Vanessa Stecanella


SÃO PAULO - A Whirlpool Latin America, dona das marcas Brastemp, Consul e KitchenAid, anunciou ontem (26) sua primeira máquina de bebidas, a B.blend, que deve chegar ao mercado até o final deste ano. João Carlos Brega, presidente da companhia, não revelou o montante investido, mas contou que a receita de inovação da companhia é equivalente a algo entre 3% e 4% do faturamento anual. Em 2013, a Whirlpool faturou R$ 350 milhões.

"Não deixamos de investir por conta do cenário [econômico]. Nós já sabíamos que este não seria um ano bom para o nosso negócio. Historicamente, países-sede de Copa do Mundo tem uma melhora nas vendas de linha marrom e piora em linha branca. Não fomos surpreendidos", disse Brega. Segundo ele, 2014 e 2015 "já estão dados". "Agora nossa preocupação é o que o próximo governo vai tomar de medida até o terceiro trimestre do ano que vem para destravar a economia. Isso será importante para trazer de volta o clima de confiança. Daí sim, podemos ter uma melhora em 2016", concluiu.

"Não tem nenhuma razão para não acreditar no Brasil, que é um país forte no médio e longo prazo. Já estávamos preparados para a desaceleração e por isso as férias coletivas [concedidas aos funcionários] já estavam programadas", afirmou o CEO, comentando a iniciativa da companhia para adequar a produção a franca demanda do mercado.

Apesar da perspectiva pouco otimista para este e o próximo ano, o executivo acredita que o lançamento deve render bons resultados. "Vamos oferecer a B.blend em primeira mão para os assinantes de purificadores", contou Brega. A assinatura de purificador de água, lançada há alguns anos pela Brastemp tem cerca de 110 mil assinantes residenciais e 60 mil empresas.

A máquina faz bebidas quentes e frias, com gás ou sem, com cápsulas semelhantes às de máquinas de café. São 24 tipos de bebidas, entre refrigerantes, sucos, néctares, chás quentes e gelados, cafés, chocolates, frapês, energéticos e coquetéis sem álcool. A B.blend também oferece água purificada natural, gelada, com gás e quente. A empresa não informou ainda o preço da máquina e das cápsulas.

De acordo com Fernando Yunes, diretor sênior de novos negócios da Whirlpool, o projeto levou quatro anos e foi totalmente desenvolvido no Brasil em parceria com a alemã Bevyz, que detém técnica e licença das cápsulas que serão utilizadas. Os brasileiros serão os primeiros a provar a inovação, totalmente produzida na fábrica de Joinville (SC).



Veículo: DCI