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12/08/2009 10:14 - Conceição dos Ouros quer certificar polvilho

Ingrediente básico de pão de queijo e biscoito, produto do município tem qualidade e tradição no mercado

 

O município de Conceição dos Ouros, no sul de Minas, a 204 quilômetros de São Paulo (SP), celebrou com festa, na semana passada, a safra da mandioca e o pico de produção do seu mais tradicional produto: o polvilho azedo, ingrediente imprescindível no pão de queijo e no biscoito de polvilho.

 

Apesar da projeção de queda de 15 a 20% na produção, os produtores estão otimistas com a chance de obter certificação de origem do polvilho, emitida pelo Ministério da Agricultura. A certificação é um reconhecimento à tradição e à qualidade de um determinado produto, como marca de uma região ou cidade, o que agrega valor. O polvilho de Conceição dos Ouros é tão famoso no mercado que a cidade é conhecida como a Capital Nacional do Polvilho. O produto é consumido em São Paulo, Rio e Minas. Uma parte é utilizada na própria cidade, por fábricas de pão de queijo e biscoito.

 

O presidente da Associação dos Produtores Rurais e da Agroindústria local, Ocimar Pereira de Carvalho - membro de uma família que há 45 anos fabrica o produto - afirma que o processo de certificação está adiantado. A associação tem 100 sócios, entre os quais 20 fábricas de polvilho. "Em três anos nós já poderemos contar com isso. Além da tradição, temos diferenciais como clima propício e variedades de mandioca adequadas."

 

A Polvilho Orivaldo, empresa de Carvalho, é uma das mais modernas da cidade. Foi pioneira na adoção de tecnologias, inclusive na destinação da manipueira - água poluente e tóxica, que resulta do processamento da mandioca.

 

A água, que antes ia para o rio, causando a morte de peixes, hoje é bombeada para terraços, em curvas de nível e utilizada para recarga do lençol freático e na fertiirrigação. A solução hoje é adotada pelas demais fábricas. "Não há estudos que quantifiquem o efeito da manipueira sobre as lavouras ou pastagens, mas está provado que é um bom adubo", diz o agrônomo Jerônimo José de Carvalho, da Emater local. Segundo ele, além de ser rica em potássio e fósforo, a manipueira funciona como herbicida natural e também controle biológico de pragas da lavoura.

 

SUBPRODUTOS

 

Também têm sido melhor aproveitados subprodutos como a casca - utilizada para adubação e alimentação animal - e a raspa resultante da moagem da mandioca, destinada à alimentação bovina. Comandada com ajuda de seu irmão, João Bosco Carvalho, a empresa destina praticamente 100% de sua produção anual de 15 toneladas para o Rio. Ali o cliente mais famoso é o Biscoito Globo, considerado um produto que tem a "cara do Rio", sendo apreciado principalmente nas praias. Cerca de mil sacas de polvilho são enviadas à fábrica a cada mês.

 

O preço da mandioca, porém, caiu muito. "No ano passado a tonelada chegou a R$ 250, mas caiu para R$ 180, o que fez diminuir a área plantada de dois anos para cá", diz. O preço do saco de 25 quilos de polvilho chegou a R$ 60, mas está sendo vendido por R$ 40. A produção da indústria caiu de 35 mil sacas de 25 quilos no ano passado para 15 mil previstas para este ano.

 

Segundo a Emater no município, neste ano serão colhidas 36 mil toneladas de mandioca na região e fabricadas 9 toneladas de polvilho. Em 2008 foram 52 mil toneladas de mandioca e 13 toneladas de polvilho. Nem toda a mandioca consumida pelas fábricas ourenses, no entanto, é plantada no município, apenas 25% do total; o restante vem de municípios vizinhos como Cachoeira de Minas, Consolação e Paraisópolis.

 

Ideal é raiz ter maior teor de amido

 

A Fazenda Santa Terezinha é uma das maiores produtoras de mandioca de Conceição dos Ouros, com cerca de 50 hectares consorciados com milho. Segundo o agrônomo e administrador da fazenda, João Augusto Storion, o plantio da safra que está sendo colhida agora foi feito em 2007 - o ciclo da mandioca é de 18 meses - e atrasou por causa da seca.

 

"Logo após o plantio houve muita chuva e isso trouxe problemas para a produtividade, o que repercute na colheita", diz Storion. Na fazenda, a produtividade média de 32 toneladas por hectare reduziu-se em 40%, sofrendo também com o ataque da mosca branca, que atingiu as lavouras da região.

 

Na concorrência com o Paraná, segundo ele, Conceição dos Ouros perde por causa do custo, que é três vezes maior do que a média do mercado exportador de fécula, e a falta de tecnologia para a mandioca, causando impacto localmente. "Nós levamos a vantagem de ter um produto incomparavelmente superior aos demais que estão no mercado."

 

O Paraná é um dos maiores produtores de mandioca do Brasil e deve ampliar a área plantada neste ano, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral). A estimativa é a de que aumente de 148 mil hectares para 192 mil hectares de área plantada. O Brasil produziu no ano passado 26,6 milhões de toneladas de raiz de mandioca, devendo repetir este volume neste ano.

 

De acordo com Storion, as variedades adotadas pelos produtores do município foram desenvolvidas pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC-Apta), a partir da mandioca brava, a mesma que se usa para fazer farinha. É uma mandioca com alto teor de ácido cianídrico e não serve para ser cozida.

 

MAIS AMIDO

 

"São a IAC 12, IAC 13 e IAC 14, variedades que possuem maior teor e mais qualidade do amido, tolerância à bacteriose e maior sombreamento, gerando menos trabalho no controle do capim, entre outras características", afirma. Em Conceição dos Ouros a produtividade média chega a 18 toneladas por hectare, cerca de 30% acima da média nacional.

 

As informações são confirmadas pela pesquisadora do IAC, Teresa Losada Valle. Ela explica que essas são variedades que se adaptaram bem à região de Conceição dos Ouros. Segundo ela, a IAC 12 não é bem aceita no Paraná porque não se adapta ao plantio mecanizado e a IAC 13, por causa da tendência ao alongamento das raízes, embora sua película clara seja um atrativo para a indústria.

 

"Já a IAC 14 tem a película escura, o que não agrada muito às fábricas de farinha, mas é a preferida na produção de fécula, por causa da boa porcentagem de amido, que proporciona alto rendimento industrial", diz. A variedade é de porte alto e se adapta bem a solos de baixa fertilidade. De modo geral, as variedades utilizadas em Conceição dos Ouros rendem 25% de amido.

 

Veículo: O Estado de S.Paulo

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