Colheita está bem adiantada em Minas e expectativas em relação aos preços são mais positivas



A colheita da safra de algodão em Minas Gerais foi iniciada e as expectativas em relação aos preços pagos pela pluma são mais positivas que na safra passada. Atualmente, o produtor recebe, em média, R$ 72 pela arroba do produto, 20% superior ao praticado no mesmo período do ano passado. O aumento dos preços tem como fator a redução da produção, que além do desestímulo no plantio pelos preços baixos vigentes na safra anterior também foi prejudicada, em algumas regiões, pela forte estiagem.

De acordo com Reinaldo Nunes de Oliveira, coordenador técnico estadual da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), escritório local de Montes Claros, no Norte de Minas, na região a produção foi muito afetada pela estiagem.

"Estamos em período de colheita e pelo quarto ano seguido sofremos com a estiagem. O principal impacto foi verificado na produtividade da cultura, que ficou em 100 arrobas de algodão em caroço por hectare, sendo o rendimento esperado entre 250 e 280 arrobas por hectare. A situação é complicada para o produtor, já que a cultura exige investimentos altos", explica.

O plantio do algodão na safra 2014/15 foi menor que na anterior devido aos preços baixos pagos pela pluma. De acordo com dados divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), na safra 2014/15, a maior redução percentual na área deve ocorrer na região Sudeste, com 23,2%.

Em Minas, a área de cultivo está estimada em 18,8 mil hectares, sinalizando redução de 10% em relação à safra anterior, acompanhando a tendência baixista nos preços. Devido a alta tecnologia usada na cultura, a produtividade média das lavouras cresceu 3,8% alcançando 3,6 toneladas de algodão em caroço por hectare. O Estado deve colher cerca de 67,7 mil toneladas, retração de 6,6% ante a safra anterior, sendo que 50% da área plantada foi colhida.

Triângulo - Já a produtividade no Triângulo Mineiro, que tem uso maior de tecnologia, vem sinalizando crescimento substancial em relação à safra anterior. O rendimento médio esperado é de 3,6 toneladas por hectare de algodão em caroço. Mesmo com a elevação, a produção deverá ficar 6,6% abaixo do resultado obtido na safra passada, devido a queda da área plantada, alcançando 67,7 mil toneladas.

"Com uma produção menor que a colhida em 2013/14 os preços pagos pela arroba da pluma vêm se mantendo em patamares rentáveis, mesmo em período de colheita. E a tendência é de preços acima dos custos, já que a produção nacional de e ser menor. Para a safra 2015/16, a expectativa são de preços remunerativos, uma vez que importantes produtores mundiais, como os Estados Unidos, estão enfrentando problemas climáticos. Com isso, a tendência é de estoques mundiais menores e preços mais elevados", analisa Nunes.

De acordo com o coordenador do Programa Mineiro de Incentivo à Cultura do Algodão (Proalminas) - desenvolvido pela Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) -, Lindomar Lopes, a desvalorização do real frente ao dólar torna as exportações de algodão em pluma interessante, o que também pode contribuir para a maior valorização do produto no mercado interno.



Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG