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28/08/2014 14:19 - Supermercados reduzem crescimento
Karina Lignelli
Inflação dos alimentos, maior cautela das famílias em relação ao emprego e, em consequência, menos idas às compras. Mesmo com alta de 3,14% nas vendas reais em julho ante junho (deflacionadas pelo IPCA/IBGE), e de 1,48% no acumulado janeiro-julho, o setor de supermercados, um dos últimos que costuma ser afetado pelos reveses da economia, revisou para baixo suas expectativas de crescimento para 2014 de 3% para 1,9%. Os dados são da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), divulgados ontem. Se a projeção se confirmar, será a menor do setor desde 2006, quando a queda nas vendas foi de 1,59%.
Segundo Sussumu Honda, presidente do Conselho Consultivo da Abras, a demanda realmente deu uma arrefecida – o que é comprovado pelo crescimento de 0,99% ante julho do ano passado, e por isso, o crescimento do setor hoje é praticamente vegetativo, e não uma expansão. "Mas vale lembrar que o mercado hoje é outro: enquanto em 2006 o setor registrou R$ 120 bilhões em faturamento, devemos fechar 2014 com algo próximo a R$ 300 bilhões”, afirma.
Honda também ressalta que agosto será um “mês bom” para o varejo supermercadista, pois terá cinco sextas, sábados e domingos e, dentro dessa perspectiva, espera que as vendas nos próximos meses sejam beneficiadas pela tendência de estabilidade nos preços de alimentos. "O segundo semestre é tradicionalmente mais forte em vendas e conta com o Natal, que este ano será melhor que o de 2013 (quando já havia sinais de arrefecimento)", sinaliza.
Abrasmercado – O indicador de preço da cesta básica nas principais capitais medido pela Abras/GfK mostra um dado mais animador: em julho, a variação do preço médio (de R$ 377,40 para R$ 371,60) caiu 1,54% – número maior que o IPCA-Alimentos, que caiu apenas 0,15% no período. "Isso mostra que, na média, os supermercados conseguiram fazer bons acordos com fornecedores para controlar essa diminuição", explica Marco Aurélio Lima, diretor de relacionamento da GfK.
No acumulado janeiro-julho, porém, a cesta subiu 3,12%, e 4,26% nos últimos doze meses – ainda refletindo o período de alta na inflação dos alimentos pela falta de chuvas. No recorte por regiões, todas registraram queda nos preços, com destaque para o Centro-Oeste (-1,94%) e o Sul (-1,77%). A tendência para os próximos meses é de estabilidade, ou de quedas pontuais em um ou outro item. "O que ainda inquieta é o preço da carne, já que o Brasil começou a exportar para a Rússia. É preciso observar pois é um item que impacta muito o valor total da cesta, conclui Lima.
Menos visitas – Em tempos de desaceleração da renda e do receio de perder o emprego, o consumidor tem cada vez mais confirmado a tendência de fazer menos visitas aos pontos de vendas no mês. Segundo Sussumu Honda, já dá para identificar cautela das famílias até nas compras de alimentos, assim como a sensibilidade em relação aos preços e a procura por itens mais acessíveis. "O consumidor hoje tem informação de todos os lados, e o consumo é muito ligado à expectativas. O anúncio das férias coletivas em empresas como GM e Volks dão uma ideia disso", afirma, lembrando que, por esse movimento, o processo de migração para produtos "premium" agora estancou. "Quando há menos recursos, o consumidor ‘muda de lado’ para não doer no bolso”, diz.
Nesse cenário de redução nas vendas, formatos que devem se beneficiar no varejo atacadista são as que operam com menor custo e preços competitivos – a exemplo dos atacarejos, com grande expansão principalmente no Nordeste, e dos minimercados e lojas de conveniência. Nesses casos, a vantagem é estar mais perto do consumidor. “São lojas que operam com preços mais baixos, como as tipo ‘hard discount’. É uma forma desse varejo se reinventar de forma o mais profissional e competitiva – com a vantagem de que os custos de retaguarda são mais baixos", conclui.
Veículo: Diário do Comércio - SP

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