Geral
26/11/2014 08:48 - E-commerce fortalece ações contra fraudes na Black Friday
Compradores agora têm opção de pesquisa para fugir das promoções maquiadas
Para fugir do estigma da “Black Fraude”, termo alusivo às ofertas mascaradas praticadas durante a Black Friday, varejistas ampliaram a adesão às boas práticas neste ano. A Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (camara.e-net) lançou, no ano passado, o selo Black Friday Legal, certificando empresas que atendiam a uma série de requisitos éticos e que se comprometeram a realizar promoções com ofertas reais. Em 2013, o total de certificados concedidos chegou a 123.
A expectativa para este ano era de que o número de empresas inseridas no programa fosse ampliado em até 25%, mas essa margem já foi extrapolada. Até ontem, pelo menos 500 empresas já tinham sido aprovadas para o recebimento do selo. Como as inscrições foram encerradas na segunda-feira, ainda há um contingente de interessados em análise e que pode elevar esse total até quinta-feira.
Entre prerrogativas do código de ética elaborado pela camara.e-net estão definidas condutas como clareza sobre preços e produtos ofertados, comprometimento em não realizar promoções falsas, e disponibilização de serviços de atendimento ao consumidor durante o evento.
“O Código de Ética para o Black Friday tem como objetivo contribuir com a credibilidade das promoções na internet durante o evento, protegendo consumidores e varejistas, e estabelecendo normas de conduta e boas práticas em promoções de e-commerce”, define o presidente da entidade, Ludovino Lopes. As empresas que descumprirem os termos do código de conduta podem perder a oportunidade de receber o selo no próximo ano. “A camara-e.net contribui para a manutenção do desenvolvimento sustentável do e-commerce nacional, zelando pela credibilidade e a longevidade de ações sazonais de suma importância para as vendas on-line, tais como o evento Black Friday Brasil. Com esse selo, a loja tem mais credibilidade junto ao consumidor on-line”, defende Lopes.
Embora o prazo de inscrição das empresas para obtenção do selo tenha sido encerrado na segunda-feira, o professor da ESPM-Sul e especialista em Marketing Flávio Martins lembra que as empresas podem e devem adotar as boas práticas estabelecidas pelo código de ética da Black Friday Legal, inclusive destacando os termos que estão seguindo. “É fundamental passar confiabilidade. Esse é um dos atributos de serviços mais importantes e o consumidor tem avaliado cada vez mais esse aspecto”, argumenta. O código de ética e a relação de empresas que receberam o selo podem ser consultados na página http://www.camara-e.net/blackfriday/.
Uma das práticas condenadas no ano passado e que ganhou ampla repercussão na última edição foi a das ofertas em produtos que, dias antes do evento, tiveram os preços elevados para, posteriormente, voltarem ao mesmo valor praticado, porém aparentando estar em promoção. Os consumidores não deixaram barato e criaram o jargão “tudo pela metade do dobro do preço”, que tende a se repetir caso as condutas não tenham sido revistas. E para auxiliar os internautas nessa apuração sites de busca de ofertas têm consolidado bancos de dados com produtos e variações recentes de preços.
O Shopping Uol elaborou um histórico de preços praticados nos últimos 30 dias para os principais produtos pesquisados pelos compradores durante a Black Friday. O Zoom, outro site de comparação de preços, está seguindo a mesma prática. Durante o evento, as promoções reais serão validadas por meio do selo Black Friday, já que as ofertas serão monitoradas em tempo real e comparadas com os preços praticados anteriormente, assegurando a veracidade das promoções.
De acordo com pesquisa realizada pelo Zoom com 10 mil entrevistados, 56% dos interessados em adquirir bens durante a Black Friday pretende comprar um novo smartphone, 43% querem investir em uma televisão, 29% em notebook, 23% em tênis, 21% em tablets, 20% em videogames e 18% em condicionadores de ar. “Os eletrônicos são sempre os mais desejados e também os que requerem mais atenção na hora da compra, pois são produtos de valor mais alto e com muitas funcionalidades e tecnologias novas”, explica Paulo Guedes, especialista de produtos do Zoom.
E-bit estima aumento de 22% nas vendas on-line no Natal
As vendas do comércio eletrônico podem crescer 22% no Natal deste ano na comparação com o mesmo período de 2013, segundo estimativa da E-bit, empresa especializada em informações do setor. A previsão é de que o faturamento das companhias de venda on-line no período considerado, de 15 de novembro a 24 de dezembro, chegue a R$ 5,2 bilhões.
A E-bit espera que sejam feitos aproximadamente 14,5 milhões de pedidos, com tíquete médio próximo de R$ 360,00. “Apesar do momento de baixa confiança na economia, o e-commerce sempre cresce mais que outros setores”, comenta Pedro Guasti, diretor executivo da E-bit. Facilidade de comparação de preços, mais informações e vantagens comerciais aos consumidores são apontadas por ele como vantagens do comércio pela internet.
De acordo com a pesquisa, neste Natal os adeptos de compras virtuais devem chegar a 9 milhões de pessoas. A estimativa considera que deverá haver uma antecipação das vendas na Black Friday.
Endividamento recua pelo terceiro mês consecutivo
O endividamento das famílias brasileiras recuou pelo terceiro mês consecutivo, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O número de endividados caiu para 59,2% em novembro, ante os 60,2% registrados em outubro deste ano, mostrou a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic). Em novembro do ano passado, o percentual de famílias endividadas era ainda maior, de 63,2%.
No entanto, aumentou a fatia de inadimplentes, de 17,8% em outubro para 18% em novembro. Mas o total de pessoas com dívidas ou contas em atraso ainda ficou menor do que no mesmo período do ano passado, quando era de 21,2%.
Já o percentual de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso registrou leve alta, alcançando 5,5% em novembro ante 5,4% em outubro, mas ainda em patamar menor do que o de novembro de 2013, quando era de 6,6%.
Segundo a CNC, mais consumidores estão optando por quitar suas dívidas tanto pela maior cautela em relação ao consumo quanto pela proximidade das festas de fim de ano, quando planejam gastar mais. Entretanto, entre as famílias que permanecem endividadas, houve aumento no comprometimento da renda com o pagamento das contas devido ao custo elevado do crédito.
Veículo: Jornal do Comércio - RS
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