Notícias do setor
Economia
Jurídico
Tecnologia
Carnes / Peixes
Bebidas
Notícias ABRAS
Geral
Redes de Supermercados
Sustentabilidade
Estaduais
 





Você está em:
  • Notícias do setor »
  • Notícias ABRAS

Notícias do setor - Clipping dos principais jornais e revistas do Brasil

RSS Notícias ABRAS

14/11/2018 19:42 - Verticalização bancária é discutida pela Unecs em audiência no Cade

Audiência realizada pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) na terça-feira (13) mostrou divergências entre representantes de áreas relacionadas ao setor financeiro sobre a verticalização -quando uma mesma empresa controla a maior parte da cadeia, desde o uso das máquinas até a gestão de cartões e bandeiras. Enquanto bancos minimizaram efeitos negativos que poderiam ser causados pela concentração e verticalização bancária, entidades representativas, como a Unecs, fintechs e empresa de máquinas de cartão fizeram severas críticas.


O órgão de regulação da concorrência promoveu audiência pública para analisar como as atividades do setor financeiro são impactadas pela verticalização. No encontro, o economista-chefe da empresa de pagamentos Stone, Vinícius Carrasco, afirmou que a verticalização, associada à concentração bancária, preserva o poder dos bancos dominantes. "Não é claro que haja nenhum ganho de eficiência com a verticalização do setor", disse. Segundo ele, essa característica reduz a competição e gera ineficiência, aumento de custos e atraso de inovação. "Fica difícil que competidores independentes atuem", afirmou.


O presidente da Unecs, Paulo Solmucci, participou do painel que tratou dos efeitos da verticalização sobre a indústria de pagamentos eletrônicos. Com moderação de Carlos Brandt (Deban/Bacen), participam também do painel Vinicius de Carvalho (Bradesco), Vinícius Carrasco (Stone) e Ricardo Vieira (Abecs). Ele agradeceu o avanço do diálogo sobre o assunto orquestrado pelo Banco Central e Cade, que já começa a mobilizar a sociedade civil nessa discussão, "no sentido de darmos continuidade e celeridade à agenda de competividade no setor de meios de pagamento e sistema bancário brasileiro". Solmucci afirmou que a verticalização em si é um mal para lojistas e cidadãos. "Verticalização é ter a mesma turma atuando em tudo quanto é lugar, nas partes do portador, do varejo e do fornecedor. Em cada lugar eles cobram um pedaço". Segundo ele, essa "onipresença" prejudica a entrada de outros players no mercado, e afeta o desenvolvimento de vários setores.


O presidente da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), Murilo Portugal, afirmou que é um mito que o setor bancário brasileiro seja mais concentrado e verticalizado do que outros setores ou a média mundial. "O debate correto não é sobre verticalização ou concentração. Não é um mal em si. Os problemas são as praticas anticompetitivas, o abuso de poder de mercado, que, quando ocorrerem, o Cade tem que coibir" disse.


Portugal afirmou que o aumento da competição no setor pode diminuir apenas uma pequena fatia do spread bancário - diferença entre quanto o banco cobra do cliente e quanto remunera pelas aplicações. Segundo ele, 85% do spread corresponde aos custos das intermediações financeiras, enquanto 15% são a margem financeira, que equivale ao lucro dos bancos nas operações. Em nome do Santander, o economista e ex-presidente do Cade, Gesner Oliveira, disse que a verticalização não é uma anomalia e que o Brasil é relativamente pouco concentrado, na comparação com outros setores. "A verticalização pode gerar enormes eficiências", afirmou. "Se ela [verticalização] apresentar problema, os remédios existem".


Em contraponto, Solmucci chamou a atenção para o fato de que o spread bancário brasileiro é sete vezes maior que a média mundial. "Como pode o Brasil pagar 23 vezes mais spread que o Chile? E 57 vezes mais que o Japão?". Ele destacou ainda que, embora a inadimplência do Santander seja a mesma no Brasil e na Espanha, os juros aqui são 10 vezes mais altos. "A gente entende que a verticalização está sim ligada ao spread bancário. O spread é fruto de (falta de) concorrência. Tem outros fatores, mas eles não explicam o fato de ser 57 vezes superior às taxas japonesas, 10 vezes mais que as espanholas", pontuou.


Na audiência, o presidente do Cade, Alexandre Barreto, disse que o Conselho e o BC (Banco Central) estão trabalhando para aumentar a competitividade. Barreto citou casos nos quais os órgãos atuaram nesse sentido, como o processo que culminou no fim da exclusividade, em 2010, entre bandeiras de cartões e empresas credenciadoras. Novos acordos nos anos seguintes, segundo ele, ampliaram a concorrência e criaram a chamada "guerra das maquininhas".


"É importante destacar que a verticalização não é um problema por si só, uma vez que pode gerar eficiências econômicas que podem trazer benefícios ao mercado e ao consumidor. Mas também pode ser fonte de problemas de ordem concorrencial se servirem como instrumento de restrição no mercado", disse. O presidente do Cade defendeu que a melhoria do ambiente competitivo não venha apenas de ações pontuais, mas também de alterações legislativas e de regulação. Uma das investigações em andamento no Conselho, sobre a atuação de grandes bancos, foi aberta após denúncia da fintech Nubank. A companhia afirma que Itaú, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e Caixa estariam prejudicando a livre concorrência no mercado de emissão de cartões de crédito.


A cofundadora do Nubank Cristina Junqueira afirmou no debate que o alto nível de verticalização do sistema faz com que a empresa dependa de seus concorrentes. "[Para o serviço de] cartão de crédito, a gente precisa de uma série de serviços que são prestados pelos bancos, que simplesmente nos foram negados durante muito tempo", disse. No encontro, o diretor de Política Monetária do BC, Reinaldo Le Grazie, afirmou que o órgão trabalha para aumentar a concorrência, o que ocorreu, por exemplo, quando a autoridade monetária obrigou que bandeiras de cartões com movimentação anual superior a R$ 20 bilhões permitissem a emissão por qualquer banco.


"Como resultado da regulação e da atuação dos órgãos de defesa da concorrência, saímos de um duplo monopólio para um mercado interoperável, onde mais de duas dezenas de credenciadores podem habilitar qualquer estabelecimento comercial a aceitar as principais bandeiras", disse.


TCC

Durante a audiência, o presidente da Unecs falou também sobre os TCC (Termo de Compromisso de Cessação) firmados pelo Cade, traçando uma comparação com o que é feito em outros países, como os Estados Unidos. "Saiu na semana passada o acordo com as bandeiras (Visa e Master), denunciado pelo setor de comércio e serviços dos EUA, no valor de US$ 6,2 bilhões. O mercado americano é cerca de 10 vezes maior que o brasileiro. Só que esse número (cifra do acordo) é mil vezes maior do que os TCCs que o Cade assinou agora. Tem algo errado na fórmula de cálculo", denuncia.

 

O termo ao qual Solmucci se refere foi homologado pelo Cade em setembro e estipulou multa de R$ 33,8 milhões para Bradesco (R$ 2,2 mi), Banco do Brasil (R$ 1,9 mi) e Cielo (R$ 29,7 mi) por condutas anticompetitivas. O valor foi considerado muito baixo pelo porte e lucro das empresas envolvidas e pelo potencial de danos causados à sociedade e função dessas práticas protecionistas, como exclusividade na captura de bandeiras, trava bancárias e venda casada.

 

"Tem alguma coisa estranha em US$ 6,2 bilhões pagos por uma indústria (americana) que já cobra menos spread e taxa, que tem uma concorrência mais ampla que a nossa e ficarmos falando, aqui no Brasil, em alguns milhões de reais. Tem algo acontecendo de erro. Ou a legislação está errada ou o cálculo", afirma.

 

 

Fonte: Assessoria de Comunicação da Abrasel 

*Com informações da Folha de S.Paulo

 

Enviar para um amigo
Envie para um amigo
[x]
Seu nome:
E-mail:
Nome do amigo:
E-mail do amigo:
Comentário
 

 

Veja mais >>>

16/04/2025 17:29 - Transformações no varejo alimentar: o que aprender com a experiência “Coupe” na Sainsbury’s
15/04/2025 13:24 - Paixão e desempenho: como construir uma cultura de alta performance
15/04/2025 12:22 - Profissionais do Ano ABRAS 2025: conheça os vencedores
15/04/2025 11:18 - Parceria que transforma: Amigos do Bem no Smart Market ABRAS 2025
15/04/2025 10:14 - Retail media: o presente e o futuro do varejo
15/04/2025 09:11 - Preparação, foco e resiliência: os atributos dos “atletas do varejo”
14/04/2025 11:03 - Ranking ABRAS 2025 destaca supermercados como força motriz da economia nacional
14/04/2025 10:55 - Smart Market ABRAS 2025: o maior encontro da comunidade de alta performance do varejo alimentar brasileiro
09/04/2025 09:55 - Comercial Zaffari é a 2ª maior rede supermercadista do RS, segundo o Ranking AGAS 2024
14/04/2025 09:40 - É hoje! Ranking ABRAS 2025 apresenta as 30 maiores empresas supermercadistas do Brasil
11/04/2025 10:38 - Presidente da ABRAS, João Galassi, é homenageado pelo projeto “Ajuda Sul” em prol do RS
11/04/2025 09:33 - Smart Market ABRAS 2025: painel Performance Comercial abordará Pricing e Promoções
10/04/2025 08:46 - Smart Market ABRAS 2025: retail mídia e seleção estratégica de fornecedores serão temas do painel Trade Marketing
08/04/2025 12:25 - Paulo Muzy e Felipe Massa confirmam presença no Smart Market 2025
08/04/2025 09:40 - Smart Market ABRAS 2025: painel Pessoas e Cultura abordará produtividade

Veja mais >>>