Geral
25/09/2015 09:56 - Na contramão da crise, mercado da beleza aposta em novidades
Cosméticos que levam o caulim fazem sucesso no Pará. Indústria acredita na sustentabilidade
A crise econômica que afeta vários setores no Brasil há meses parece não ter chegado ao mercado da beleza e está longe de chegar. É o que revelam os dados da ABIHPEC (Associação Brasileira da Indústria de Higiene pessoal, Perfumaria e Cosméticos) para 2015, que mostram um aumento de 11,8% de vendas no setor, números que podem contribuir para elevar o Brasil à vice-liderança no mercado mundial até 2017. Quando o assunto são produtos de beleza, perdemos somente para os Estados Unidos e a China em consumo.
Só para se ter uma ideia, no Brasil existem 2.522 empresas atuando no mercado de produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, sendo que 20 delas são de grande porte e têm faturamento líquido acima dos R$ 100 milhões. Juntas, elas representaram 73% do lucro total de R$ 43,2 bilhões em 2014. Aqui no Pará temos 13 empresas inseridas nesse cenário positivo, com crescimento previsto para 8,3% este ano. A esteticista paraense Josilene Ramos, de 29 anos, retrata o sucesso que o mercado faz entre homens e mulheres. Há três anos ela abriu um clínica de estética em Belém e trabalha com produtos vindos principalmente do mercado local como cosméticos que contém a argila branca ou caulim, por exemplo.
"Quando um cliente chega ao centro de estética nós fazemos uma avaliação e escolhemos o tratamento. Como aqui, por causa do sol temos muitas pessoas com a pele manchada, usamos sempre a argila branca para limpar e hidratar a pele. Ela é indicada para o tratamento de manchas, peles sensíveis e delicadas. É a mais leve de todas, e ainda possui propriedades cicatrizantes devido à elevada porcentagem de alumínio presente em sua composição", explicou ela à reportagem do ORM News.
A esteticista conta que se o problema for muito grave, o cliente é encaminhado para um dermatologista. Todos os meses ela atende cerca de 100 pessoas na clínica e quase todas passam pelo tratamento com a argila. "Sempre usamos produtos da Amazônia que são bastante eficazes no tratamento de problemas na pele. Nem precisamos ir longe para encontrá-los e os clientes já sentem a diferença na primeira sessão", completa.
Caulim para transformar
O setor de cosméticos no Pará ganhou um novo 'fôlego' quando as empresas passaram a vislumbrar parcerias qua aliam sustentabilidade e inovação. É o caso da Chamma da Amazônia, empresa genuinamente paraense que está há mais de 50 anos no mercado e desenvolve produtos tendo como base a matéria-prima encontrada na região.
Em parceria com a Imerys, empresa que fornece soluções especiais de base mineral para a indústria, a Chamma desenvolve desde 2014 uma linha de produtos com caulim em suas fórmulas. São esfoliantes corporais, máscaras faciais e hidratantes, sendo estes dois últimos os mais vendidos nas prateleiras espalhadas pela cidade. Quando o insumo chega à empresa, que tem sede em Belém, passa por um rigoroso processo de fabricação até virar cosmético. Depois disso, todos eles são testados dermatologicamente nos laboratórios da Chamma credenciados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
"Nós temos um contrato de parceria com a Imerys, isso nos garante um fornecimento contínuo, padronizado e de qualidade da matéria-prima. Por outro lado, divulgamos mutuamente as propriedades da linha de produtos, que são dermatologicamente testados. A medida traz segurança e tranquilidade ao nosso cliente. Isso acontece porque nos certificamos dos benefícios desse insumo nas formulações cosméticas", destaca Fátima Chamma, diretora da empresa, ressaltando ao ORM News que a Chamma da Amazônia tem como diferencial o desenvolvimento e aprimoramento dos produtos cosméticos ao longo dos anos.
Integrante do Sinquifarma (Sindicato da Indústria de Produtos Químicos, Farmacêuticos e de Perfumaria do Estado do Pará), Fátima revela que o setor ainda enfrenta dificuldades para se desenvolver no Estado, mas por outro lado, acredita que muitas empresas já perceberam o diferencial da região como fornecedora de matérias-primas para a produção de cosméticos de forma sustentável no Pará.
"São insumos em sua maioria advindos de fontes renováveis, trazem benefícios para a cadeia produtiva desde o extrativismo e ou cultivo, a pesquisa, a inovação, a tecnologia, a produção, a verticalização e a comercialização. Mas principalmente trazem os benefícios aos usuários que têm em seus produtos princípios ativos naturais que beneficiam sua pele, cabelo e bem-estar. Isso sem contar nos benefícios para as comunidades extrativistas também", completa a empresária.
Para Luiz Moura, presidente do CTMA (Conselho Temático de Meio Ambiente) da Fiepa (Federação das Indústrias do Estado do Pará), empresas como a Chamma da Amazônia reforçam a importância de investimentos sustentáveis na região. A base é a chamada 'economia verde', que preza por melhorias no bem-estar das pessoas com uma maior preocupação com os riscos ambientais e a escassez dos recursos naturais. "A indústria de cosméticos no Pará é um dos setores mais eficientes no que diz respeito a sustentabilidade, desde o cuidado com as fontes, a produção do produto, até na colocação dele no mercado. Muitas até reaproveitam o insumos, evitando disperdícios no processo. São as que têm maior eficiência do setor", destaca.
Das minas para o dia a dia
De coloração branca, o caulim utilizado pela Chamma é um dos seis minerais mais abundantes na crosta terrerestre. No Pará, ele está entre os minérios mais exportados para 19 países do mundo, entre eles os Estados Unidos, Canadá e Europa. A Imerys, sediada no município de Barcarena, na Região Metropolitana de Belém, é uma das principais empresas produtoras de caulim do Pará e hoje fornece insumos para muitas indústrias cosméticas da região.
O minério é extraído de duas minas da empresa localizadas no município de Ipixuna do Pará, nordeste paraense. Para divulgar os benefícios do minério para a sociedade, a empresa criou a campanha 'Aqui tem Caulim', que foi adotada pela Chamma da Amazônia.
"O projeto teve início em 2014 com o objetivo de levar ao conhecimento do público as diversas aplicações do minério caulim em produtos do dia a dia de todos. A indústria mineral é responsável por 90% da pauta exportadora do Pará e acreditamos na importância das pessoas conhecerem os minérios e como eles são utilizados na indústria em geral. Diversos produtos possuem caulim em sua fórmula, como: cerâmicas, lápis, pneus, medicamentos, cosméticos e papel", detalha Juliana Carvalho, coordenadora de comunicação da Imerys.
A empresa adiantou que planeja desenvolver novos produtos em breve, tendo como foco o desenvolvimento sustentável, pois também atua na coletiva seletiva em suas intalações e projetos sociais, bem como na planta de beneficiamento de caulim, em Barcarena.
De acordo com números do Simineral (Sindicato das Indústrias Minerais do Estado do Pará), dos US$ 14, 259 bilhões em exportações totais do Pará em 2014, as indústrias de mineração e transformação Mineral responderam por 85% deste valor. Esses números levaram o setor mineral a ser o grande responsável pelo crescimento do comércio exterior paraense. Dentre os principais produtos exportados pela industrias minerais do Pará, o ferro lidera com lucro de US$ 7, 466 bilhões, seguido de cobre (US$ 1, 366 bilhão), níquel (US$ 328 milhões), bauxita (US$ 224 milhões), caulim (US$ 206 milhões), manganês (US$ 176 milhões), silício (US$ 98 milhões) e ouro (US$ 37 milhões). Os dados deste ano ainda não foram fechados pelo sindicato, mas até 2020 a indústria mineral pretende investir cerca de US$ 31, 171 bilhões no Pará, gerando 99 mil novos postos de trabalho na região.
Veículo: Jornal O Liberal - PA
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