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21/07/2014 11:39 - Pequenas expandem com produção de itens sem glúten

O interesse em uma alimentação mais saudável está aquecendo as vendas de alimentos sem glúten e elevando o faturamento de três empresas nacionais de pequeno porte voltadas à fabricação destes produtos. A Berti, a Chico Geraes e a Vitalin apostam no aumento de até 30% das vendas em 2014 e estão investindo para ampliar sua capacidade de produção atual.

Desenvolvidos para atender a demanda dos celíacos, pessoas com intolerância na ingestão de glúten - complexo de proteínas encontrados em alguns cereais, como o trigo - eles começaram a atrair outros consumidores após pesquisas os classificarem como facilitadores para perda de peso.

Apenas no ano passado, o setor movimentou US$ 68,5 milhões no mercado brasileiro, segundo a Euromonitor. Já a América Latina acumulou US$ 94,8 milhões em 2013. O mercado global, por sua vez, somou US$ 2,129 bilhões, de acordo com a Euromonitor.

Com apenas um ano e meio de vida, a paulista Berti Glúten Free já conta com um faturamento na casa dos R$ 2 milhões, a mesma quantia investida pela empresa para industrializar sua produção.

Agora, a marca quer ampliar o número de pontos de venda atendidos no País, e tornar sua marca mais conhecida, por isso, investirá R$ 500 mil nos próximos dois anos nas áreas de logística e propaganda, conforme afirmou o diretor da Berti Glúten Free, Marcelo Martins, ao DCI.

"Hoje as nossas vendas estão bem concentradas em São Paulo, mas queremos ampliá-las para o Rio de Janeiro e o Sul do País", diz Martins. Para este ano, a empresa projeta um avanço de 20% a 30% no faturamento ante o mesmo período de 2013.

Outro grande plano da marca para os próximos anos consiste em introduzir seus produtos nas prateleiras de grandes redes de supermercado. Atualmente, os alimentos vendidos pela Berti são encontrados em lojas menores, como Mundo Verde e Casa Santa Luzia. "Ainda é difícil entrar em supermercados, pois os produtos sem glúten não podem ficar perto dos normais. Eles precisam de uma prateleira específica, para os demais não o contaminarem", diz o executivo da Berti Glúten Free.

Com capacidade produtiva de 5 mil unidades de pães por dia, a empresa utiliza, atualmente, 50% do potencial existente na fábrica do Campo Belo, em São Paulo.

A catarinense Vitalin também aposta alto nesta categoria. Para ampliar a linha de cookies sem glúten, ela já investiu R$ 200 mil para a compra de equipamentos e ampliação da unidade fabril. O aporte total no projeto, de acordo com o diretor da Vitalin, Rogério Manske, chegará a R$ 1,2 milhão.

"As obras devem ser finalizadas dentro de 70 dias. Através dessa ampliação, a produção de grãos, hoje na casa das 300 toneladas, pode saltar 30% até 2015", afirma o diretor da Vitalin. Para este ano, a empresa projeta um aumento de 25% a 30% no faturamento.

Desde 2004, data na qual ela foi fundada, a Vitalin vem somando altas consecutivas. Somente no ano passado, o faturamento dela chegou aos R$ 8 milhões, alta de 65% na comparação com 2012.

Outro desejo da empresa está na ampliação de mercado. "O Sul é uma das regiões do Brasil com maior potencial de consumo nos próximos anos. A população local ainda é tímida na compra desses alimentos sem glúten", completa o executivo da Vitalin.

A mineira Chico Geraes, neste mercado desde 2008, também não fica para trás quando o tema é investimento. Juntamente com outras empresas de Juiz de Fora (MG), a companhia pretende criar um condomínio capaz de abrigar todos no mesmo espaço.

Segundo o diretor da marca, Chico Mendonça, ainda não se sabe o valor do aporte, mas esse projeto deve sair dentro de dois ou três anos. "Estamos cogitando também a reunião de um grupo de produtores de alimentos sem glúten para distribuir os produtos em conjunto", diz Mendonça.

Na visão do executivo, esse projeto reduziria os custos atuais da empresa com logística. "Hoje os nossos gastos com logística respondem por 12% do valor dos produtos. Antigamente era 2%", acrescenta o diretor da Chico.

Para este ano, a marca aposta em um aumento de até 30% em seu faturamento, próximo a casa do R$ 1 milhão no ano passado. "Também queremos exportar os nossos produtos, mas ainda não temos nada confirmado", afirma. A empresa conta, atualmente, com mais de 800 clientes no País.



Veículo: DCI

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