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11/10/2011 11:10 - Compra coletiva agora por assinatura

Ontem, estreou um novo modelo de e-commerce no setor de ofertas da internet brasileira: a compra coletiva por assinatura. A grande diferença é que o consumidor fará o pagamento direto ao vendedor no momento em que retirar o produto ou serviço (dentro dos prazos delimitados) e não no ato da impressão do cupom.

Quem está à frente da iniciativa é o site carioca Mix Oferta (www.mixoferta.com.br), que chegou ao mercado em 2010 seguindo o modelo tradicional. Segundo o diretor-executivo, Roberto Cardaretti, este novo modelo de negócio - em que o site é bancado pelos usuários - permite negociar preços ainda mais baixos. Diante do mercado saturado, as três maiores empresas no setor brasileiro - Groupon, Peixe Urbano e ClickOn - apostam na qualidade das ofertas e na melhora de processos internos.

O sistema do Mix Oferta envolve o pagamento periódico de uma taxa de manutenção de senha (TMS). São cinco planos - avulso, semanal, mensal, semestral ou anual - que variam entre R$ 5,90 e R$ 154,80. Após o pagamento, o acesso aos cupons é liberado pelo tempo equivalente ao valor pago. Nesse período o assinante terá acesso a ofertas que, segundo o executivo, serão mais vantajosas, pois o vendedor não pagará comissão por cada produto negociado.

"O objetivo da compra coletiva por assinatura é tirar o consumidor de um cenário com descontos irreais e levá-lo para novo sistema em que uma taxa garante o acesso a produtos com redução de preços significativa", disse Cardaretti.

O modelo tradicional onera apenas o vendedor e as ofertas acabam perdendo qualidade e ficam cheias de restrições, defende Cardaretti. Não raro, há conflito entre a satisfação do cliente e o serviço oferecido, tirando a credibilidade de sites menores que não são tão exigentes quanto a seleção de seus anunciantes. "Não cobramos nada para a empresa pôr as ofertas no site", garantiu.


Estratégia - Outra diferença é o foco no e-mail marketing (mensagens que levam as ofertas para os clientes cadastrados no site), que deixa de ser um veículo para o anúncio de ofertas apenas do dia.

"Isso vai gerar mais interatividade. Todo domingo, vamos alertar por e-mail sobre as promoções sem especificar quando ocorrerão", afirmou Cardaretti. O assinante terá que ficar atento para aproveitar produtos e serviços com baixo custo.

O executivo afirma ainda que a empresa fará promoções relâmpago, atualizando o site a todo momento. Em vez de divulgar a oferta que estará nas próximas 24 horas, serão anunciados os parceiros da semana.

Nos sites que já estão no mercado, não existe um valor fixo para a comissão paga pelos anunciantes. No início, empresas do setor chegavam a capturar 40% do valor de cada unidade vendida. Com a concorrência as comissões foram ficando cada vez mais baixas, com site menores negociando taxas de até 10% do valor do produto em busca de projeção. Como conseqüência, a exposição da oferta era ainda menor, em razão da grande quantidade de sites no setor e da diluição da audiência entre eles. Empresas começaram a fazer leilão e saíram no prejuízo, muitos delas ficaram inativas.

"Houve uma certa prostituição nesse meio. Isso não é lucrativo para ninguém", apontou Cardaretti, que optou por mudar o modelo de negócio do seu site, que nasceu cobrando comissões.

O grupo Bolsa de Ofertas, que faz uma pesquisa semanal sobre sites de cupons e compras coletivas com base em dados do Alexa estima que, atualmente, haja mais de 2 mil deles no ar. Alguns são agregadores e funcionam reunindo ofertas de todos os sites sem representar concorrência direta.

O último levantamento, realizado na quinta-feira, aponta que o número exato de sites do tipo na internet brasileira é de 2.024. Desses, 98 são agregadores de ofertas. Os outros 1.926 se dividem em três categorias, ativos (42%); novos (14%) e inativos (44%).

"A maioria deles não apresenta uma nova oferta há mais de 15 dias e, mesmo assim, um novo site nasce a cada mês", em busca do sucesso alcançado pelos gigantes do setor, afirma o relatório.

Cláudia Woods, diretora de marketing do ClickOn, aponta que é natural que, com a expansão da internet no país e o aumento do número de consumidores on-line, surjam novos sites com propostas diferentes em busca de uma fatia do bolo de compras coletivas.

"Quando apareceram muitos sites de ofertas, empresários perceberam que havia oportunidade para agregadores como o Save.me", aponta a executiva.

Há ainda outros como o Recupom, uma espécie de site de leilão de cupons comprados e não utilizados por internautas que teve chance no mercado. Entretanto, ela alerta que modelos de assinatura podem cair no desuso, por conta da falta de disciplina das pessoas em administrar as assinaturas. " como uma academia. Você entra, paga a mensalidade e não usa", alerta.

Embora haja iniciativas como a do Mix Oferta, os líderes no setor ainda apostam em armas consagradas para se manter no topo. Marca, credibilidade, qualidade das ofertas, melhora em processos internos e contratações estão entre as principais estratégias dos gigantes das compras coletivas que se esforçam para não perder o trono. (AG)


Veículo: Diário do Comércio - MG

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