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25/02/2009 09:35 - Pequena empresa é o novo nicho da Internet

Apesar do movimentado e incerto cenário de crise econômica que ameaça o setor de tecnologia no País, empresas especializadas em Internet encontraram um novo nicho de negócios que deve ajudá-las a enfrentar este período difícil - a criação de plataformas tecnológicas para inserir pequenas e médias empresas no mundo do comércio eletrônico. De olho nisso, o Universo Online (UOL) e a Locaweb lançaram, há pouco mais de um mês, ferramentas específicas para este tipo de empresas e já conquistaram, juntas, mais de 2.000 cadastros de lojistas que colocaram suas empresas no universo virtual. O Google e Buscapé, especializados em busca de conteúdo na web, ficaram encarregados de dar visibilidade a esses lojistas.

 

A entrada de pequenas e médias empresas no varejo virtual é incentivada pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e também pela Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico, que funcionam como uma porta de acesso a esse público. Em parceria, elas promovem seminários voltados especificamente a esse nicho empresarial, indicando quem eles podem procurar para criar sua empresa na web de forma simples e de pouco investimento.

 

Os pequenos e médios empresários passaram a enxergar na Internet uma forma de lucrar mais, já que a crise deve forçar o consumidor a ser mais seletivo e pesquisar melhores preços, prática que pode ser facilitada com ao auxílio da rede. Segundo dados do Relatório WebShoppers, análise elaborada pelo e-bit, mais de 11,5 milhões de pessoas já compraram pela Internet no Brasil.

 

A Loja Virtual, solução do UOL específica para pequenas e médias empresas, é um site pré-formatado que ganha a cara do cliente por uma mensalidade de R$ 49. O pacote oferece ao lojista o domínio do seu site, hospedagem e endereço de e-mail profissional, além da ferramenta Pag Seguro para pagamento on-line.

 

Renato Weiner, diretor de Produtos e Serviços do UOL, explica que o objetivo da solução é fazer com que esses pequenos empresários possam entrar no mercado virtual sem burocracia, o que antes não era possível. "A nossa solução oferece toda a tecnologia e segurança que um pequeno ou médio empresário precisa para vender pela Internet, por um preço acessível", diz.

 

Weiner explica que o Pag Seguro é uma ferramenta desenvolvida para intermediar as transações entre os lojistas e os consumidores, para que ela seja segura e tenha menor possibilidade de fraudes, além de isentar o varejista da responsabilidade de firmar contratos com empresas de cartão de crédito, obrigação que antes afugentava o pequeno varejista do comércio via Internet.

 

"Nós negociamos diretamente com as companhias de cartão de crédito para facilitar a vida do pequeno varejista" , argumenta. O executivo conta que o lojista precisa pagar uma taxa que varia de 1,9% a 6,4%, no Pag Seguro, com base no valor da compra e no tipo de pagamento (cartão de crédito, débito ou boleto). "Em um mês, já conquistamos cerca de 500 lojas virtuais. A previsão é de que sejam mais de cinco mil lojas neste ano", completa Weiner.

 

A Locaweb, empresa especializada na criação e hospedagem de websites, lançou uma ferramenta semelhante a do UOL chamada Loja Pronta, com o diferencial de ser gratuita. A plataforma também oferece um layout pré-formatado, que pode receber a personalização da loja do cliente, incluindo a ferramenta Pagamento Certo, que possibilita ao lojista oferecer pagamento on-line em sua página na Internet.

 

A ferramenta para pagamento on-line também é gratuita, mas o lojista deve arcar com uma taxa de 4,5% por valor de transação realizada no site. "Vimos que esses pequenos empresários precisavam de um profissional para orientá-los. Decidimos tornar o manuseio mais fácil e simples. Já conquistamos cerca de 1.500 cadastros de lojas em nosso site", explicou Reinaldo Santos, gerente de Comércio Eletrônico da Locaweb.

 

Publicidade

 

Já o Google, gigante desenvolvedor de plataformas tecnológicas, também é parceiro da Associação Comercial de São Paulo e da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico, e disponibiliza aos pequenos entrantes do comércio eletrônico a ferramenta Google Adwords, para que essas empresas recém-chegadas ao mercado virtual possam aparecer nas buscas do Google como links patrocinados. "Depois que eles [os empresários] criam o próprio site, ensinamos como devem fazer para se promover. Com essa ferramenta eles têm a oportunidade de competir com os grandes concorrentes, o que antes era muito difícil", explica Michel Sciama, gerente de Adwords do Google, que tem 90% de sua receita gerada pelos links patrocinados.

 

O executivo afirma que o formato criado atende exatamente ao orçamento dos pequenos empresários, já que o pagamento é realizado sob medida em formato de créditos. "Os lojistas compram uma série de palavras [em formato de anúncio] e só pagam quando a palavra é clicada", explica Sciama, que compara o pagamento com crédito pré-pago de celular. A taxa de cadastro para ter acesso à ferramenta é de R$ 20 e depois o cliente paga apenas por palavra no anúncio, como por exemplo "Flores em São Paulo".

 

O Buscapé, que tem 62 milhões de usuários cadastrados, também trabalha para dar visibilidade aos pequenos e médios varejistas que acabaram de entrar no mundo virtual. O sistema de cobrança é semelhante ao do Google, e é realizado por número de palavras e por visitas que o site do lojista cadastrado recebe. "Sempre demos espaço para os pequenos e médios varejistas, pois são um grande público a ser explorado. Com um custo baixo, que gira em torno de R$ 100, o varejista pode aparecer listado na busca do Buscapé junto a grandes marcas como Ponto Frio, Extra e Americanas", afirma Rodrigo Borges, diretor de Produto do Buscapé.

 

O executivo explica que, além do Buscapé, existe o Que Barato, que também é gratuito e pode atender a lojistas que não têm seu próprio website. O Que Barato oferece a ferramenta Pagamento Digital para possibilitar o pagamento on-line. "O custo é de 6,5% em cima do valor transacionado. Se o lojista tem um produto e quer vender pela Internet mas não tem contrato com operadoras de cartão de crédito, não entende de Internet, não quer ou não pode investir na compra de uma loja on-line, pode cadastrar seu produto no Que Barato e receber pedidos de pessoas que acessam nosso site", explica Borges.

 

Veículo: DCI

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