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19/08/2016 11:17 - Consumo Sustentável: Sacolas Plásticas
Vilã da poluição ambiental ou vítima do mau uso humano? Entenda sobre a temática tão polêmica que envolve a sacola plástica.
As sacolinhas plásticas levam, pelo menos, 100 anos para se decompor. Devido seu consumo desenfreado, elas são uma das principais responsáveis pela poluição ambiental. Segundo a Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) no Brasil, cerca de 33 milhões de sacolas plásticas são consumidas por dia. A maioria delas, depois de usadas, são descartadas inadequadamente.
Isto provoca o aumento da poluição nas cidades, por meio, do entupimento de bueiros e se chegam no oceano ou matas, provocam a morte dos animais, através da ingestão do plástico. Nos lixões e aterros, as sacolinhas, impermeabilizam o solo, impedindo a biodegradação de resíduos orgânicos. Por causa disto, os lixões emitirão o gás metano (CH4), que é cerca de 20 vezes mais perigoso que o gás carbônico (CO2).
Tipos de Sacos Ecológicos
O uso de sacos ecológicos, como o biodegradável, entrou em discussão no Brasil, em 27 de novembro de 2008, por meio da lei n ° 9.529 . Isto ocorreu na cidade de Belo Horizonte e deu a eles um período de 3 anos para se adaptarem. Acompanhe um trecho do decreto:
“O Povo do Município de Belo Horizonte, por seus representantes, decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º - O uso de saco plástico de lixo e de sacola plástica deverá ser substituído pelo uso de saco de lixo ecológico e de sacola ecológica, nos termos desta Lei.”
Confira na íntegra: http://cm-belo-horizonte.jusbrasil.com.br/legislacao/247604/lei-9529-08
No Brasil, as sacolas “sustentáveis”, ou Biodegradável, Plástico Verde e Oxibiodegradável, já são utilizadas por diversas empresas. Confira.
BIODEGRADÁVEL:
O plástico biodegradável é fabricado a partir da nafta, um subproduto do refino do petróleo. Todavia, sua produção pode derivar do etanol (oriundo do açúcar) ou de outros carboidratos (amido). Este material degrada-se mais rapidamente do que o plástico comum por causa de um aditivo pró-degradante que existe no seu processo de fabricação. No fim de sua vida útil (tempo controlado que pode durar meses ou alguns anos), o plástico começa a ser consumido por bactérias e fungos, tornando-se um “alimento”. Vale ressaltar, que fragmentos de petróleo, não são deixados no solo.
-Crítica: Sua fonte não é renovável (petróleo), ou seja, é finita. Para que a sacolinha biodegradável de fato se degrade mais rapidamente, ela precisaria estar em usinas de compostagens. No Brasil, o mais comum são aterros sanitários.
PLÁSTICO VERDE
Também chamado de Polietileno verde, este tipo de plástico tem origem no etanol, da cana-de-açúcar (vegetal). Ele é considerado bem semelhante ao plástico comum. Um dos seus benefícios é ser 100% reciclável.
Crítica: Este material não é biodegradável. Além disto, muitos críticos acreditam na expansão do plantio de cana-de-açúcar para manter o produto.
OXIBIODEGRADÁVEL
Este tipo de plástico também possui aditivo acelerador do seu processo de degradação. É oriundo do Polietileno ou Polipropileno, derivados do petróleo ou de fonte renovável (Etanol). De acordo com os fabricantes, ele se decompõe entre 18 a 24 meses.
-Polêmica das Oxibiodegradáveis:
Apesar de muitos salientarem o “rápido “ processo de decomposição deste tipo de sacola, muitos estudiosos afirmam que isto não ocorre. Eles argumentam que o aditivo presente nas sacolas apenas quebra as moléculas do plástico em milhares de pedacinhos invisíveis. Dessa forma, o solo permanece contaminado, além dos lençóis freáticos, plantas, entre outros.
-Funverde: Esta instituição defende o uso de sacolas oxibiodegradaveis, afirmando a respeito da sua rápida degradação. Inclusive, consideram esse tipo de material superior ao biodegradável. Confira o projeto “Sacola Oxi-Biodegradável”.
Além dos exemplos citados, alguns supermercados aderiram à ideia de deixar uma mensagem para seus consumidores.
Falta de Conscientização Ambiental
Projeto Praia Limpa Rio Grande do Norte (Natal)
Em Natal, no estado do Rio Grande do Norte, encontra-se o Projeto “Praia Limpa”. Os voluntários realizam ações a cada 15 dias, objetivando recolher o lixo nas praias, além de conversar com as pessoas acerca da responsabilidade ambiental. A coordenadora do projeto Mary, argumenta: “Tentamos sensibilizar as pessoas a não jogar lixo nenhum na praia, principalmente, o plástico. Os plásticos que catamos geralmente são sacolinhas. É uma tristeza! Infelizmente, jogam tudo”. Ela comenta que os plásticos jogados vão desde sacolinhas a fraldas descartáveis.
Já no Recife, em Pernambuco, também existe um projeto Praia Limpa. Neste caso, é uma parceria entre a Prefeitura do Recife e a Rede Globo Nordeste. O objetivo é de promover ações de conscientização para quem vai à praia. Em 2015, a equipe distribuiu aproximadamente 1,5 milhões de saquinhos biodegradáveis.
Portal G1
Educação Ambiental
Carolina Britto, tem mestrado em Comunicação pela Universidade Estadual Paulista (Unesp). Na sua tese final, ela abordou a temática das sacolas plásticas. “ Eu acredito na reciclagem. As sacolinhas ditas ecologicamente corretas também passaram pelos mesmos processos de produção das sacolinhas comuns. Eles envolvem o consumo de água, de energia, matéria prima, entre outros fatores. Pode ser que o impacto no momento do descarte seja menor, e isso é bom. No entanto, é preciso repensar toda utilização do plástico de uma forma geral [...]”, argumenta. Além disso, ela defende uma educação ambiental por parte da população. “Eu acredito que a formação do caráter e do estilo de vida do cidadão está intimamente conectado com a sustentabilidade, e não a associação do nome 'ecologicamente correta' aos objetos que ele utiliza”, completa.
Em seu estudo, Carolina cita uma pesquisa feita pelo Instituto Nacional do Plástico (INP), com dados reunidos pelo Ig (2012), mostrando que das 12,9 bilhões de sacolas plásticas consumidas no Brasil, 5,2 bilhões eram consumidas no estado de São Paulo.
Em 2014, o Tribunal de Justiça de São Paulo tinha proibido a distribuição de sacolas plásticas em supermercados da capital paulista. Porém, sacolas com material bioplástico eram vendidas por R$ 0,08 a R$ 0,10. Esse tipo de material iria reduzir a quantidade de resíduos nos aterros, segundo a Prefeitura. Em junho deste ano (2016), a Câmara de São Paulo aprovou um projeto de lei (PL 238/2012) que impede a cobrança de sacolas plásticas em supermercados.
Mesmo com esses dados, a importância de um pensamento voltado ao meio ambiente é fundamental. O plástico é um dos desafios deste século. Já existem sacolas reutilizáveis, uma alternativa às sacolinhas plásticas. Mas não deixe de reutilizar as sacolas que você tiver em casa. Infelizmente, muitas pessoas ainda descartam esse material de forma inadequada. Porém, se cada cidadão fizer sua parte, conseguiremos reduzir consideravelmente o índice de poluição, independente de recorrermos a materiais chamados “Ecológicos”.
Fonte: Revista Ação sustentável

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