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14/09/2009 09:58 - Chuva afeta safra de trigo

Água em excesso provocará perda de aproximadamente 20% da próxima colheita. Preços do pão e de massas podem subir

 

As chuvas têm causado danos não somente às cidades do sul do país, o homem do campo também sofre. Estimativas preliminares projetam perdas na safra de trigo entre 19% e 25%. Mais lavouras, como as de café, milho safrinha e algumas hortaliças, também sentiram as fortes chuvas que, este ano, vieram pelo menos 50% superiores que a média histórica para agosto. Em setembro, a enxurrada promete se repetir, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Com tanta água, foi inevitável a quebra da safra de trigo brasileiro, o que abre espaço para aumentos ao consumidor e crescimento no volume de importações para suprir a demanda interna.

 

No Paraná, o agricultor amarga prejuízos expressivos: com a safra de trigo mais importante do país (quase 1,3 milhão de hectares plantados), viu as previsões para a colheita recuarem em 11,42% até 31 de agosto — quando passou da expectativa de 3,5 milhões de toneladas de trigo colhidos para 3,1 milhões. “Ainda não temos condições de divulgar uma estimativa, mas já temos certeza de que de 31 de agosto para cá a situação se agravou. O próximo levantamento deve ser concluído até 25 de setembro”, disse Francisco Carlos Simioni, diretor do Departamento de Economia Rural da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná.

 

A dificuldade para contabilizar os prejuízos no Sul está no acesso às lavouras, várias áreas estão alagadas e a chuva ainda não deu trégua. Agricultores começam a recorrer às seguradoras e aos planos de assistência e apoio governamental, como o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro). Reuniões com todos os setores envolvidos na produção de trigo ocorrem constantemente. Os pedidos dos produtores envolvem mais prazo por parte de instituições financeiras, acesso às garantias oferecidas pelo governo e pela iniciativa privada e intervenção mais incisiva do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

 

Além da destruição causada pelas enxurradas e tempestades, a umidade trouxe doenças para os trigais. Brusone e Giberella são os fungos que mais atacam as plantações e secam os caroços de trigo. “O Paraná, que sofre mais com isso, perdeu em qualidade e em produção”, ressaltou Silvio Farnese, coordenador de Cereais e Culturas Anuais do Ministério da Agricultura. “Ainda estamos avaliando como intervir, mas temos trabalhado para garantir preços mínimos e renda ao agricultor”, afirmou.

 

Chuva na seca

 

No Distrito Federal, a situação é semelhante. Em agosto, tradicional período de seca na capital, choveu 462,5% mais que a média dos últimos 30 anos. Somente nos 10 primeiros dias de setembro choveu mais da metade do que é esperado para o mês. “As chuvas costumam começar a partir da segunda quinzena de setembro. Não descartamos começar antes porque não existe regra para o tempo. É só um evento ocasional”, explicou a meteorologista Maria das Dores de Azevedo. A cidade já viu ocorrências semelhantes, em 1984, 1989 e 2003.

 

Acostumados à seca, os produtores do Planalto Central trabalham com trigo e feijão irrigado entre agosto e setembro. Tomaram um susto quando no último domingo até granizo caiu sobre as plantações do Programa de Assentamento Dirigido do DF (PAD-DF). As fortes chuvas, acompanhadas de ventania intensa, tombaram ou acamaram(1) o trigo. “Para nós, é inédito chover com esta intensidade neste período”, comentou o produtor Ronaldo Triacca.

 

Quando começaram a plantação, os agricultores da região tomaram medidas para que o vento não derrubasse os trigais. Usaram um hormônio para reduzir o tamanho das plantas para que elas sentissem menos a força do vento. Não adiantou. O desespero foi generalizado entre os produtores.

 

Os prejuízos vieram por causa da dificuldade de colher a lavoura na posição diagonal e por causa das doenças causadas pela umidade, principalmente nos grãos que ficaram cobertos e não pegaram luminosidade. “Os cachos estavam recém-nascidos, agora os grãos não vão encher”, lamentou Ronaldo. De acordo com o escritório da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural na região, os prejuízos com o trigo podem chegar a R$ 3 milhões e com o feijão, R$ 1,5 milhão.

 

A indústria de trigo não faz projeções neste momento, mas os empresários projetam possíveis altas no preço da farinha de trigo e crescimento das importações. “Todos os anos, há essa incerteza de safra. Só acredito no prejuízo no fim de outubro, quando tudo estiver apurado”, afirmou o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Trigo (Abitrigo), Antenor Barros Leal. Na América Latina, o grande vendedor do produto seria a Argentina, mas nos últimos três anos esse país diminuiu a área plantada pela metade.

 

Com o espaço deixado pelos argentinos, Uruguai e Paraguai tentam se consolidar como novos fornecedores ao Brasil, somente este ano já comercializaram 1 milhão de toneladas do produto. Confirmado o tamanho do prejuízo, o Canadá poderá ser o maior beneficiado pela quebra da safra de trigo brasileiro por ser um produtor maior que os países da América do Sul. “Evidentemente, essas notícias tendem a aumentar os preços. Se houver uma queda grande, nossa dependência internacional aumenta muito”, avaliou o presidente da Abitrigo.

 

Brasil

 

No Rio Grande do Sul, os plantadores de fumo perderam quase tudo para o frio e para as enxurradas. Em Santa Catarina, desterramentos cobriram plantações. Para os cafeicultores de São Paulo e Minas, que já enfrentavam problemas de preços, as chuvas diminuíram a qualidade do produto. “Este café que está para colher é prejuízo certo. Piorou a qualidade. Se ele valeria R$ 250 a saca de 60kg, vai valer uns R$ 200”, alertou José Fichina, vice-presidente da Cooperativa Regional de Cafeicultores de São Sebastião do Paraíso (Cooparaíso), localizada em São Paulo.

 

Para o consumidor, o efeito imediato de tanta água pode ser sentido no preço do tomate, da batata, da vagem e da cebola nas Ceasas do país. O caso do tomate foi o mais grave por causa de uma diminuição na oferta. A caixa de 25 kg, que era vendida a R$ 30, passou para R$ 65. Já a batata sofreu elevação de 42%, a cebola, 11% e a vagem, 33%. Todas as altas ocorreram no prazo de uma semana. Os efeitos no DF foram menos sentidos, porque a região de Brazlândia, polo produtor de hortaliças, não foi muito afetada pelo clima.

 

Prejuízo

 

Acamar é um termo comum entre os agricultores. A plantação que deveria ficar na vertical e ter altura de pouco mais de 40cm, fica na diagonal, com muitos cachos de trigo uns sobre os outros e próximos ao chão, o que torna a colheita mais difícil, provocando perdas. Além disso, os grãos que ficam cobertos “pegam” menos sol, o que favorece doenças e também causa prejuízos.f

 


Veículo: Correio Braziliense

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