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21/09/2015 14:17 - Estudos indicam que alta dos preços acima da média atinge produtos essenciais e sofisticados

Ninguém escapa da inflação. A alta generalizada de preços nos últimos meses impacta fortemente o estilo de vida tanto dos mais ricos quanto dos mais pobres. A inflação dos dois extratos sociais está acima da média. Com os principais índices de medição de preços próximos de dois dígitos no acumulado de 12 meses, o dólar é o principal vilão do consumo da classe mais alta, enquanto preços administrados (gás de cozinha, energia elétrica, água e ônibus) afetam fortemente os assalariados. Apesar do impacto semelhante, os efeitos sobre os que ganham menos é mais sentido, com cortes em itens essenciais para o dia a dia.

 

Em um novo recorte da inflação focado apenas no consumo da parcela mais rica (acima de 30 salários mínimos), o Índice de Preços ao Consumidor de Alta Renda (IPCAR), elaborado pelo professor Ricardo Couto, do Ibmec e diretor da Versus Consultive Finances, com base nos dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), dá destaque na cesta de produtos a itens mais sofisticados. No comparativo entre os dois índices, o IPCA fechado em agosto apresentou alta de 9,53% nos últimos 12 meses, enquanto o IPCAR teve elevação de 11,5%, refletindo o peso maior sobre os mais ricos. “O dólar tem maior impacto na cesta de consumo da alta renda por estarem alguns de seus produtos atrelados à moeda, como carnes, bebidas e viagens”, afirma Couto.

 

Na outra ponta, o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) elabora mensalmente o Índice de Preços ao Consumidor – Classe 1 (IPC-C1), com números referentes ao custo para pessoas que recebem até 2,5 salários mínimos. Assim como no caso dos mais ricos, o indicador ficou acima da média geral do IPCA, que, no caso, considera a renda de um a 33 salários mínimos. Em 12 meses, o indicador que reflete o consumo de todas as classes teve alta de 9,61%, enquanto a inflação medida para os mais pobres teve elevação superior a dois dígitos, de 10,31%.

 

Novidade

 

A metodologia do IPCAR, criado neste mês, usa todas as variáveis apresentadas mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no IPCA, apenas atribuindo pesos diferentes para cada grupo. Por exemplo, o peso das carnes de segunda é reduzido, enquanto as carnes nobres ganham destaque; a passagem de ônibus é excluída, já táxi e passagem aérea têm maior peso; e o aluguel de imóveis, não mais considerado gasto, e, sim, renda, também sai da lista. Mas um novo item foi incluído: viagens internacionais. Para isso, o professor considerou o gasto anual de US$ 10 mil para uma família. Com isso, a oscilação do dólar vai refletir o aumento ou a queda da variável. Neste ano, com a forte desvalorização do real, o grupo, com peso 11,73% no cálculo do IPCAR, teve elevação abrupta. O mesmo efeito teve sobre itens do grupo alimentos e bebidas. Isso porque, carnes nobres, azeite e vinhos todos importados, estão presentes na cesta da população mais rica.

 

Acostumada a viajar uma ou duas vezes por ano para o exterior, a empresária Simone Coutinho afirma que com o dólar no atual patamar teria que pensar bastante antes de decidir ir com o marido para fora do país. “Uma coisa é o dólar a R$ 2,60. Outra a R$ 4,30”, diz. Em maio, ela foi a Portugal, mas com o real em outro patamar. “Receio. Posso gastar isso? As pessoas que iam na minha empresa vão continuar indo?”, questiona-se Simone antes de fazer qualquer gasto. E emenda: “A situação do país é uma cadeia. Piorou para todo mundo.”

 

O fato de o real ter perdido quase metade de seu valor ante o dólar em menos de um ano impõe restrições ao consumo de todos. Toda sexta-feira, a empresária passava no supermercado antes de ir para a casa de campo e comprava itens para aproveitar o descanso. “Um vinho que antes custava R$ 30, hoje está a R$ 60. O chocolate que antes escolhia agora tenho que olhar bem o preço. Ninguém contava com o dólar quase dobrar de preço”, afirma Simone.

 

No caso da inflação dos mais pobres, medida pelo IPC-C1, dois grupos apresentam peso mais considerável: comida (32%) e habitação (27%). Portanto, além dos alimentos consumidos diariamente, para a fatia mais carente da sociedade pesam elevações como as de energia, passagem de ônibus urbano e gás de cozinha. No índice referente a agosto, a inflação dos dois grupos oscilou positivamente em 9,29% e 13,6%, respectivamente, segundo medição feita pelo Ibre/FGV. Os resultados refletem a alta de energia (3,8%) e leite longa vida (3,12%).

 

Aposentado, aos 82 anos, Gérson dos Reis recebe pouco mais de dois salários mínimos por mês. Com poucos recursos, uma das diversões era comer torresmo três, quatro vezes por mês. Mas o hábito teve que ser mudado. “Tá tudo caro. Só arroz e açúcar não subiram. De resto... até pensamento”, diz. O maior vilão na casa de seu Gérson é a dupla água e luz. “Pago quase R$ 200 de água para três pessoas”, reclama. Além do tira-gosto, outros itens mais importantes tiveram de ser reduzidos. “A solução é comprar em menor quantidade. Em vez de um quilo de café, levo meio quilo. A culpa é do Manuel”, diz, em tom de brincadeira, com o dedo apontado para o dono do supermercado no Aglomerado da Serra.

 

Alta generalizada

 

O impacto acima da média sobre os dois extratos sociais significa que outras parcelas têm tido um efeito menor. Uma hipótese é a classe média ter sofrido um pouco menos, mas, segundo o pesquisador do Ibre/FGV André Braz, a alta de preços tem sido tão expressiva que, seja um pouco mais ou um pouco menos, todos têm sentido. “A inflação está bem disseminada entre todas as despesas. É uma alta tão generalizada que todos estão pagando mais”, afirma.

Ao contrário do aperto dos mais pobres, segundo Couto, uma característica das famílias analisadas no IPCAR é que a renda supera o custo de vida. “Tem um valor que é destinado à poupança, ao investimento”, diz Couto. Com isso, em épocas de aperto financeiro, é possível queimar a gordura. “A mudança de qualidade de vida é menor para a alta renda”, conclui.

 

Sem ter para onde fugir

 

Apesar de as duas parcelas extremas da sociedade terem sentido os efeitos da inflação, o peso da alta de preços em ambas as camadas é bem diferente. O pesquisador do Ibre/FGV André Braz explica que a parcela mais pobre não tem muita escapatória. “Mesmo que se esforce muito, apagando as luzes e cortando supérfluos, uma hora não consegue pagar a conta. Eles são forçados a parar de consumir mesmo. Não têm para onde escapar. Os demais, em último caso, têm a quem recorrer, seja investimentos, parentes ou amigos”, afirma.

 

E, sobre os efeitos da alta generalizada de preços entre os mais pobres, acrescenta: “É até mesmo uma forma de incentivar ilicitudes, quando estas estão ao seu alcance”, diz ele sobre a possibilidade de esses consumidores, num ato de desespero, fazerem “gatos” de energia, telefone e até de água para conseguir ter acesso a itens básicos do dia a dia.

 

A diarista Geralda Amorim ganha R$ 120 por dia de trabalho, mas não pode sair todos os dias por ter que cuidar da mãe, de quase 90 anos. Com a forte alta de preços, ela tenta de todas as formas reduzir o consumo para conseguir pagar as contas. Mas está difícil. A conta de água para as duas supera R$ 120. Ela é incisiva em reclamar do valor e diz que não gostaria de dividir com as muitas pessoas que fazem “gato”. “Só o meu salário é que não subiu. A carne subiu demais. Não dá para comer todo dia”, diz ela, que, em substituição, compra ovos, apesar de alertar para o temor com a alta do colesterol em caso de consumo excessivo.

 

 

Veículo: Jornal Estado de Minas

 

 

 

 

 

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