Geral
16/03/2009 14:44 - Custo menor e diversidade de uso sustentam demanda por plástico
Um volume crescente de materiais reciclados está sendo estocado na Cooperativa de Coleta Seletiva da Capela do Socorro (Coopercaps), na zona sul da capital paulista. O aumento é decorrência da crise econômica, que derrubou a demanda - e os preços - da sucata ferrosa, dos plásticos, do papel, do alumínio e do vidro. No entanto, segundo Sandra Regina Eyer Caselta, membro do conselho administrativo da Coopercaps, o plástico está entre os produtos que têm apresentado menor queda da demanda. "É o material mais fácil de vender", disse.
"A queda dos preços também reflete uma questão sazonal, mas a crise das commodities afetou os negócios com os reciclados, o plástico foi o que caiu menos, proporcionalmente", disse André Vilhena¨, diretor executivo do Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre). Em decorrência da demanda, que não caiu tanto quanto a de outros materiais, o preço de alguns tipos de plástico foi o que menos caiu, entre todos os materiais recicláveis, conforme dados computados pela entidade.
No primeiro bimestre de 2008, a tonelada do PET era vendido por entre R$ 800 e R$ 1,1 mil, o produto prensado e limpo comercializado em cooperativas de São Paulo participantes de programas de coleta seletiva. Um ano depois, o preço caiu até 31,8%, para R$ 750 por tonelada. Já o plástico filme, que era vendido por entre R$ 600 e R$ 1 mil a tonelada entre janeiro e fevereiro do ano passado, hoje é vendido a R$ 400, a tonelada limpa e prensada, queda que variou de 33% a 60%. Apesar da redução significativa, foi menor do que a de outros materiais: o preço do papelão caiu de 70%, o produto prensado e limpo; a tonelada da lata de aço já vale 75,7% menos, enquanto a lata de alumínio custa 45% menos a tonelada.
Entre os representantes da cadeia do plástico, a explicação para uma queda menos brusca na demanda está na redução dos custos de produção. "O preço do plástico reciclado pode ser até 40% mais barato que a resina virgem", explicou Merheg Cachum, presidente da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast). "Usado em composição com a resina virgem, o plástico reciclado consegue manter praticamente todas as características e ajuda na redução dos custos", afirmou. O executivo ressaltou que o plástico reciclado é usado, em parte, para produzir brinquedos, utensílios domésticos e embalagens de produtos de limpeza, que possuem custo unitário mais baixo, em relação aos bens duráveis, e por isso as vendas não foram tão impactadas pela crise financeira e a consequente redução do crédito.
Segundo o Instituto Sócio-Ambiental dos Plásticos (Plastivida), a reciclagem de plásticos cresce, em média, 13,7% ao ano, nos últimos cinco anos. "No mesmo período, o PIB cresceu em média 3,4% ao ano", disse o presidente da entidade, Francisco de Assis Esmeraldo. Em 2007, dado mais recente disponível, foram recicladas 962,56 mil toneladas, conforme levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2003, primeiro ano da pesquisa, eram 702,99 mil toneladas, o que representa alta de 36,9%, em quatro anos.
Do volume total coletado em 2007, 560 mil toneladas foram obtidas por meio da coleta seletiva e o restante é resíduo gerado nas empresas. "O Brasil recicla cerca de 21,2% do plástico descartado, é mais do que a média da União Européia, de 18,3%", destacou Assis.
Dentre os tipos de resinas, o PET, o polipropileno e o polietileno são as que mais se recicla, explicou o executivo. De acordo com Auri Marçon, diretor da Associação Brasileira da Indústria do PET (Abipet), em 2007 foram reciclados 231 mil toneladas de PET, o que correspondia a 53,5% do total de garrafas descartadas. "Ao longo dos últimos anos foram desenvolvidas aplicações para o PET reciclado em diversos setores industriais e isso ajuda a fazer com que a demanda se mantenha mesmo com a crise, porque nem todos os setores foram afetados da mesma maneira."
De acordo com Marçon, atualmente cerca de 50% do total da resina reciclada é utilizada pela indústria têxtil, seja para a produção de fibra de enchimento, não-tecido (também conhecido como TNT) ou vestuário, mas a indústria química também utiliza o material em larga escala, para a produção de resinas estruturais usadas em revestimentos de tanques industriais, tanques, caixas d’água e piscinas.
Veículo: Gazeta Mercantil

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