Geral
11/09/2015 10:09 - Custos de produção na cadeia leiteira são desafio
Para o diretor-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínio do Estado de Minas Gerais (Silemg), Celso Costa Moreira, a abertura do mercado da China proporcionará importantes avanços para a cadeia produtora mineira. O Estado conta hoje com 25 empresas habilitadas a exportarem, as mesmas são consideradas aptas a buscarem autorização para ingressar no mercado chinês.
"O trabalho desenvolvido pela ministra Kátia Abreu foi muito positivo e importante para segmento. Se quisermos crescer dentro da cadeia do leite temos que alçar voos mais distantes, ocupando posição de vendas em mercados internacionais. Esse é um dos passos necessários, mas ainda temos desafios como o aumento da produtividade, melhorias genéticas, de manejo e gestão, que precisam ser desenvolvidos junto com a abertura de novos mercados", avalia.
Um dos principais desafios a ser superado são os elevados custos de produção da cadeia leiteira, o que torna o produto final menos competitivo que os demais. "O preço do leite em pó no exterior é muito baixo em relação ao praticado no Brasil. Mesmo com câmbio favorável ainda assim não temos competitividade para atuar no mercado internacional. Para se ter ideia, o preço pago pelo produto gira em torno de US$ 2 mil a tonelada, para termos capacidade de exportar seria necessário que a tonelada fosse comercializada a US$ 4 mil, valor que cobriria os custos operacionais e geraria margem para a indústria", ressalta.
Também são desafios o Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (Riispoa) e a burocracia dos trâmites dentro do Ministério da Agricultura para que as empresas obtenham o selo do Serviço de Inspeção Federal (SIF) para exportação.
"Uma empresa que esteja bem ajustada e organizada não leva menos de dois anos para obter o SIF exportação. Isso porque a infraestrutura do ministério, devido a cortes no orçamento ao longo dos últimos anos, é pequena para operar o sistema. Isso significa que as indústrias levam muito tempo para terem as plantas aprovadas, aumentando custos e reduzindo a competitividade nos mercados interno e externo", diz Moreira.
Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG
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