Segmento foi responsável por 59,54% das vendas externas do Rio Grande do Sul no período, segundo estudo da Farsul

A Assessoria Econômica da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) divulgou o Relatório de Comércio Exterior do Agronegócio gaúcho do mês de março de 2015. O levantamento aponta o setor como responsável por 59,54% das exportações do Estado. O total comercializando pelo agronegócio foi de US$ 745 milhões, fechando a sua balança comercial com um resultado de positivo de US$ 659 milhões.

O montante representa um acréscimo de 19,81% na comparação com março de 2014. Os principais responsáveis pelo aumento foram o complexo soja - farelo, óleo e grão -, com crescimento de 32,21%, e grupo carnes (6,98%), com destaque para a bovina (30,78%) e o fumo (96,71%). A China foi o principal parceiro comercial do Brasil, importando US$ 165 milhões, ou 8,76% do total.

O economista-chefe do Sistema Farsul, Antônio da Luz, explica que este é o primeiro mês com reflexos da safra de 2015. Desse modo, apesar dos números fracos de janeiro e fevereiro, o primeiro trimestre do ano já apresenta um resultado positivo de 9,04% em relação ao mesmo período de 2014. No acumulado de janeiro, fevereiro e março deste ano, o Rio Grande do Sul exportou US$ 1,889 bilhão em mercadorias provenientes do agronegócio.

Na avaliação de Luz, os números dos meses de janeiro e fevereiro estavam abaixo dos verificados no mesmo período do ano passado pelo fato de a última safra ter ficado cerca de 1 milhão de toneladas abaixo do esperado inicialmente. Dessa maneira, havia escassez de produto para exportação no início de 2015. "Por isso, com a entrada da nova safra, principalmente de soja, se confirmou o aumento que esperávamos, com um mês de março muito forte", avalia.

Se a tendência atual for mantida, de acordo com o economista, a expectativa é de que as exportações possam fechar com alta de 10% no acumulado do ano. Três aspectos colaboram para esse cenário: o aumento da produção agrícola nesta safra, o bom momento da economia em nível global e a taxa de câmbio acima dos R$ 3. "Soma-se a isso o mercado interno debilitado, com perspectiva de variação nula de crescimento e que não deve absorver o crescimento da produção. Logo, exportar se tornará necessário", afirma Luz.

Além do complexo soja, a Farsul salienta o momento positivo para as vendas externas de carne, que somaram US$ 168 milhões em março, com destaque especial para a proteína bovina, que cresceu mais de 30%. A movimentação é observada desde o ano passado, o que tem garantido bons preços aos produtores mesmo em um período de instabilidade do mercado interno.



Veículo: Jornal do Comércio - RS