Seca e entressafra causam disparada

Apesar de, nesta época do ano, ser comum o preço do limão negociado pelo produtor aumentar por causa da entressafra, neste ano a alta foi maior devido à longa estiagem, especialmente em São Paulo, maior produtor do país. Em Minas Gerais, nas contas da Associação dos Produtores de Limão do Jaíba (Aslim), no Norte de Minas, uma das principais regiões produtoras da fruta em território mineiro, o preço do limão negociado pelo produtor hoje gira em torno de R$ 2 por quilo e deve alcançar R$ 3,50 o quilo até este fim de semana. Comparados aos R$ 0,10 por quilo registrados entre janeiro e fevereiro, isso significa um salto de 18 a 33 vezes mais no Estado.

" a lei da oferta e procura. Normalmente, em outubro e novembro os preços estouram porque é o período de entressafra do limão e tem menos fruta no mercado. Neste ano, foi bem pior em função da seca, principalmente em São Paulo, que é o maior produtor do país", afirmou o presidente da Aslim, Randolfo Diniz Rabelo.

O período de entressafra dura até dezembro e a oferta pode ser menor ainda do que atualmente, segundo o presidente da Aslim. No entanto, se voltar a chover, é possível melhorar a oferta de limão no mercado com as frutas que não foram colhidas agora por conta da seca e que estão com o desenvolvimento atrasado.

E, se por um lado o preço do limão negociado pelo produtor aumentou tanto que bateu em patamares históricos, por outro, Minas Gerais está perdendo receita com exportações, já que grande parte das frutas produzidas no Estado é comercializada com tradings de outras praças, o que faz com que esses embarques não sejam registrados para Minas.

Dados do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) mostram que Minas exportou 2,5 mil toneladas de limão no acumulado até setembro contra 2,9 mil toneladas no mesmo período de 2013, são 4 mil toneladas a menos.

"Este ano foi aquecido para as exportações, especialmente para o mercado europeu. O que acontece é que o produtor vende para tradings de outros estados, como São Paulo e Pernambuco, e os embarques são computados para essas praças e não para Minas Gerais. Não houve retração das exportações", afirma o presidente da Aslim.

Receita - Em termos de receita, de acordo com dados do Mdic, enquanto de janeiro a setembro do ano passado as remessas de limão do Estado para o exterior renderam US$ 2,4 milhões, no mesmo período de 2014, os embarques da fruta giraram US$ 2 milhões, 16,7% ou US$ 400 mil a menos do exercício passado para cá.

A meta dos fruticultores ligados à Aslim é ampliar os embarques a cada ano, já que os preços praticados no exterior chegam a ser até 180% superiores aos pagos no mercado nacional. A associação reúne aproximadamente 20 produtores, que produzem cerca de 8 mil toneladas de limão por ano.



Veículo: Diário do Comércio - MG