Somente neste ano, volume alcançou 25 mil litros, ante 10 mil extraídos em 2014, alta de 150%.

A produção de azeite na área de atuação da Associação dos Olivicultores dos Contrafortes da Mantiqueira (Assoolive), que envolve municípios de Minas Gerais e São Paulo, vem batendo recordes. Somente neste ano o volume alcançou 25 mil litros, frente aos 10 mil extraídos em 2014, alta de 150%.

O aumento de produção se deve ao período de maior produtividade das oliveiras, ao clima favorável e ao aumento da área cultivada. A expectativa inicial para a próxima safra é de uma produção de 50 mil litros de azeite, se concretizado, o incremento será de 100%.

A produção de azeitonas somou 260 toneladas neste ano, volume 270% superior às 70 toneladas colhidas em 2014, ano esse em que a produtividade das lavouras foi baixa. Para 2016, a expectativa é colher 400 toneladas do fruto.

A área plantada com as oliveiras na Serra da Mantiqueira é de mil hectares, desse total, cerca de 800 hectares estão em Minas Gerais, distribuídos por 45 municípios. Apenas 10% da área plantada estão em idade de produção efetiva, que acontece a partir do quinto ano da planta. O percentual maior de produção acontecerá entre dois e três anos, com a maior parte da área entrando na fase adulta.

A partir de 2017, quando a maior parte das oliveiras estará em efetiva produção, a estimativa é gerar 400 mil litros de azeite por safra. "A produção tem um potencial de crescimento muito grande nos próximos anos, em função do salto na produtividade das oliveiras quando completam cinco anos. Nas áreas de atuação da Assoolive, a maior parte do plantio está com três anos, por isso, daqui a dois anos teremos um incremento significativo na produção", explica o presidente da Assoolive, Carlos Roberto Melo Diniz.

Clima - Para 2016, as estimativas ainda são cautelosas em função da atual condição climática. De acordo com Diniz, as oliveiras não necessitam de grandes volumes de água para se desenvolverem, porém, precisam de temperaturas amenas durante a florada, o que não aconteceu neste ano.

"Um dos problemas enfrentados neste ano foi o inverno quente demais. Não sabemos como será a próxima produção devido às altas temperaturas. A florada acontece de julho a setembro e em outubro começa a formação dos frutos, o que observamos até o momento são algumas oliveiras com floradas aquém das registradas no ano passado, mas uma avaliação mais concreta só poderá ser feita em novembro. Vamos manter uma estimativa conservadora, de uma produção em torno de 400 mil quilos de azeitona e de 40 mil litros de azeite em 2016", avalia Diniz.

Por ser um azeite fresco e com qualidade superior, a demanda pelo produto é crescente, principalmente pelas casas especializadas, empórios e restaurantes gourmets. Devido ao diferencial da qualidade, os preços pagos pelo produto da região são superiores aos demais disponibilizados no mercado. O vidro com 250 mililitros é negociado, em média, a R$ 35 e a procura é grande.

"Produzimos um azeite de alta qualidade, porque ele é fresco e utilizamos técnicas modernas de produção. O período entre colher as azeitonas, processar e disponibilizar no mercado é bem mais rápido do que os importados, que ficam estocados. Essa característica é o nosso grande diferencial. Além disso, conseguimos extrair o produto em menos de 24 horas, o que faz com que o nosso azeite tenha melhor qualidade", explica.

Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG