Empresários alegam que vendas não cobrem os custos, ao contrário do que ocorre nas grandes redes.

Donos de supermercados de menor porte de Minas Gerais criticam o excesso de feriados prolongados em 2009. De acordo com os empresários, a abertura da loja nestas ocasiões pode até gerar prejuízos. Segundo eles, as despesas operacionais, os gastos com horas extras e com energia pesam mais do que o ganho nas vendas, que podem ser até 70% menores do que em um dia normal. O oposto ocorre nas grandes redes, que preferem abrir as portas nestes dias.

De acordo com Gilson de Deus Lopes, proprietário do Supermercado Prado, na Zona Oeste da Capital, não compensa abrir a loja em um dia de recesso, principalmente pelo fato de o bairro ficar vazio. "Significa perda funcionar no feriado. O fluxo e as vendas ficam 70% menores. Com as diversas despesas, não é válido, comercialmente, ficar aberto, pois não temos público", diz.

O dono do Supermercado Eldorado, em Itaú de Minas, no Sul do Estado, Luiz Carlos de Faria, concorda e afirma que a demanda fica muito pequena no feriado prolongado, com até 30% de retração. "As pessoas compram antes ou depois do recesso. No próprio dia, não há consumidores suficientes para compensar as despesas com energia e funcionários, que são altas", explicou.

Segundo ele, o excesso de feriados prolongados prejudica muito o faturamento da loja, e até mesmo cria comportamentos de inadimplência nos clientes. "Aqui na cidade, as pessoas saem para viajar e gastam muito fora. Assim, ficam endividadas com as compras no supermercado. Definitivamente, não vale a pena", concluiu.

Contramão - Já as redes maiores não abrem mão de abrir durante os recessos. De acordo com o gerente de marketing dos Supermercados Bahamas, em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, Nelson Júnior, a abertura no feriado já faz parte da estratégia de vendas da empresa. "Nem pensamos em ficar fechados nesses dias. Nos feriados, fazemos ofertas e temos sempre uma demanda alta. Em 21 de abril, ficamos 5% acima de um dia normal", calculou.

Para o proprietário da rede Supermercados Candidés, em Divinópolis, Centro-Oeste de Minas Gerais, Gilson Teodoro Amaral, a grande quantidade de feriados no Brasil é preocupante para o setor. No entanto, segundo ele, em 2009 a situação está diferente.

O último feriado foi aquecido, com fluxo 10% maior do que um dia comum, conforme informou. "uma data interessante pois as pessoas têm tempo para fazer as compras. No nosso caso, não temos perdas e, sim, ganhamos quando ficamos abertos", destacou Amaral.

Opção - Segundo o superintendente da Associação Mineira de Supermercados (Amis), Adilson Rodrigues, cada supermercado, dependendo da cidade ou do perfil de atuação, deve ter o direito de abrir ou não no feriado, caso seja interessante comercialmente. "Temos que respeitar o direito do empresário abrir", afirmou.

Para ele, cada loja, de acordo com a região ou a cidade em que está localizada, tem uma demanda diferente na ocasião. "Grandes ou pequenas, em alguns lugares compensa abrir, e em outros não. Se há fluxo, devem estar abertas. Caso forem instaladas em uma cidade que se esvazia muito no feriado, é melhor ficarem fechadas. A questão é que funcionários e consumidores devem ser respeitados" completou.

Veículo: Diário do Comércio - MG