Geral
19/10/2015 11:38 - Chuva encarece produção e derruba captação do leite no RS
Os temporais que atingiram o Rio Grande do Sul e a chuva constante comprometem a produção leiteira. Um levantamento do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat) mostra que a captação caiu, em média, 6,5%, o que representa um queda de 850 mil litros de leite/dia em relação à média estadual diária de 13 milhões. “A situação está difícil. Se as chuvas persistirem, podemos chegar a ter uma redução de produção mensal da ordem de 25 milhões de litros”, pontuou o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra.
A preocupação é compartilhada pelo presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do RS (Fetag), Carlos Joel da Silva. Ele salienta que a chuva não está deixando as pastagens se desenvolverem no Interior.
Uma das propriedades atingidas é a de Gelsi Belmiro Thums, na localidade de Santa Clara Baixa, interior de Carlos Barbosa (RS). Com as chuvas dos últimos três meses, ele viu a produtividade média das 24 vacas cair de 35 litros/dia para 30 litros/dia e os custos aumentarem. Cooperado da Santa Clara há 39 anos, ele relata que o solo ficou encharcado, prejudicando o desenvolvimento do azevém cultivado para alimentar o gado no inverno.
Sem pasto, a alternativa foi ampliar a oferta de ração, silagem e feno aos animais, o que elevou os custos com alimentação. Além do aumento do gasto com ração, o produtor calcula que, computando despesas adicionais com combustível e energia, o custo de produção teve um incremento de 35% em 2015.
Para os próximos meses, a tendência nos tambos é de cautela. Apesar do preço do leite ao produtor vir se mantendo estável, Thums teme queda da rentabilidade, o que pode fazer muitos criadores cortarem até mesmo a ração do gado leiteiro. “Aí fica pior ainda. Vai ter muita gente parando. Produzir vai ficar muito caro”, alertou.
As dificuldades climáticas ainda devem atingir a produção no verão. Isso porque, mesmo que as chuvas deem uma trégua, muitos produtores estão com o plantio das lavouras de milho destinadas à confecção de silagem atrasado – processo que também está mais caro. Produtores preveem aumento de 45% no custo da produção da silagem, sem contar as perdas de quem já semeou.
Veículo: Jornal Correio do Povo - RS
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