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28/09/2016 10:44 - Dia das Crianças não anima o comércio

Setor em Belo Horizonte estima queda de 10,22% no valor do tíquete médio com presentes neste ano

 
O Dia das Crianças na capital mineira deverá ser mais “magro” em 2016. Pelo menos é o que projetam os empresários belo-horizontinos. De acordo com pesquisa divulgada ontem pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), os comerciantes preveem para este ano uma redução de 10,22% no valor do tíquete médio dos presentes, que deve ficar em R$ 107,90. Em 2015, o preço médio estimado era de R$ 120,18.
 
A expectativa por um gasto menor por parte dos consumidores é reflexo do maior pessimismo entre os lojistas para a data neste ano. De acordo com o levantamento da CDL-BH, 37% dos empresários acreditam que as vendas do Dia das Crianças serão piores ou muito piores em 2016. No ano passado, esse número era bem menor, atingindo 28,5% dos entrevistados. Desde janeiro, o comércio na Capital tem somado sucessivos resultados ruins nas principais datas comemorativas, que não têm sido capazes de aquecer o varejo e têm desanimado o setor.
 
“O empresariado sabe que ainda vai levar um tempo para que o setor produtivo e o consumo sejam estimulados”, avalia a economista da CDL-BH, Ana Paula Bastos. Do restante dos entrevistados, em contrapartida, 31% se mostraram otimistas, prevendo um desempenho melhor ou muito melhor para a data do que em 2015, enquanto outros 31% projetam vendas iguais na comparação com o ano anterior.
 
Para os lojistas, os presentes mais procurados pelos consumidores serão respectivamente roupas (38,9%), brinquedos (24,1%), calçados (22,2%) e doces e bombons (3,7%). Segundo os empresários, os belo-horizontinos que resolverem presentear as crianças com roupas vão desembolsar em média R$ 101,98, o valor mais alto dentro desse grupo. Já os que escolherem os calçados terão um gasto em torno de R$ 83,75. Para os brinquedos, o preço médio estimado é de R$ 79,17. Os doces e bombons aparecem como a opção mais barata entre as quatro citadas: R$ 50.
 
Com a renda restrita, os moradores da Capital deverão dar preferência à forma de pagamento parcelada no cartão de crédito, na opinião de 63% dos entrevistados, seguida de dinheiro (26%) e à vista no cartão de crédito (4%). “Os comerciantes sabem que a renda das famílias está cada vez menor devido ao encarecimento do custo e ao desemprego. Por isso, eles acreditam que as pessoas vão dividir a compra de forma que a parcela se encaixe no orçamento familiar”, destaca Ana Paula.
 
Para a CDL-BH, o desempenho do comércio em outubro deve variar entre -1,49% e +1,12%, frente ao mesmo período de 2015. A entidade calcula que as vendas do Dia das Crianças devem injetar de R$ 2,14 bilhões a R$ 2,19 bilhões na economia do município.
 
Estoques - Preocupados em evitar mais prejuízos, os lojistas de Belo Horizonte não pretendem fazer grandes estoques para o 12 de outubro. Ao todo, 45% dos empresários informaram que vão manter o nível de mercadorias semelhante ao do ano anterior e 38% revelaram que terão um estoque menor ou muito menor. Apenas 12% vão investir no maior volume de produtos.
 
Entre as estratégias para atrair os consumidores, as mais citadas foram promoção, valor dos produtos e liquidação (27%), decoração (23,3%) e divulgação (12,6%). As redes sociais, segundo 38,2% dos empresários, serão o meio mais utilizado para divulgar as mercadorias, serviços e promoções da data. A escolha por esse tipo de mídia, de acordo com a economista da CDL-BH, é explicada pelo menor custo e maior alcance.
 
“Esses canais serão os mais utilizados devido ao seu baixo custo de investimento e ao alto retorno junto aos consumidores”, analisa.
 
Para 25% dos lojistas, o principal fator que pode contribuir para as vendas na data neste ano é o aumento da renda real dos trabalhadores. Em contrapartida, 45% acreditam que o desemprego pode ser o grande vilão do comércio para o 12 de outubro.
 
Fonte: Jornal Diário do Comércio de Minas

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