Capital pernambucana teve a maior queda do índice e o IPCA fecha em 0,17% em setembro, de acordo com os dados divulgados pelo IBGE.

Comprar comida está mais barato no Recife. O custo com alimentação caiu -0,29% em setembro e segurou a alta do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medidor oficial da inflação. Foi a maior queda do setor no Brasil e não é tão pequena como parece.

A alimentação representa 27% de todos os itens que compõem os gastos do recifense e que forma a cesta medida pelo IBGE para calcular o comportamento dos preços. Portanto, qualquer impacto nesse setor provoca o resultado total. Em setembro, o Recife teve alta geral de 0,17%, contra 0,18% de agosto. No Brasil, a alta foi de 0,54% e já acumula 9,49% nos últimos 12 meses. O item de maior alta local seguiu um comportamento nacional: o botijão de gás subiu 13,21% no Recife e 12,98% no Brasil, atingindo o setor de habitação.

Segundo o gerente de projetos especiais do IBGE, Fernando Gonçalves, a queda de preços poderia ter sido ainda maior na alimentação do Recife. “O setor de alimentação é subdivido. As quedas foram na refeição dentro de casa (-0,65%) e não puxou tanto a queda do setor porque a refeição fora de casa subiu 0,57%”, explica. “Vários itens que compõem a feira dos recifenses caíram de preços, principalmente a cebola, que apresentou queda de 18,08%, além de tomate (-8,55%) e frango inteiro (-5,88%). Recife foi premiada com a maior queda de preços do setor, principalmente num conjunto que tanto impacta na bolso do recifense”, pontua. Brasília, Belém, Salvador, Curitiba e Campo Grande também apresentaram redução nos preços das comidas.

No lado ruim da conta, o gerente de projetos especiais do IBGE, Fernando Gonçalves, reforça o caso do botijão de gás. “Ele (o preço do botijão) subiu no país inteiro e foi o vilão do setor de habitação em todas as capitais. No Brasil, a alta de 12,98% do valor do produto contribuiu fortemente para a alta de 1,30% do setor e da acelerada de 0,54% do IPCA como um todo. No Recife, essa relação foi de 13,21% da alta do produto, com reflexo de 0,60% setorial”, explica.

A alta geral do gás é resultado do reajuste de 15% autorizado pela Petrobras nas refinarias, com vigência a partir do dia primeiro de setembro. Os estados apresentaram aumentos acima e abaixo desse percentual, mas esse item foi responsável por 25% do aumento geral de preços. Para se ter ideia, o preço do gás, segundo o IBGE, acumula 17,56% neste ano, indo dos 9,03% de Campo Grande até os 23,91% de Curitiba. Outra elevação setorial de preços no Recife foi no pacote de artigos de residência, fechando setembro com alta de 1,20%. “Quase tudo subiu nessa área: mobiliário (2,19%), eletrodomésticos (1,27%) e produtos de informática (1,70%)”, resume.

Veículo: Jornal Diário de Pernambuco