Fazer listas de compra e procurar o produto mais barato não é tarefa só de donas de casa; aplicativo proporciona isso a todos os usuários

Seria ótimo ter em suas mãos o poder de saber se vale a pena comprar um produto ou se o encontraria por um valor menor em outra loja. Em 2010, Fábio Freitas teve essa ideia e, junto com Roberto Ferreira, decidiu investir num projeto que pegasse a onda do mobile: o aplicativo para smartphones BoaLista. “Eu já tinha tido uma experiência anterior de empreendedorismo, com a Anytime. Então me juntei com algumas pessoas que trabalharam lá, com o Roberto, que tinha uma agência de design e, com seis sócios fundadores, começamos o projeto”, lembra.

Em 2011, Freitas, que estava cursando mestrado na UFRJ, falou sobre o projeto para seu orientador, que “vendeu” a ideia. O resultado foi que outros interessados começaram a aparecer e, no final, a empresa ganhou novos sócios, totalizando 12 pessoas: 10 engenheiros, um desenhista industrial e um administrador. Sabendo que queriam um produto para celular, os sócios acompanharam o que estava acontecendo nos Estados Unidos em termos de mobile commerce, com empresas transformando smartphones em experiência de compra.

Depois disso, escolheram um segmento que não tivesse uma boa ferramenta de comparação de preços — o de supermercados — e iniciaram os trabalhos. “Começamos cadastrando todos os produtos, lojas e preços através de lojas online e sites que captam preços de lojas físicas. No começo achamos complicado bater na porta dos supermercados, porque talvez o varejista não visse a ideia com bons olhos”, conta Freitas. Depois disso, eles colocaram o ingrediente de crowdsourcing. Ou seja, um modelo que conta com a contribuição coletiva: todos os usuários que fazem o download do BoaLista podem contribuir, cadastrando preços e produtos.

Além da comparação de preços, a plataforma possibilita a criação de listas de compra e o acompanhamento dos gastos no supermercado. É só apontar a câmera do celular para o código de barras do produto, escanear e registrar o preço. O aplicativo — gratuito — foi lançado oficialmente em agosto e setembro de 2011 para Android e iPhone, respectivamente, e até agora já conta com quase 270 mil downloads.

Em termos de finanças, o BoaLista começou com investimentos de anjos de R$ 1 milhão e agora está em conversas para novas captações, que devem ser fechadas nos próximos meses. A expectativa é de faturamento de R$ 3milhões no médio prazo.

Como? Levando em consideração que o aplicativo é gratuito, a principal fonte de receita é a publicidade. “É muito bem trabalhada, é específica e está diretamente ligada ao contexto, à compra que o usuário está fazendo”, explica Freitas. Desde o começo, o trabalho não parou. Com o lançamento, vieram também os comentários, os pedidos, as dúvidas. “Temos trabalhado pesado na demanda das pessoas para criar funcionalidades, sincronização”, afirma. Resultado disso é a expansão do BoaLista para web.

E a introdução da comparação de preços de produtos que não têm código de barras, como frutas e legumes, prevista o próximo mês.

As novidades não devem parar por aí. A equipe está trabalhando em controle de despensa, ofertas geolocalizadas e na utilização do smartphone como agente de compras. “Você está numa loja, por exemplo, e recebe a notificação de ofertas da própria loja. Ou então, como acontece na Macy’s, nos Estados Unidos, você escaneia uma camisa social e ganha desconto na gravata”, descreve o empreendedor. “Ainda não temos nada concreto, mas estamos trabalhando nisso e apostando forte emexperiências como esta já para 2013

COMPRA INTELIGENTE

Os números do BoaLista Fonte:

A empresa: Atualmente tem 270 mil usuários, com expectativa de 750 mil até o fim do ano

Investimento: de R$ 1 milhão por meio de investidores-anjos

Previsão de faturamento de R$ 3 milhões no médio prazo

Parcerias com redes de supermercados Fort Atacadista, Supermercados Comper, Jomart Atacado e Mambo, além da rede farmacêutica Dermadoctor


Veículo: Brasil Econômico