O consultor Piers Fawkes, fundador do laboratório de tendências PSFK, em Nova York, disse que a tecnologia pode ajudar as empresas de varejo a acompanharem o comprador em todo o caminho da compra, reconhecer seu comportamento e, assim, atingi-lo com serviços personalizados. As mídias sociais e os dispositivos móveis são os grandes aliados das empresas nessa estratégia, como mostram alguns exemplos citados por Fawkes.

O aplicativo de geolocalização Foursquare sugere a seus usuários lojas, shoppings e restaurantes próximos. "A partir da comparação com perfis semelhantes, a ferramenta consegue identificar mais ou menos do que você gosta", diz Fawkes.

O Google Now também indica estabelecimentos aos donos de celulares com Android e está experimentando novas aplicações para as pesquisas feitas em seu buscador. Um dia o usuário procura um tênis no Google, no dia seguinte, pode estar andando, e o aplicativo avisa que, atravessando a rua, poderá encontrar aquele produto. "A compra on-line e off-line não são como preto e branco, é preciso enxergá-las como um fluxo", diz o consultor.

No ano passado, quando abriu suas lojas de moda feminina em Nova York, a varejista Kate Spade colocou uma grande tela sensível ao toque na frente das vitrines, para atrair transeuntes. Nas telas, era possível visualizar as peças de roupa e acessórios da loja, praticamente em tamanho real. A usuária registrava seu celular no sistema, criado pelo Ebay, e caso a compra fosse registrada, a entrega poderia ser feita em qualquer lugar da cidade, em até uma hora.

O novo iPhone 7, da Apple, permite que o lojista localize os clientes com esse aparelho dentro de uma loja, a partir de uma conexão Bluetooth, com pontos de identificação instalados no interior do estabelecimento. Com isso, é possível, por exemplo, enviar ofertas para a pessoa de acordo com seu comportamento de compra, até mesmo quando ela sair da loja.

A Amazon e o Twitter lançaram, em maio, uma parceria que permite que os usuários adicionem, a partir da rede social, itens ao seu carrinho de compras na loja da varejista on-line. "Onde seus compradores estão vivendo hoje? É no Pinterest, no Instagram? É preciso falar com eles no momento certo", disse Fawkes a uma plateia de executivos de shopping centers, em congresso da associação do setor (Abrasce).



Veículo: Valor Econômico