Geral
05/01/2016 10:12 - Setor industrial tem a maior queda em 12 anos
Pela primeira vez em 2015, em novembro, todos os ramos da indústria tiveram menor demanda na comparação anual, com destaque para os setores têxtil, automotivo, metalúrgico e mineração.
O consumo de energia elétrica pela indústria brasileira recuou 8,9% em novembro de 2015 em relação ao mesmo período do ano anterior. O resultado, segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), foi o pior registrado para o mês nos últimos 12 anos.
A queda registrada em novembro também foi considerada a maior de 2015, ano em que a demanda industrial por eletricidade já vinha caindo desde janeiro. No mês, o segmento consumiu 13,8 mil gigawatts-hora (GWh) de energia, ante 15,2 mil GWh em 2014. No acumulado do ano, o recuo foi de 5,1%, de 164,4 mil GWh no ano anterior para 156,1 mil GWh em 2015.
Somada à retração de 2,2% no mercado residencial e de 2,6% no comércio, a redução do consumo na indústria levou a um recuo de 4,4% na demanda total por energia elétrica no Brasil em novembro. No consolidado do ano desde janeiro, o País consumiu 425,9 mil GWh, 2,1% a menos do que em 2014.
Em novembro, pela primeira vez no ano, todos os dez ramos industriais pesquisados tiveram resultados negativos. O setor têxtil foi o que apresentou maior retração do consumo de energia, com queda de 15,3% na comparação anual. Em seguida, vieram as áreas automotiva, recuando 14,8%, e de produção de materiais metálicos (exceto máquinas e equipamentos), caindo 13,6%.
Também pela primeira vez em 2015, a demanda por eletricidade na mineração caiu, uma retração de 7,6%. Segundo a EPE, apesar do avanço do consumo na extração de minério de ferro no Pará, os estados do Espírito Santo e Minas Gerais registraram declínios após do desastre ambiental em Mariana, que paralisou a produção em algumas unidades.
O ramo metalúrgico, afirma a estatal, também vem enfrentando grandes desafios e reportou uma queda de 11,7%. Para a EPE, os principais obstáculos que pressionaram o setor foram os estoques altos nos distribuidores de aço e o enfraquecimento do mercado, sobretudo dos compradores das indústrias automobilística, de bens de capital, eletrodomésticos e construção civil.
Mercado Livre
A situação no mercado livre de energia, em que os consumidores compram energia diretamente dos geradores, também não é das melhores. Segundo a maior empresa comercializadora que atua no ramo, a Comerc, o consumo de energia dos seus clientes caiu 3,84% em novembro na comparação com o mesmo mês de 2014.
De acordo com a companhia essa foi a 11ª queda anual consecutiva registrada no ambiente livre, que concentra os maiores clientes industriais do País. Para a Comerc, a retração pode ser explicada pela menor demanda industrial e pelo desaquecimento da economia.
O setor mais crítico foi o de Veículos e Autopeças, cujo consumo no mercado livre despencou 20,5% em novembro. Logo atrás, ficaram os Manufaturados (-11,56%) e a Eletromecânica (-11,17%).
Veículo: Jornal DCI
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