Retração em agosto foi o 8º resultado negativo apurado pelo IBGE nos últimos nove meses



O comércio varejista em Minas Gerais voltou a apresentar queda em agosto. De acordo com a Pesquisa Mensal do Comércio (PME), elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a retração foi de 0,2% no volume de vendas em relação ao mês anterior, na série dessazonalizada. Este foi o 8º resultado negativo nos últimos nove meses (desde dezembro de 2014). O setor acumulou perda de 4,7% em relação a novembro de 2014, ponto mais alto da série.

Naa mesma base de comparação, no País foi observada queda de 0,9% em agosto, 7º resultado negativo consecutivo, acumulando uma redução de 8,9% frente a novembro passado.

Na série sazonal, a queda nas vendas do comércio varejista em agosto, frente a igual período do ano anterior, chegou a 2,8% no Estado, com alta de 1,9% na retração nos oito primeiros meses do ano e redução de 0,3% nos últimos 12 meses.

De acordo com o IBGE, os resultados mostram que o comércio em Minas Gerais, após uma breve recuperação no segundo semestre de 2014, quando apresentou resultados anualizados de crescimento em torno de 2,5%, passou a perder fôlego neste ano, com desaceleração a partir de janeiro e resultados negativos desde junho.

"Vários fatores contribuíram para que o desempenho do comércio acumulasse novas quedas. O atual cenário econômico, onde houve aumento do desemprego, dos juros e da inflação, fez com que o poder de compras dos consumidores ficasse menor. Além disso, a maior cautela e o receio em contrair dívidas faz com que as compras sejam menores, impactando diretamente no desempenho do comércio varejista", explicou o analista do IBGE Minas, Antônio Braz.

Na comparação de agosto com igual mês do ano anterior, as maiores quedas foram verificadas no comércio de móveis (22,5%), seguido por equipamentos e materiais de escritório, informática e comunicação (21%), livros, jornais e revistas (14,9%) e tecidos, vestuário e calçados (13,8%).

Levando em consideração o resultado do comércio varejista ampliado (que inclui veículos, motocicletas, partes e peças e material de construção), a queda nas vendas em agosto foi de 13%, com retração no grupo de material de construção de 9% e recuo no de veículos, motocicletas, partes e peças de 29,7%.

No acumulado de 12 meses, o setor no Estado apresentou queda de 4,1% se levado em conta os dados de vendas do comércio varejista ampliado. Algumas atividades já apresentam, em Minas Gerais, resultados negativos em longo período.

A situação é retratada no desempenho do grupo de móveis, com retração de 12,6%; no de tecidos, vestuário e calçados, que encerrou os 12 últimos meses com retração de 5,1%; e o segmento de livros, jornais, revistas e papelaria, com queda de 9,9% nos últimos 12 meses.

A mesma situação é verificada no segmento de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, que caiu 19% nos últimos 12 meses, e no grupo de veículos, motocicletas, partes e peças, com redução de 11,1% nas vendas nos últimos 12 meses.

Acumulado - Nos oito primeiros meses frente a igual intervalo de 2014, houve retração de 1,7% nas vendas do comércio varejista e queda de 6,7% no varejo ampliado. Neste período, as maiores retrações foram observadas em equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (21,2%), móveis (13%), eletrodomésticos (11,1%), livros, jornais e revistas (8,8%) e tecidos, vestuário e calcados (5,5%). As negociações de veículos, motocicletas, partes e peças recuaram 15,3% e as vendas de materiais de construção ficaram 8,4% menores.

No acumulado do ano até agosto, somente três setores tiveram resultados positivos. No setor de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos, as vendas foram 4,8% superiores às registradas em igual período de 2014. Já o grupo de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebida e fumo apresentou elevação de 0,5% e o setor de outros artigos de uso pessoal e doméstico, de 2,5%.



Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG