Tecnologia
27/07/2012 08:39 - Cielo enfrenta aumento de competição em cartões
A concorrência voltou a bater nos calcanhares da Cielo. A empresa de captura de pagamentos no varejo começou a segunda metade do ano tendo que lidar com o apetite mais voraz de sua principal concorrente, a Redecard, disse Rômulo Dias, presidente da Cielo, em conferência sobre os resultados do segundo trimestre. "Estamos preparados para perder market share para manter lucratividade", afirmou.
A promessa de mais competição foi um dos fatores que fez o papel da Cielo recuar ontem, apagando o bom humor com os resultados do segundo trimestre da companhia. A ação caiu 2,62%, a maior queda do Ibovespa, que subiu 2,65%. No ano, porém, a Cielo é um dos destaques de alta, subindo 54,8%, enquanto o Ibovespa cai 4,8%. Por isso, há quem atribua parte da culpa da queda de ontem a um ajuste na cotação do papel.
A Redecard já deu o primeiro golpe na Cielo, que já perdeu contas de grandes empresas para a adquirente controlada pelo Itaú Unibanco, contou Dias. Não que a perda seja significativa no total de volumes processados pela Cielo. Os R$ 5 bilhões representam cerca de 1% do volume financeiro que a empresa espera para 2012.
A questão é que esse "jogo de rouba monte" abre a possibilidade de um confronto mais intenso entre as duas empresas, com a Redecard cada vez mais próxima da conclusão da tentativa do Itaú em incorporar a empresa. O reflexo seriam cortes nas taxas de desconto cobradas de lojistas (MDR, na sigla em inglês). A taxa para transações de cartão de crédito caiu 0,03 ponto percentual no segundo trimestre em relação ao primeiro, para 1,16%. Nas transações de débito, a taxa caiu 0,02 ponto percentual, para 0,79%, na mesma base de comparação.
Há seis trimestres consecutivos, a Cielo vem ganhando mercado sobre a Redecard. Ela lidera as capturas de transações, com participação de 59,1% no segundo trimestre, avanço de 2,4 pontos percentuais ante igual período do ano anterior. O cálculo considera apenas as três maiores empresas do segmento: Cielo, Redecard e GetNet, do Santander. Não à toa, o título do relatório da BB Investimentos sobre os números da Cielo é "Nadando de braçada".
A Cielo registrou lucro líquido de R$ 548,9 milhões de abril à junho, avanço de 29,6% na comparação com igual período de 2011.
"A Redecard é historicamente mais agressiva que a Cielo", diz Érico Argolo, da Bogari Capital. Ele afirma, porém, que o imbróglio com o Itaú dificulta uma leitura clara da estratégia da Redecard.
Pequena em comparação às outras duas, a GetNet, parceira do Santander, também alimenta a competição. Dias, da Cielo, reconheceu na empresa a principal rival em companhias de menor faturamento. A estratégia da GetNet é vender a "conta integrada", um pacote que junta captura de transações a outros serviços, que vem ajudando o Santander a angariar clientes entre pequenas e médias empresas, contou Marcial Portela, presidente do banco. A empresa tinha 3,5% do mercado em junho.
O segundo trimestre também mostrou que o segmento de captura de transações não está imune à desaceleração da economia, observa a equipe de analistas do Barclays, em relatório. O crescimento dos três principais participantes foi de 18% no período, ante 22% no trimestre imediatamente anterior.
Veículo: Valor Econômico
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