A produção brasileira de soja em 2014/15 deverá totalizar 95,904 milhões de toneladas, com aumento de 11% sobre a safra da temporada anterior, que ficou em 86,623 milhões de toneladas. A previsão da consultoria Safras & Mercado e foi divulgada na sexta-feira. No relatório anterior, divulgado em julho, a estimativa era de 94,451 milhões de toneladas.

Às vésperas do plantio da nova safra, Safras indica aumento de 5% na área a plantar, que ficaria em 31,43 milhões de hectares. Em 2013/14, o plantio ocupou 29,887 milhões de hectares. O levantamento indica que a produtividade média deverá passar de 2.898 quilos por hectare para 3.051 quilos.

"Os aumentos de área se baseiam principalmente em um plantio ainda menor de milho no Sul, Sudeste e Centro-Oeste, mas não foi muito. O maior ganho da produção se deu pelas produtividades melhores. Em Goiás e no norte do Mato Grosso, deve haver um ganho de área sobre pastagens também", explica o analista de Safras Luiz Fernando Roque.

Segundo ele, no Rio Grande do Sul e no Mato Grosso do Sul, o ganho de produtividade na comparação com a safra anterior deve ocorrer por questões climáticas. "O El Ni¤o deve favorecer as lavouras", frisa o analista.

Mercado - Os preços da soja reagiram ao longo da semana no mercado brasileiro, apesar das cotações internacionais acumularem mais um período de perdas. A boa valorização do dólar frente ao real deu competitividade à oleaginosa brasileira e garantiu a firmeza dos referenciais domésticos.

Em Passo Fundo (RS), a saca de 60 quilos subiu de R$ 57 para R$ 58,50 entre os dias 11 e 18 de setembro. No mesmo período, a cotação passou de R$ 56,50 para R$ 58 em Cascavel (PR). O preço avançou de R$ 56,50 para R$ 57 em Rondonópolis (MT), de R$ 54 para R$ 57,50 em Dourados (MS) e de R$ 53 para R$ 56 em Rio Verde (GO).

O dólar comercial apresentou uma valorização de 2,82% no período, encerrando a quinta-feira a R$ 2,365. Já os contratos futuros na Bolsa de Mercadorias de Chicago (Cbot) acumularam perdas. A posição novembro, a mais negociada, teve queda de 1%, atingindo US$ 9,71 o bushel.

No mercado futuro internacional, a pressão é exercida pelas ótimas condições climáticas nos Estados Unidos. Os produtores americanos iniciaram a colheita da maior safra da história e a produtividade inicial confirma a expectativa positiva. A safra dos EUA deverá somar 106,5 milhões de toneladas, segundo estimativa do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda).

Geller afirma que colheita será mais rentável


O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Neri Geller, participou na manhã de sexta-feira do lançamento da Safra de Grãos 2014/2015 em Sorriso (MT). "Neste mês, em que iniciamos o plantio da safra de soja, estamos na cidade que é a maior produtora de soja do país. Uma das regiões que mais agrega valor aos produtos e na qual a agroindústria está entrando muito forte. Para a próxima safra, esperamos que a nossa produção seja ainda mais rentável para os produtores e para o Brasil", disse Neri.

Na safra 2013/2014, Sorriso produziu 2.070.000 toneladas de soja em 633.400 hectares plantados. A previsão para a safra 2014/2015 em todo o país para a soja é de 94,86 milhões de toneladas, de acordo com o estudo "Perspectivas para a Agropecuária", desenvolvido pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Segundo este mesmo estudo, a área nacional de soja deve aumentar em aproximadamente 5% na safra 2014/2015, passando de 30,11 milhões de hectares para 31,62 milhões de hectares. Com uma produtividade média estimada de 3.000 kg/ha.

Em outubro de 2012 foi conferido a Sorriso o título de Capital Nacional do Agronegócio, através da Lei nº 12.724. Esta é a segunda vez que a cidade sedia o lançamento de um período de safra. A primeira vez que Sorriso deu o pontapé no plantio foi em setembro de 2012, quando o então ministro Mendes Ribeiro Filho foi ao município.




Veículo: Diário do Comércio - MG