Geral
03/09/2014 12:29 - ADM vende sua divisão de chocolate para a Cargill
A americana Archer Daniels Midland (ADM), uma das maiores empresas de agronegócios do mundo, informou ontem ter chegado a um acordo para vender seu negócio de chocolate para a também americana Cargill por US$ 440 milhões (valor sujeito a ajustes). A expectativa é que a transação seja concluída no primeiro semestre do ano que vem.
"A venda do negócio de chocolate ajudará a ADM a elevar a rentabilidade e nos permitirá reinvestir o capital em negócios de retorno mais alto", afirmou, em comunicado, a CEO da ADM, Patricia Woertz. Na negociação, estão incluídas três fábricas na América do Norte (duas nos Estados Unidos e uma no Canadá) e outras três na Europa (no Reino Unido, na Bélgica e na Alemanha). As unidades fabricam chocolate para fins industriais e food service.
Em abril, a ADM anunciou que estava à procura de compradores para a divisão - e, à época, a Cargill já era apontada como a principal interessada. Segundo a empresa vendedora, cerca de 700 trabalhadores serão transferidos para a Cargill. A ADM informou, ainda, que vai fechar uma unidade de processamento de cacau no Estado americano da Pensilvânia, o que provocará a demissão de cerca de 90 trabalhadores. Apesar disso, a companhia acrescentou que sua área de cacau continuará empregando 1,5 mil funcionários.
"Essa aquisição é um marco importante na estratégia de crescimento de chocolate da Cargill e nos ajudará a servir melhor nossos clientes na América do Norte e na Europa", disse Bryan Wurscher, presidente da divisão de cacau e chocolate da Cargill na América do Norte, também em comunicado.
O negócio levará a Cargill à vice-liderança mundial na produção de chocolate, conforme a agência Dow Jones Newswires. A múlti, que é uma das maiores tradings agrícolas do mundo, ficará atrás da Barry Callebaut, que vendeu 1,2 milhão de toneladas de chocolate em 2012, mais que o dobro que Cargill e ADM juntas.
O anúncio do negócio foi alvo de críticas de empresas de chocolate, que temem a concentração do segmento. "Não gosto de ver esse tipo de consolidação. Acho que muito poder e controle nas mãos de poucas pessoas é sempre ruim. Certamente, os preços vão subir logo", afirmou a CEO da Roni-Sue's Chocolates, Rhonda Kavea, à Dow Jones Newswires. A empresa costuma comprar chocolate de concorrentes da Cargill.
O negócio ocorre em um momento de elevação dos preços do cacau no mercado internacional. Em agosto, as cotações da amêndoa atingiram o maior valor em mais de três anos na bolsa de Nova York e fecharam o mês com alta de 1,35% nos contratos futuros de segunda posição de entrega, segundo cálculos do Valor Data. Em 2014, a commodity registra expressiva valorização de 16,53%.
Na semana passada, entretanto, a Organização Internacional do Cacau (ICCO, na sigla em inglês), revisou para cima sua previsão para a oferta mundial da commodity ao fim da atual safra e passou a prever um superávit, não mais um déficit. A expectativa da entidade é que a produção global de cacau supere a demanda em cerca de 40 mil toneladas na safra 2013/14, que se encerra em 30 de setembro - o que pode contribuir para arrefecer o movimento de alta das cotações.
As perspectivas para a demanda de chocolate, porém, permanecem otimistas. De acordo com a Dow Jones Newswires, a empresa de pesquisas Euromonitor projeta um aumento de 2,1% no consumo global de produto este ano, para 7,3 milhões de toneladas.
Decisão de juiz sobre LBR só sai após parecer do Cade
O juiz Daniel Carnio Costa, da 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Foro Central da Comarca de São Paulo, só vai decidir pela homologação ou não da venda dos ativos da LBR-Lácteos Brasil - parte do processo de recuperação judicial da companhia - depois que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) se pronunciar sobre a aquisição de unidades pela francesa Lactalis.
A venda de 14 unidades produtivas isoladas (UPIs) da LBR foi aprovada pelos credores da companhia no dia 21 de agosto passado. Eles disseram sim a um conjunto de propostas recomendadas pela LBR, que tem a oferta da Lactalis como "pilar financeiro", já que a francesa pagará à vista pelas unidades adquiridas. Por se tratar de empresa com faturamento superior a R$ 750 milhões, a operação entre Lactalis e LBR tem de ser submetida ao Cade.
Numa decisão do dia 28 de agosto passado, o juiz Daniel Carnio Costa afirma que "fica deferido o prazo de 30 dias para apresentação pela proponente vencedora [Lactalis] do parecer favorável do Cade, bem como para a apresentação de parecer pelo administrador judicial".
A decisão foi uma resposta a uma petição do administrador judicial da LBR Ricardo Sayeg, solicitando o período de 30 dias para dar um parecer sobre o processo de venda. Sayeg explicou ao Valor que nesse período de 30 dias fará a verificação de todas as informações e fatos relacionados à venda das unidades. As empresas que tiveram as propostas de compra aceitas estão sendo convocadas para a verificação das informações pelo administrador.
Na mesma petição, o administrador judicial cita como justificativa para pedir os 30 dias para a verificação que "o pilar da estrutura financeira do conjunto de propostas recomendado pelas Recuperandas é a consumação da proposta da Lactalis e respectivo pagamento de R$ 250 milhões, a qual ficou expressamente pendente de aprovação pelo Cade, que conforme o próprio advogado da Lactalis há de se pronunciar em no mínimo 30 dias".
O despacho do juiz, definindo uma data para apresentação do parecer favorável do Cade, chama a atenção já que não é possível saber quanto tempo o órgão antitruste levará para julgar o caso. Durante a assembleia que aprovou a venda das unidades da LBR, no dia 21 de agosto, o representante da Lactalis, Marcelo Ricupero, do escritório Mattos Filho, disse que expectativa era de que o resultado saísse em 30 a 40 dias e acrescentou que o risco de não aprovação seria "desprezível", já que a Lactalis ainda é pequena no Brasil, e assim não haveria concentração.
Em entrevista ao Valor, após o despacho de Costa, Ricupero disse que "não pode se comprometer com o período de 30 dias" citado pelo juiz, mas reiterou que a expectativa é de que um parecer do Cade saia em 30 a 40 dias, já que o processo deve ser analisado dentro do procedimento sumário que é aplicado no caso das operações que não têm concentração econômica relevante.
No momento, segundo ele, está sendo preparada a documentação para que a Lactalis protocole no Cade o pedido de ato de concentração relacionado à aquisição dos ativos da LBR.
O tempo que o juiz levará para homologar o processo de venda é motivo de preocupação dentro da LBR, já que a empresa precisa dos recursos para pagar credores dentro da recuperação judicial e porque está sem capital de giro para operar as poucas unidades que ainda opera.
Além da Lactalis, que adquiriu por R$ 250 milhões as unidades de Fazenda Vila Nova, Barra Mansa (inclui a marca DaMatta), Boa Nata (inclui a marca Boa Nata), e os ativos da Poços de Caldas, também compraram ativos da LBR dentro do processo de recuperação judicial a ARC Medical Logística, a Colorado, a Laticínios Bela Vista, a Cooperativa do Vale do Rio Doce e a Agricoop. Com a venda das 14 unidades isoladas, a LBR vai arrecadar um montante total de R$ 531,477 milhões.
Empresa brasileira expande unidade
Após investimentos da ordem de R$ 70 milhões, a BRF inaugura hoje a ampliação de sua fábrica em Tatuí, município paulista localizado a 130 quilômetros da capital do Estado. De acordo com o diretor de qualidade e inovação da companhia, Ralf Piper, os recursos foram empregados na construção de uma área anexa à fábrica voltada à produção de frios fatiados.
O executivo afirmou ao Valor que o investimento em Tatuí é um exemplo da estratégia delineada pela gestão do empresário Abilio Diniz, presidente do conselho de administração da BRF desde maio de 2013. A intenção é orientar a produção da empresa de acordo com foco no consumidor, e não o inverso, como acontecia antes.
"No caso dos fatiados, fazemos o atendimento do pedido do cliente de forma diferente. Produzimos a partir do pedido, e isso é um desafio", disse Piper. Na prática, é uma inversão total do fluxo industrial. A BRF só faz o fatiamento dos produtos como queijo, presunto, mortadela e peito de peru após o pedido feito pelo supermercado, explica.
Nos produtos fatiados, a logística é fundamental, já que o prazo de validade dos produtos é menor. No futuro, esse modelo também será replicado em outros produtos que tenham prazo de validade inferior a 30 dias, acrescenta a diretora de marketing da BRF, Marcela Mariano.
Em funcionamento há dois meses em fase experimental - atualmente, são produzidas 12 toneladas por dia, diz ele -, a produção de frios fatiados atende a uma demanda dos supermercados, disse Piper. "Para fazer o fatiamento dentro de um supermercado, é preciso atender regras de segurança alimentar, ter um ambiente preparado", afirmou. A diretora de marketing da BRF vai além. "É um movimento meio sem volta para o mercado brasileiro. Hoje, em qualquer supermercado fora do país, você não tem mais fatiadores", disse ela.
O executivo também destaca pontos positivos para o consumidor. Segundo ele, os frios já fatiados pela BRF tem embalagem especial, o que permite que os produtos tenham mais frescor e, principalmente, prazo de validade. O produto fatiado da BRF, vendido com a marca Sadia e sob o nome "Soltíssimo", dura 30 dias nas gôndolas devido à tecnologia usada pela empresa, com a extração do oxigênio da embalagem. No caso específico do presunto, há um pasteurização a frio - High Pressure Pasteurisation (HPP). Nos frios fatiados nos supermercados, o prazo de validade na gôndola é menor, de três dias, conforme Piper.
Questionado sobre o prazo de retorno do investimento de R$ 70 milhões, Piper não forneceu detalhes, mas afirmou que esse retorno se dará "dentro daquilo que normalmente [a empresa] se compromete" com o conselho de administração. Ele também não divulgou a capacidade máxima para a produção de frios fatiados em Tatuí (SP).
Diante da possibilidade de a BRF vender sua divisão de lácteos, conforme já anunciado pelos principais executivos da empresa, Piper assegurou que a produção de queijos fatiados em Tatuí não será descontinuada. "Se houver cisão da parte de queijos, vai ter um 'player' que vai estar junto com a gente para fazer esse fornecimento dentro dos padrões que nós preconizamos para a marca Sadia", afirmou Piper. Atualmente, os produtos fatiados em Tatuí são oriundos de unidades da BRF no Sul do país.
Veículo: Valor Econômico
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