApp. Atualmente, temos duas pessoas responsáveis por atender os clientes, mas já estamos pensando em aumentar a equipe”, afirma Daiene. Por dia, são mais de 50 contatos feitos por meio do aplicativo e cerca de 10% deles têm a venda concretizada.

“Só não vendemos mais porque não damos conta de atender a demanda. Respondemos todos os contatos, mas, às vezes, demoramos para dar esse retorno e o cliente pode acabar desistindo. Sabemos que temos que ser mais rápidos”, alertou. Para melhorar o atendimento, até o final desta semana o shopping pretende passar a operar o WhatsApp pelo computador. Hoje, a operação é feita por meio de um tablet. Segundo Daiene, a ideia é que as vendas pelo WhatsApp possam atender a um novo tipo de público, que não tem o hábito de ir ao shopping por uma série de razões.

DINÂMICA
A venda pelo aplicativo no shopping acontece da seguinte forma: o cliente entra em contato com o vendedor pelo aplicativo e solicita as informações sobre o produto. O atendente informa os modelos disponíveis, preços e envia fotos dos produtos e nome das lojas onde eles estão disponíveis. Assim que o cliente escolhe, eles solicitam dados como nome completo e endereço para entrega, que pode ser feita pelo motoboy ou via Correios, no caso de cidades mais distantes. “Quando a entrega é feita em Belo Horizonte ou na Região Metropolitana, o motoboy faz esse serviço e leva a máquina do cartão de crédito para que o consumidor efetue o pagamento onde estiver. Para as cidades mais distantes, temos o serviço de Sedex a cobrar, em que o consumidor paga pelo produto e pelo frete na hora de retirar a mercadoria, na agência dos Correios.

O valor da taxa de entrega varia entre R$ 10 e R$ 35, dependendo da região. Entre os produtos mais procurados no WhatsApp do Oiapoque estão os eletrônicos e celulares, segundo uma das operadoras do sistema, Sheila Macêdo. “Os clientes procuram de tudo e falam que preferem pagar a taxa de entrega pela comodidade. Celular, video-game, antenas e até artigos mais pessoais, como óculos e roupas, são procurados. Na semana passada, vendi um Play Station 4, de R$ 1,4 mil, pelo aplicativo”, conta. Segundo ela, se o cliente já tiver todas as informações do produto que procura, a negociação costuma demorar cerca de 10 minutos.

Poder de fogo dobrado


A dobradinha Instagram e WhatsApp também é receita para sucesso nas vendas do varejo. Com mais de 17 mil seguidores no Instagram, a marca TQ Acessórios também comemora o sucesso de vendas pelo WhatsApp, que hoje é o único canal de negócios da empresa. A proprietária da marca, Thaís Quintão, conta que, em um ano, sua demanda aumentou mais de 100% e, hoje, faz cerca de 300 vendas por mês pelo aplicativo, enviando produtos para todo o Brasil. Ela começou montando as peças num quartinho da casa dos pais e trabalhava sozinha na confecção das bijuterias, produção das fotos que são publicadas no perfil e no gerenciamento do canal de vendas pelo aplicativo. Os pagamentos geralmente são feitos pelo aplicativo Pag Seguro ou por depósito bancário.

Com o aquecimento da demanda, ela precisou alugar uma sala e contratar. Hoje, tem três funcionárias, sendo que duas ficam por conta das vendas e a outra ajuda na produção das peças. “Eu não imaginava chegar tão longe em tão pouco tempo. Atendo a mais de 40 clientes por dia e, mesmo aumentando a equipe, não estou dando conta da demanda. São mais de 300 vendas por mês e a maioria inclui mais de um produto”, afirma Thaís. Segundo ela, o valor médio das vendas fechadas pelo WhatsApp gira entre R$ 200 a R$ 300. O próximo passo, segundo ela, é lançar o site da marca, com uma loja on-line para dividir a demanda e aliviar o atendimento. “Mas vamos continuar com o WhatsApp, porque acho importante esse contato com o cliente. Enviando fotos, tirando as dúvidas sobre os produtos. A loja on-line é uma forma de ampliar os negócios”, revelou.

A empresária Olívia Reis conta que investiu cerca de R$ 20 mil em produtos e criou o perfil no Instagram para divulgar a loja, que começou a operar em fevereiro deste ano. Com quase 2 mil seguidores na rede social, ela utiliza o WhatsApp para divulgar promoções e fechar as vendas. “O WhatsApp é o nosso melhor canal. Se o mercado está parado, enviamos uma mensagem para clientes com códigos de promoções e conseguimos realizar mais de 15 vendas na semana”, afirma.

ADAPTAÇÃO Algumas lojas físicas também estão apostando na inserção de suas marcas nas redes sociais para aumentar o lucro e o número de clientes. É o caso da Stravaganza, na Savassi, que vende roupas e acessórios e já tem mais de 8 mil seguidores no Instagram. A loja faz mais de 15 vendas pelo WhatsApp por semana, a maioria delas para Belo Horizonte – quando o motoboy entrega o produto na casa da cliente – e outras para várias partes do Brasil, como Acre, Rio de Janeiro, São Paulo e Bahia. “Não temos uma equipe especializada em vendas pelo WhatsApp e, na maioria das vezes, deixamos a desejar junto ao cliente que chega por meio desse canal. Se tivéssemos uma equipe só para isso, com certeza esse número seria ainda maior”, diz a proprietária da loja, Priscila Safar. (FM)
 


Veículo: Estado de Minas

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