A padronização de plugues de tomadas no País, seguindo tendência mundial, deve gerar uma economia significativa de energia, principalmente em residências, além de racionalizar os custos de produção na indústria de materiais elétricos.

Segundo Geraldo Nawa, analista de normas técnicas da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), o novo padrão brasileiro vai substituir os 14 tipos de tomadas e 12 modelos de plugues que eram produzidos. A uniformização faz parte do Programa Brasileiro de Avaliação de Conformidade (PBAC) e deve ter uma grande repercussão entre os consumidores. "Além de garantir maior segurança ao usuário, o novo equipamento evita o vazamento de energia em más conexões entre plugues e tomadas, gerando uma redução no consumo de energia", afirma Nawa.

Outro ponto positivo é a racionalização da produção dos equipamentos. "Há um ganho que ocorre dentro do fabricante e é repassado para o distribuidor e para o consumidor", afirma Antonio Eduardo de Souza, gerente de Marketing do Grupo Legrand, líder no mercado nacional em produtos e sistemas para instalações elétricas. "Toda a cadeia é beneficiada por conta da simplificação do número de referências a serem geridas", diz o executivo.

A Legrand, responsável pelas marcas BTicino, Cemar Legrand e Pial Legrand, investiu em torno de R$ 5 milhões em novos meios produtivos como moldes de injeção, estampos metálicos e dispositivos para montagem. "O novo padrão substitui as diversas configurações que existiam no mercado até dezembro de 2008 por duas únicas configurações [10A e 20A]", explica Souza.
"A definição de uma padronização de plugues e tomadas para o Brasil está alinhada com uma tendência mundial onde a maioria dos países possui cada qual o seu padrão específico."

Adaptadores

Apesar de não haver a necessidade imediata de troca das tomadas antigas, a partir de janeiro do próximo ano, todos os equipamentos eletroeletrônicos serão fabricados com os novos plugues e, com isso, haverá um aumento da demanda tanto por tomadas novas quanto por adaptadores.

A Abinee esclarece que a nova tomada aceita plugues de dois e de três pinos redondos. O plugue de dois pinos redondos, tradicionalmente utilizado no Brasil, é compatível com a tomada padrão. De qualquer forma, a norma prevê o uso de adaptadores para as pessoas conectarem aparelhos à nova tomada que possuam plugues no antigo padrão. Segundo a Abinee, essa medida tem por objetivo "facilitar o processo de transição, uma vez que os antigos modelos ainda podem ser comercializados até o final dos estoques".

Souza, da Legrand, acredita que, "durante o período de transição, no ano de 2010, essa demanda por adaptadores convencionais deve ser alta, mas deve decrescer após esse período inicial, conforme os consumidores forem se adequando".

Desde o início do ano, a rede de materiais de construção e home center Telhanorte, do grupo Saint Gobain, comercializa somente plugues, tomadas, estabilizadores e filtros de linha com o novo padrão. A empresa ainda não registra um aumento nas vendas, mas acredita que a demanda deva ser elevada conforme os consumidores forem tomando conhecimento da padronização e adquirindo eletroeletrônicos com os novos padrões.

Normatização

O novo padrão foi definido pela NBR 14136, publicada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

As novas tomadas apresentam novo design com três orifícios para pinos arredondados, sendo o terceiro para fio terra, atendendo a exigência da norma de instalações elétricas NBR 5410.

A padronização prevê duas versões de correntes (10A e 20A) e cada uma delas com uma configuração diferente no diâmetro dos pinos, tornando impossível a ocorrência de sobrecarga de energia. Já o cronograma (veja quadro) de implantação do padrão brasileiro de plugues e tomadas foi estabelecido pelo Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro) .

O setor de eletroeletrônicos vai sofrer uma revolução com a padronização de plugues de tomadas elétricas no País. A partir de 1º de janeiro, todos os eletroeletrônicos fabricados no País deverão substituir os 12 modelos de plugue ora existentes por um único modelo, na maior padronização já feita pelo País na área, no Programa Brasileiro de Avaliação e de Conformidade.

A mudança deve racionalizar os custos de produção na indústria de material elétrico, além de gerar uma economia significativa de energia.

A Legrand, responsável pelas marcas BTicino, Cemar Legrand e Pial Legrand, investiu R$ 5 milhões em novos meios produtivos para atender à padronização.

Apesar de não haver necessidade imediata de troca das tomadas antigas, a partir de janeiro do próximo ano todos os equipamentos eletroeletrônicos serão fabricados com os novos plugues e, com isso, haverá um aumento da demanda tanto por tomadas novas quanto por adaptadores.

A rede de material de construção e home center Telhanorte acredita que a demanda deva se elevar à medida que os consumidores forem tomando conhecimento da padronização.

A partir de 1º de outubro de 2010 fica proibida a venda de produtos com o modelo antigo de plugue ao varejo, e, depois de 1º de julho de 2011, o varejo não poderá mais repassar esses produtos fora de padronização ao consumidor final."Há um ganho que ocorre dentro do fabricante e é repassado ao distribuidor e ao consumidor", afirma Antonio Eduardo de Souza, gerente de Marketing do Grupo Legrand.

Veículo: DCI