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31/08/2016 11:34 - Alta em julho reforça previsão de que supermercados cresçam já neste ano
O segmento acumulou, de janeiro a julho, um crescimento de 0,66%. A expectativa é de que 2016 termine no mesmo patamar. Já para 2017, a previsão é de avanço ainda maior, chegando a 1,5%
São Paulo - O faturamento dos supermercados em julho, divulgado ontem (30) pela entidade do setor, confirma a perspectiva de que o autosserviço já deve fechar este ano com um resultado positivo. De janeiro a julho, o segmento acumulou uma alta de 0,66%, na comparação interanual, e a expectativa é de que 2016 termine nesse mesmo patamar.
"O resultado deste mês foi acima do esperado e nos fez rever para cima a previsão para o ano", afirma o superintendente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Marcio Milan. No último levantamento da entidade, a expectativa para 2016 era de uma alta de 0,4%, cerca de 0,26 ponto percentual inferior a atual. Em relação a 2017, o prognóstico da Abras é ainda mais otimista, e o setor deve ter um acréscimo nas vendas de 1,5%.
No mês de julho o setor supermercadista teve um crescimento real de 4,2%, em comparação com o mesmo mês do ano anterior. Em relação a junho essa alta ficou na casa dos 7,5%. De acordo com Milan, todos os valores foram deflacionados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Sem considerar os efeitos da inflação, os dois valores foram, respectivamente, de 13,33% e 8,14%. "Já começamos a sentir uma pequena reação do consumidor, o que é refletido nos índices de confiança [que têm melhorado]", detalha Milan, completando que outro aspecto que puxou para cima o resultado do período foi o forte crescimento dos preços dos produtos vendidos nas lojas de autosserviço, que avançou acima da inflação medida pelo IPCA.
Preços puxaram
Para se ter uma ideia da discrepância, em julho o indicador Abrasmercado, que mede o preço dos principais produtos vendidos nos operações supermercadistas subiu quase 3%, ante um avanço de 0,52% do índice medido pelo IBGE. O resultado contribuiu para que no acumulado dos 12 últimos meses o índice da Abras atingisse o patamar de 17,6%, enquanto o IPCA fechou em 8,74%.
Segundo o diretor de relacionamento da GfK, consultoria responsável pelo estudo, Marco Aurélio, a alta da cesta vista no mês foi uma das maiores registradas este ano. "Estamos quase 80% acima do preço médio da inflação", diz.
Dos itens medidos pelo estudo, o feijão foi o que mais apresentou crescimento no preço, avançando quase 30% apenas no mês de julho, em comparação com o mês anterior. O leite longa vida, por sua vez, teve uma alta de 18,14%, puxando para cima também o preço de produtos derivados como os diversos tipos de queijos. "O preço do feijão deve se estabilizar daqui para frente, mas vai continuar em patamares altos", diz Aurélio.
Por região
Sobre a diferença entre as grandes redes e as pequenas, Milan, da Abras, afirma que não houve nenhuma distinção e que o crescimento do setor foi uniforme. "A única discrepância que percebemos foi em relação às regiões", afirma.
De acordo com ele, o estado de Minas Gerais foi o que apresentou o melhor resultado no período, seguido por São Paulo. Os dois estados com os piores desempenhos foram Santa Catarina e o Distrito Federal.
Em relação aos meses de agosto e setembro, uma região que deve se sobressair é o Estado do Rio de Janeiro. Segundo Milan, os Jogos Olímpicos devem garantir bom resultado nos supermercados locais. "Esperamos que as vendas nesses dois meses, no Rio, sejam um ponto fora da curva".
Outros estímulos
Outro evento que pode contribuir para os resultados das empresas é a "Semana do Peixe", que começa amanhã (1), e vai até o dia 15 de setembro. A campanha, que promove promoções na venda desses produtos, contou com a adesão de grandes redes de supermercados, e a previsão é de que gere um aumento de 25% na comercialização desses itens.
Uma delas é a Cencosud, quarta maior varejista alimentar do País, que espera um incremento de aproximadamente 12% em suas vendas no período. Outras empresas que aderiram a campanha foram: Zaffari, Comper, Makro, Walmart e Grupo Pão de Açúcar.
Segundo Milan, a venda de pescado dentro dos supermercados tem sido uma aposta das redes, o que fica claro no crescimento da participação da categoria no faturamento total do setor, que cresceu de menos de 1% em 2010, para 1,5% em 2015. Nesse intervalo de tempo, o incremento na receita da seção de peixarias foi de 137% (quase 30% ao ano, em média), passando de R$ 1,94 bilhão para R$ 4,6 bilhões.
Fonte: DCI
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