Geral
25/08/2014 12:26 - Marca de 'canguru' para classe A chega ao país
Qualquer lista de enxoval de maternidade sugere a compra de um "sling" ou "canguru" hoje em dia. Antes utilizados por poucas mulheres, os acessórios viraram uma febre. O sling (pano para amarrar o bebê no colo) e o canguru (uma espécie de mochila para carregar o bebê) facilitam a mobilidade dos pais e, segundo estudos pediátricos, promovem segurança para a criança, além de estimular o vínculo entre os pequenos e os adultos. Celebridades - de Gisele Bündchen a Carla Bruni - são fotografadas constantemente carregando os filhos com o auxílio desses suportes.
Diante de tanta exposição, os fabricantes expandem os negócios. A americana Ergobaby, que produz cangurus, wraps (similar ao sling) e cueiros, decidiu entrar no mercado brasileiro, onde 3 milhões de bebês nascem anualmente. "Era o único país do Bric que não estávamos", afirma David Sullivan, diretor internacional da Ergobaby, referindo-se ao grupo que inclui Brasil, Rússia, Índia e China. "Temos uma grande expectativa. No Brasil as mães são bastante preocupadas com a melhor maneira de criar os filhos", acrescenta.
A marca chegou sem muito alarde há três meses, com vendas pela internet. No mês que vem, será inaugurada uma loja conceito no shopping Cidade Jardim. Os produtos, fabricados com tecidos patenteados, custam de R$ 360 a R $ 848 e permitem carregar de recém-nascidos a crianças até 14 quilos (peso equivalente a cinco anos).
A Ergobaby está presente em 50 países, tem uma rede de 650 distribuidores e vem crescendo 20% anualmente. A empresa tem duas fábricas, localizadas no Vietnã (de onde serão importados os produtos vendidos no Brasil) e na Índia. As vendas nos países do Bric já representam 20% do faturamento da empresa.
E ela chega ao Brasil pelas mãos de Celso Portásio, consultor de empresas e sócio da Órbita Infantil, representante, distribuidor e importador da Ergobaby no Brasil. O lançamento por aqui consumiu cerca de R$ 3 milhões de investimentos destinados as áreas de marketing, logística, mídias sociais, desenvolvimento da loja, rede de representantes e estoque de produtos. "As vendas no site vêm crescendo em ritmo forte nos primeiros meses, mas esperamos atingir um mercado relevante somente em 2015, com várias estratégias de expansão e desenvolvimento de uma rede de distribuidores. Queremos ter quatro a cinco lojas conceito no próximo ano", afirma Celso Portásio, que trabalhou por nove anos no JP Morgan, de onde se desligou em 2013.
A Ergobaby foi criada em 2003 por Karen Frost, que morava em Pukalani, praia do Havaí. Ao ser mãe, ela sentiu falta no mercado de um canguru ergonômico e que pudesse ser usado também pelo filho quando fosse mais velho. Karen desenvolveu o produto e começou vendendo para amigos. O canguru ganhou a chancela da revista "Parenting Magazine", a mais importante do setor, que na edição de 20º aniversário considerou o canguru um dos 20 melhores produtos para crianças das últimas duas décadas.
Foi suficiente para chamar a atenção da Orbit Baby, empresa que fabrica carrinhos de bebê e cadeirinhas para carro. Em 2011, a Orbit comprou a Ergobaby por US$ 91 milhões e a transferiu para Los Angeles. A intenção de Portásio é importar também os carrinhos da Orbit.
Com lançamentos constantes, a Ergobaby investe também em detalhes - como cores - para dar um caráter mais fashion ao acessório. Um dos produtos, por exemplo, tem um pano no bolso que serve tanto para a mãe cobrir o bebê quanto para ter privacidade na hora de amamentar. Lançado recentemente, o canguru 360 permite quatro posições de uso. E o wrap, que se assemelha a um sling, foi desenvolvido com um tecido patenteado (4D strechtTM) que proporciona mais conforto e é resistente. "O importante é que todos os produtos são fáceis de usar, a mãe consegue colocar sozinha com o bebê", diz Celso.
O marketing da Ergo Baby se apoia bastante nas redes sociais e na exposição das celebridades. No Brasil, a empresa também pretende fazer parcerias com blogueiras e formadores de opinião.
Veículo: Valor Econômico
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