A mineira Méliuz, site de vendas on-line que retorna aos clientes um percentual do valor pago pelo produto adquirido em uma rede de lojas parceiras, continua em crescimento. Ao longo do ano passado, a plataforma movimentou R$ 161 milhões, mas a expectativa é de que esse montante alcance R$ 400 milhões em 2015. A empresa está sediada no bairro Santa Lúcia, na região Centro-Sul de Belo Horizonte.

O que poucos sabem é que, antes de iniciar o Méliuz, um dos fundadores, Ofli Guimarães, abriu outras nove empresas, sendo que todas elas fracassaram por motivos distintos.

Guimarães conheceu o atual sócio, Israel Salmen, dentro da Faculdade de Ciências Econômicas (Face) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A dupla, a princípio, tinha o sonho de trabalhar no mercado financeiro, o que motivou algumas empreitadas nessa área. Em 2008, os dois decidiram apostar em uma gestora de recursos com dois escritórios: um na capital mineira e o outro em São Paulo.

Três anos mais tarde, apenas o sucesso financeiro já não era mais suficiente para Guimarães. Até que, no início de 2011, a insatisfação chegou ao limite. "Assim, comecei a observar as diferenças que existiam entre mim e outros empreendedores que realmente estavam mudando o mundo. Percebi que, enquanto eles arriscavam o tempo todo, eu ainda me concentrava em negócios muito tradicionais", ressalta.

O empreendedor, que na época morava em São Paulo, veio de carro para Belo Horizonte para se encontrar com o sócio. Surpreendentemente, identificou nele o mesmo descontentamento. Dessa maneira, os dois começaram a estudar empresas de fidelidade que atuavam nos mercados nacional e internacional. No exterior, descobriram algumas corporações que evoluíram para o modelo cash-back, ou seja, que reembolsavam o cliente com dinheiro. No Brasil, porém, existia até então somente um mercado paralelo que trabalhava com esse sistema.

Para dar início ao Méliuz - palavra do latim que em português significa melhor - a dupla captou US$ 200 mil com um investidor-anjo. Em meados de 2012, o dinheiro começou a acabar, mas a ideia ainda não era lucrativa. Então, Guimarães e Salmen decidiram se inscrever no programa Startup Chile, com o objetivo de obter um novo investimento, dessa vez de US$ 40 mil. O montante, embora significativamente inferior, foi essencial para que a empresa não parasse mais de crescer.

Segundo Guimarães, a atual crise financeira impulsiona ainda mais os negócios da Méliuz. Isso porque, as empresas precisam aumentar as vendas, mas, ao mesmo tempo, o momento é pouco favorável para se investir em novos canais de venda. O consumidor, por outro lado, deve recorrer cada vez mais ao site com o intuito de ampliar as economias.

O Méliuz tem aproximadamente 2 mil lojas parceiras e a expectativa é alcançar 2.500 até o final de 2015. O sócio-fundador explica que o cliente Méliuz é aquele que já adquiriu o hábito de comprar pela internet. A maior parte dos clientes, 40%, é de São Paulo, seguido por Rio de Janeiro e Minas Gerais, cada um com 20% de participação. Agora, o projeto começa a ser estendido a outros 10 países de todos os continentes, mas ele ressalta que o foco deve se manter no Brasil, onde, na visão dele, ainda há espaço para crescimento.

Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG