Geral
26/01/2015 12:12 - Taxas de importação impedem avanço nas vendas da agroindústria do Brasil
Commodities agrícolas são as principais favorecidas no embarque à União Europeia; isento de tarifas, café solúvel sente os impactos da tributação e País perde mercado para produto alemão
Por falta de acordos comerciais os produtos agrícolas processados no Brasil possuem altas tarifas de importação, enquanto o embarque da commodity em grãos é, muitas vezes, isento. Para o setor, este cenário prejudica o desenvolvimento da agroindústria do País e trava exportações de maior valor agregado.
Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) mostram que, no acumulado de 2014, a venda externa de soja em grãos chegou a 45,6 milhões de toneladas, alta de 6,8% em relação ao ano anterior. Já no óleo de soja, foram embarcados apenas 1,3 milhão de toneladas, queda de 4,2% no mesmo comparativo.
Para o farelo, o desempenho foi positivo, porém, com 3,9 pontos percentuais inferiores ao resultado da comercialização dos grãos.
União Europeia
Um levantamento da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) indica que na União Europeia (UE) as chamadas "escaladas tarifárias" são ainda mais claras.
"As tarifas para importação de insumos [matéria-prima] são mais baixas e os industrializados têm taxas maiores. Na soja, a venda em grão tem a tarifa zerada, visto que no óleo de soja este percentual salta para 6,4%. É um desestímulo para a indústria brasileira", diz a superintendente de relações internacionais da CNA, Alinne Betania Oliveira.
O bloco econômico europeu responde por 22,2% das exportações do agronegócio do País e, segundo a executiva, a tarifação acontece pela ausência de acordos comerciais entre a UE e o Mercosul. Para a CNA, este mecanismo é utilizado para proteger o mercado interno, criando condições que tornam a importação de certas mercadorias praticamente inviáveis.
Alinne conta que a Alemanha adquire grandes volumes de café em grão do Brasil e responde por uma parte relevante das exportações do produto industrializado, sem ter potencial produtivo. Isso porque a tarifa de importação da commodity nacional é zero e no café solúvel o encargo é chega a 11,5%. "Este percentual representa a diferença de competitividade", acrescenta.
O diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics), Roberto Ferreira Paulo, disse ao DCI que o segmento vem sofrendo com essa tributação da União Europeia há mais de 25 anos e o produto brasileiro perde espaço justamente em um dos maiores mercados consumidores do mundo.
"Este tipo de tarifação não incide sobre países como o Equador, por exemplo. A venda é inibida e coloca o Brasil em uma posição de desvantagem. Agora, houve uma nova modificação tarifária na União Europeia que também deve impactar os produtos torrado e moído. Ainda não é um problema grave, mas já merece a atenção do MDIC, junto ao Itamaraty, para um movimento mais firme", completa o diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), Nathan Herszkowicz.
Medidas
Com dados estatísticos em mãos, a superintendente da CNA acredita que será possível caminhar melhor nas negociações em busca de acordos comerciais, junto ao Ministério da Agricultura. A análise partiu de diversas solicitações levantadas pelas empresas do País. Na avaliação do executivo da Abic, isso traduz uma opinião já colocada pela ministra da pasta agrícola, Kátia Abreu, em expandir no mercado externo com maior valor agregado.
"O Brasil faz parte do Mercosul que é uma união aduaneira, sendo assim, não poderia realizar um acordo comercial individual com outro bloco econômico. Entretanto, existem imperfeições nesta união que dificultam as negociações entre os blocos. Diante disso, e com levantamentos concretos, nós podemos insistir na criação de um acordo individual, porque o País não tem mais tempo para esperar pelas resoluções do Mercosul", explica Alinne Oliveira.
A publicação das escaladas tarifárias compõe a segunda parte de um estudo já iniciado pela CNA, que deve seguir com os serviços de inteligência.
Veículo: DCI
Veja mais >>>
25/10/2024 15:51 - Presente em 98,8% dos lares, macarrão é categoria potencial para varejo alimentar21/08/2024 17:56 - Consumidores brasileiros focam em alimentação saudável
28/06/2024 10:21 - Como será o consumidor de amanhã?
27/06/2024 09:15 - Show de Paul McCartney em Floripa tem apoio do Angeloni Supermercados
25/06/2024 08:58 - Supermercados “étnicos” ganham força no varejo americano
24/06/2024 11:22 - Grupo Pereira reforça inclusão no mês dos Refugiados e Imigrantes
24/06/2024 11:22 - Roldão beneficia 200 crianças com Arraiá Solidário
24/06/2024 11:10 - Mais uma inauguração: Rede Bom Lugar chega a São Miguel Arcanjo (SP)
24/06/2024 11:07 - Sam’s Club e Atacadão chegam juntos em João Pessoa (PB)
21/06/2024 09:04 - Sadia celebra os seus 80 anos em grande estilo
20/06/2024 09:07 - Supermercados Pague Menos participa de ações de empregos
19/06/2024 09:15 - Supermercadistas criam vídeos virais e atraem clientes
18/06/2024 08:54 - Grupo Savegnago abre 500 vagas de emprego para pessoas com mais de 50 anos de idade
18/06/2024 08:53 - Natural da Terra anuncia Paulo Drago como novo CEO
18/06/2024 08:50 - Coop anuncia novos executivos em sua diretoria