Geral
23/11/2015 10:11 - Melhora na qualidade dos importados já preocupa fabricantes de calçados
Mesmo com uma vantagem adicional trazida pela valorização do dólar frente à moeda brasileira, o setor está de olho no avanço dos asiáticos na disputa pelo mercado de maior valor agregado.
O avanço da qualidade dos calçados asiáticos já preocupa as fabricantes brasileiras. O setor teme perder mais espaço diante dos investimentos da concorrência em produtos de maior valor agregado .
"Aos poucos vemos os [fabricantes] asiáticos se especializando cada vez mais e não duvidamos que, em pouco tempo, estarão prontos para competir conosco também em qualidade", avaliou o presidente do Sindicato da Indústria de Calcados de Franca (Sindifranca), José Carlos Brigagão do Couto, em entrevista ao DCI.
Segundo ele, embora as fabricantes do polo calçadista de Franca (SP) não enfrentem uma concorrência expressiva com importados, estão atentas para a melhora na qualidade dos concorrentes de outros países, principalmente as indústrias asiáticas, fortes no segmento de sintéticos.
"O produto de Franca é, na maioria, de couro e nós trabalhamos para atender as exigências específicas de cada cliente. Já os asiáticos, ganham na venda em grande escala e baixo preço. São produtos diferentes para públicos diferentes", disse ele.
Na avaliação do presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Heitor Klein, a mudança no perfil dos concorrentes asiáticos é natural. "Assim como a nossa indústria, o caminho esperado para essas empresas é buscar nichos de maior valor agregado."
A estratégia para não perder espaço no segmento de maior valor agregado, defendeu Klein, é estar sempre à frente das empresas de outros países.
"Estamos trabalhando há quase 10 anos para o setor investir em desenvolvimento de produto, design diferenciado e construção da marca", lembra.
O sócio diretor da consultoria Iemi Inteligência de Mercado, Marcelo Prado, fez avaliação similar em entrevista recente ao DCI. Para ele, o caminho para a indústria nacional ser competitiva no País e também avançar em outros mercados consumidores passa, necessariamente, pelo trabalho de construção de marca das fabricantes.
"As empresas que investem na construção de uma marca própria, que se diferencia da concorrência, têm sempre mais chances de terem melhor desempenho", lembrou Prado.
Exportação
Para Couto, do Sindifranca, a alta do dólar nos últimos meses, além de ajudar o setor a reduzir a presença de importados no mercado brasileiro, tem levado a indústria a concentrar esforços nas exportações.
O reflexo dessa mudança na estratégia, de acordo com o dirigente, deve aparecer apenas nos números do setor no último trimestre deste ano.
"Isso acontece porque o mercado externo trabalha com programas de compra maior prazo. Os negócios têm programação de seis meses, um ano ou dois. Além disso, estamos tendo de reaprender a buscar os negócios e os clientes fora do País", detalha ele.
Couto explica que, para ajudar as fabricantes, o Sindifranca tem desenvolvido projetos de apoio aos exportadores, como uma parceria firmada com a Câmara de Comércio e Indústria Brasil China, que visa a formação de um grupo para explorar oportunidades de negócio no mercado chinês.
Embora beneficie as vendas para outros países, o real mais barato também impacta o caixa das indústrias, lembra ele. "Muitos calçadistas importam matéria-prima e, se o aumento [dos custos] persistir nesse ritmo, isso pode pesar no preço do produto e o calçado pode voltar a perder competitividade lá fora", destaca Couto.
O custo com mão de obra, mais elevado em comparação com os asiáticos, também é uma queixa constante do setor quando o assunto é competitividade. Mas Klein, da Abicalçados, lembra que a produtividade da mão de obra brasileira melhorou nos últimos anos. "Ainda pode melhorar, mas os incrementos serão menores, porque a mão de obra já tem bom nível de produtividade."
A principal pauta do setor no próximo ano, observa o dirigente, será a exportação de calçados, mesmo que a quantidade comercializada permaneça inferior ao mercado local.
"As vendas internas sempre foram muito fortes, mas devemos recuperar parte do mercado externo que, nos anos de real valorizado, a indústria perdeu. Com o importado mais caro, o produto nacional avança também no mercado interno. Mas o consumo local continua retraído", ressalta ele.
Veículo: Jornal DCI
Veja mais >>>
25/10/2024 15:51 - Presente em 98,8% dos lares, macarrão é categoria potencial para varejo alimentar21/08/2024 17:56 - Consumidores brasileiros focam em alimentação saudável
28/06/2024 10:21 - Como será o consumidor de amanhã?
27/06/2024 09:15 - Show de Paul McCartney em Floripa tem apoio do Angeloni Supermercados
25/06/2024 08:58 - Supermercados “étnicos” ganham força no varejo americano
24/06/2024 11:22 - Grupo Pereira reforça inclusão no mês dos Refugiados e Imigrantes
24/06/2024 11:22 - Roldão beneficia 200 crianças com Arraiá Solidário
24/06/2024 11:10 - Mais uma inauguração: Rede Bom Lugar chega a São Miguel Arcanjo (SP)
24/06/2024 11:07 - Sam’s Club e Atacadão chegam juntos em João Pessoa (PB)
21/06/2024 09:04 - Sadia celebra os seus 80 anos em grande estilo
20/06/2024 09:07 - Supermercados Pague Menos participa de ações de empregos
19/06/2024 09:15 - Supermercadistas criam vídeos virais e atraem clientes
18/06/2024 08:54 - Grupo Savegnago abre 500 vagas de emprego para pessoas com mais de 50 anos de idade
18/06/2024 08:53 - Natural da Terra anuncia Paulo Drago como novo CEO
18/06/2024 08:50 - Coop anuncia novos executivos em sua diretoria