Camila Abud



As novas gerações já estão acostumadas ao uso de telas touchscreen por conta dos smartphones e Ipads. Com os consumidores cada vez mais visuais, os pontos de venda têm percebido a necessidade de acompanhar as mudanças de comportamento dos clientes. Dessa maneira, já é possível ver mais investimentos em interatividade com equipamentos multitoque e aplicativos que visam permitir e modificar a experiência na hora da compra.

Hoje, a tecnologia touchscreen não só faz parte do cotidiano como tem facilitado a vida das pessoas. Seja no celular, no computador, na televisão, o touchscreen revolucionou a forma com que a imagem é trabalhada, ressalta o diretor da empresa Aqua, Fábio Assis. Ele conta que hoje é bem mais fácil vender telas touchscreen do que há 7 anos, quando a empresa começou a atuar. Assim, a expectativa de 2014 é um crescimento de 180% em relação ao ano passado. A empresa, que é concorrente da gigante Elemídia no segmento de mídia exterior, acredita ter encontrado uma brecha no mercado. A Elemídia é líder em telas instaladas em elevadores e grandes espaços como centros de compras e empresas.

"Somos uma startup em expansão, com uma equipe principal de 10 pessoas. A vantagem de ser digital é conseguir fazer grandes negócios com um mínimo de pessoas. Assim, em vez de brigar pelo mesmo espaço criamos novos produtos e serviços. Oferecemos telas grandes com foco em espaços públicos, pontos de venda e ações de marketing. Estamos trabalhando com parceiros em várias cidades para montar uma rede e já conquistamos os primeiros pontos e anunciantes", afirmou.

Entre os produtos desenvolvidos pela Aqua está o Showcase Veículos, voltado para o segmento automotivo e que já pode ser visto em unidades da Renault, Ford e Volkswagen. "Telas interativas são uma alternativa para concessionárias para se diferenciar. O catálogo digital indica um futuro com lojas menores e em locais nobres, como shopping centers, por exemplo". Mais do que o equipamento, o Showcase carrega um portfólio de soluções aos pontos de venda. O totem multitoque com tela full HD de 42 polegadas pode ser personalizado nas cores e marca de cada concessionária e com o conteúdo que cada uma considera mais relevante. "O diferencial é que entregamos uma solução completa com equipamentos, aplicativos e conteúdo sempre atualizados. Assim, as concessionárias conseguem resolver tudo com um único fornecedor", explica Assis.

Segundo ele, quando foi criada em 2007, para finalizar um negócio a empresa tinha antes de explicar o que era touchscreen e ensinar sobre a solução, geralmente voltada ao ramo de eventos e marketing. "Hoje não. É só dizer que é um iPad grande ou parecido com as telas interativas da Globo, por isso em 2015 estimamos crescer 150%." Ele ressalta que o mercado brasileiro envolve particularidades se comparado a outros países. "Soluções interativas em PDV e mídia digital encontram mais mercado em ambientes urbanos, que são mais concentrados. Países como Inglaterra, Hong Kong e Austrália também têm tais características."

Pesquisa e desenvolvimento

A empresa, que estimativa investir mais de R$ 1 milhão entre neste ano e 2015, destacou que a área de desenvolvimento de novos produtos será o maior alvo, além da busca pela melhoria dos produtos e serviços já existentes. Quando nasceu em 2007, pouco antes da Apple lançar o primeiro iPhone, a Aqua percebeu a perspectiva do mercado de massa e mirou nas

Para o diretor, os investimentos são justificados no fato de o mercado ainda ser pouco explorado, mas por conta do avanço tanto de tecnológico como do hábito da população - cada vez mais conectada e visual -, o mercado deve crescer de maneira expressiva. "Logo a concorrência vai aumentar, pois tudo está se tornando digital."

Assis não acredita, contudo, que uma nova tecnologia vá substituir o touchscreen tão cedo, principalmente nas áreas em que a empresa atua. "Comandos por voz e óculos de realidade virtual, por exemplo, não têm o mesmo potencial em pontos de venda e mídia digital. Apesar disso, certamente a tecnologia vai evoluir e os custos vão cair, com alguns grandes players entrando no mercado de telas de grande porte".

Com relação às áreas em que a Aqua atua, o diretor da empresa ressaltou que são as em que há produtos de alto valor agregado, mais maduros e com necessidade de constante inovação. O Shopping Oi, de Belo Horizonte (MG), tem telas touchscreen funcionando como mapa para informar lojas, categoria de produtos e acabam sendo um assistente de compras. A Aqua destaca entre outros setores o de imóveis, como um dos que demanda telas de touchscreen. "O equipamento ajuda nos processos de vendas mais complexos, seja para mostrar o grande número de produtos de uma empresa ou empreendimentos em construção".



Veículo: DCI