Tecnologia
02/09/2011 13:17 - Mercado Livre ancora crescimento no Brasil
O Brasil e a plataforma de pagamento eletrônico Mercado Pago são os principais motores atuais do crescimento do grupo Mercado Livre, varejista online de origem argentina, com sede formal em Delaware, paraíso fiscal dos Estados Unidos, e 60% de seu capital transacionado na bolsa Nasdaq desde 2007. "Plataformas de pagamento diminuem a insegurança das pessoas em fazer transações pela internet e o Brasil é o único país com grande escala de comércio eletrônico na América Latina", diz o fundador do grupo, Marcos Galperin, que ainda o comanda, com 12% das ações.
O Brasil representou 57% da receita e 63% dos custos do grupo no primeiro semestre deste ano, quando a receita líquida foi de US$ 130 milhões, com lucro de US$ 28,8 milhões. Pela receita obtida até junho deste ano, a projeção de faturamento no final de 2011 é da ordem de US$ 300 milhões, considerando o ritmo de vendas mais intenso em função do Natal.
Galperin não discrimina qual a parcela da receita derivou da plataforma de pagamentos, mas afirma que o Mercado Pago pode se tornar a principal fonte de renda do grupo a curto prazo. "O total de transações brutas feitas pelo grupo em 2010 somou US$ 3,4 bilhões, sendo US$ 700 milhões provenientes do Mercado Pago. Este ano estamos observando um crescimento da ordem de 30% no volume transacionado e na plataforma de pagamentos está mais do que dobrando", afirmou.
O Mercado Livre nasceu de um plano de negócios elaborado por Galperin em 1999, quando fazia uma especialização na Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, e conseguiu convencer um investidor, em um trajeto de carro do campus até o aeroporto, a colocar o capital inicial na empreitada.
Entre 1999 e 2001, o grupo recebeu injeções de financiamento de bancos americanos até vender 19% do capital para o grupo e-Bay, em 2001, o que permitiu assumir o controle do I-Bazar no Brasil. Em 2007 a empresa abriu seu capital na Nasdaq, ocasião em que parte dos investidores iniciais saiu do negócio e o grupo passou a ter 60% de seu capital flutuante.
O crescimento na América Latina se deu com aquisições de concorrentes, mas o Brasil, principal mercado, é uma exceção. Não são feitas aquisições com atuação no mercado brasileiro desde 2006. "No Brasil temos conseguido um crescimento orgânico, ancorado na massificação da internet, com o barateamento de planos de banda larga e a disseminação de telefones inteligentes. Não é o caso apenas do Mercado Livre, mas todas as empresas deste segmento estão tendo crescimento importante no Brasil", disse Galperin.
Os controladores do grupo aproveitaram a crise econômica global de 2008 para diminuírem a participação do capital flutuante na empresa. Fizeram uma recompra de 300 mil ações. Galperin é evasivo ao comentar se uma nova recompra poderá acontecer.
"O panorama econômico para os próximos anos é ruim do ponto de vista global, mas estamos com a atuação voltada para uma região que cresce muito. Hoje, ainda podemos dizer que a América Latina não está sentindo o impacto do que acontece na Europa, Japão e Estados Unidos, pelo menos em nossa área", comentou.
Galperin descarta também realizar operações de captação de recursos no mercado financeiro. "Estamos com US$ 160 milhões em caixa no dia de hoje e podemos financiar 100% de nosso investimento com recursos próprios", afirmou.
A plataforma de pagamentos da Mercado Livre chegou ao Brasil, em 2010, depois de ser implantada na Argentina, México, Chile, Colômbia e Venezuela, mas Galperin descarta transformá-la em um instrumento internacional de comércio e pagamento de serviços. "As regulações de cada País são muito complexas e estamos diante de mercados domésticos com enorme potencial", disse.
O balanço do primeiro semestre mostra que parte do bom resultado se deve à venda de recebíveis de cartão de crédito. Segundo a empresa, esta transação diminui o risco da gestão de crédito. O empresário não revela qual o montante de transações mal sucedidas por não cumprimento das condições ocorre dentro do universo de 39,5 milhões de artigos vendidos em 2010. No mercado pago, aconteceram 6,7 milhões de operações no ano passado.
Veículo: Valor Econômico
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