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29/08/2014 12:02 - Parceria ajuda laticínio a obter o Sisbi

            Silemg e IMA vão orientar produtores sobre como conquistar selo que permite a comercialização interestadual


Michele Valverde


Os laticínios mineiros, associados ao Sindicato da Indústria de Laticínio de Minas Gerais (Silemg), que têm a intenção de expandir as vendas para outros estados, terão auxílio da entidade para se adequar e, dessa forma, conquistar o selo Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi). O requisito é obrigatório para as negociações interestaduais. No primeiro ano do projeto, o objetivo é contribuir para que 30 empresas de micro e pequeno portes conquistem o Sisbi, mas a tendência é que todos os laticínios filiados invistam na certificação.

O selo federal, além de permitir a comercialização interestadual dos produtos lácteos, tem regras mais rígidas em relação às boas práticas de produção e qualidade que as exigidas nos âmbitos municipal e estadual.

O auxílio ocorrerá pela parceria firmada entre o Silemg e o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), órgão credenciado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e responsável pela concessão do selo em Minas Gerais. O convênio entre as duas instituições prevê que um profissional do IMA esteja à disposição dos associados para orientá-los e esclarecer todas as dúvidas sobre o registro.

Segundo o diretor-executivo do Silemg, Celso Costa Moreira, a indústria mineira precisa investir na obtenção do Sisbi e ampliar a atuação no mercado, o que é considerado fundamental para o crescimento e fortalecimento das empresas. Para participar do projeto, é necessário que os laticínios sejam filiados ao sindicato.

"A tendência é de que os laticínios invistam na diversificação do mercado e o primeiro requisito para a concretização deste plano é a obtenção do Sisbi. Devido às condições do mercado lácteo, que é muito instável, a diversificação é fundamental para o sucesso dos laticínios. Por isso, acreditamos que em poucos anos todas as empresas filiadas ao Silemg estarão com o selo Sisbi".

Ao longo do ano, várias palestras serão realizadas em regiões estratégicas do Estado, nas quais técnicos do IMA explicarão as normas e a importância do selo Sisbi. O projeto será conduzido por representantes do IMA, Silemg e contará com a participação de proprietários e funcionários das indústrias interessadas.

Segunda etapa - Na segunda etapa, quando as empresas já tiverem manifestado o interesse pelo Sisbi, as instalações das indústrias serão avaliadas e levantadas as principais modificações a serem feitas. Após a adaptação será realizada uma nova vistoria pelo IMA e concedido ou não o selo federal.

"Em Minas Gerais, a maioria das indústrias de micro e pequeno portes possui os selos concedidos pelo município ou pelo Estado, o que permite a comercialização dos produtos somente no limite de cada inspeção. O padrão de exigência do Sisbi é maior, porém, as empresas vão atender ao mercado nacional e, em casos excepcionais, até mesmo o internacional. As indústrias precisarão de pequenas adaptações, principalmente em relação à qualidade e à linha de produção, mas investir na evolução e no avanço é muito importante, principalmente para as empresas de menor porte".

O selo atesta desde as boas práticas durante a captação e produção, passando pela análise dos pontos críticos de segurança alimentar até a qualidade final do produto, sendo considerado uma forma de agregar valor à produção.

"Além de expandir e diversificar o mercado, o produto final terá uma qualidade superior, se destacando frente aos demais e gerando maior lucro", afirmou.

Em relação ao mercado lácteo, Moreira afirma que, atualmente, as indústrias estão em situação desfavorável, já que o aumento dos preços pagos aos pecuaristas não foi totalmente repassado ao mercado final.

"É preciso encontrar um ponto de equilíbrio, o que não vem ocorrendo atualmente. As indústrias estão com margens de lucro reduzidas e, isso, compromete a capacidade de futuros investimentos".

A produção mineira de leite deve encerrar o ano em 9,3 bilhões de litros, um incremento próximo de 4%. O aumento dos preços pagos aos pecuaristas permitiu investimentos na melhoria genética e alimentação dos rebanho, contribuindo para o aumento da produção.



Veículo: Diário do Comércio - MG

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