Caminhões movidos a GNV já foram testados pela montadora, em parceria com seus clientes



Mara Bianchetti



A planta da Iveco Latin America, divisão do grupo Fiat especializada na fabricação de veículos pesados, situada em Sete Lagoas (região Central), está preparada para iniciar a produção de comerciais leves e caminhões movidos a gás natural veicular (GNV). O segmento já é explorado pela companhia na Europa e em alguns países da América Latina. No Brasil, a fabricação e comercialização ainda dependem da abertura do mercado.

Para isso, a Iveco testou a tecnologia por meio de parcerias com clientes, universidades e distribuidoras de GNV em São Paulo, Minas e Rio Grande do Sul. No Estado, as avaliações foram feitas com veículos Daily e Tector, junto à Patrus Transportes Urgentes e à Coca-Cola Femsa, respectivamente, com a contribuição da Companhia de Gás de Minas Gerais (Gasmig).

De acordo com o gerente de Inovação da montadora, Fábio Nicora, terminados os testes, as empresas estão agora em fase de negociação com a Iveco para implementação definitiva do sistema, por meio da renovação de frotas. Segundo ele, o início da produção na unidade de Sete Lagoas depende do contrato com estes e outros clientes nacionais.

"Já detemos a tecnologia e já fabricamos este tipo de veículo em larga escala em outros lugares do mundo. Mas, para darmos início em Minas Gerais, precisamos de demanda. Seriam necessários também alguns investimentos para realizar adaptações na fábrica e criar um cinturão de fornecedores. Mas nada muito expressivo", diz, sem revelar valores.

Leia também
Saldo negativo de empregos em Minas Geração de empergo teve o pior julho em 15 anos Greve prejudica apuração da taxa do IBGE Taxa de ocupação na indústria cai 8,1% na RMBH Trabalho | Categorias com ganho real em 2014 chegam a 93%, afirma Dieese

Poluentes - Ainda conforme Nicora, a tecnologia permite a redução de emissões de poluentes, principalmente NOx, partículas de CO2, além de proporcionar economia no custo operacional, já que o caminhão possui autonomia de até 300 quilômetros. Ele explica que somente em termos de combustível, o veículo de carga movido a GNV permite uma redução de até 20% nos custos.

"Se for o caso de uma empresa maior, com frota considerável, torna-se interessante a instalação de um posto em suas dependências e a economia pode chegar a 40%", garante.

A Iveco inicou os investimentos nesta área em 2009. Os testes vêm sendo realizados desde 2011 com diferentes empresas, contando com dois veículos leves GNV da família Daily, dois Tector 17 toneladas, preparados para coleta de lixo, um ônibus GNV e um Tector GNV alimentado com Biometano.

No caso da Coca-Cola a parceria foi feita para a entrega de produtos da multinacional durante a Copa das Confederações, em 2013, e a Copa do Mundo neste ano. E entre os campeonatos o veículo foi utilizado pela companhia para rodar na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).

Além disso, um dos benefícios adicionais desse tipo de combustível, aplicado ao transporte, é o fato de o motor alimentado a gás ter emissões sonoras menores - seis decibéis a menos quando comparado com o motor diesel. Todos os testes contaram com o suporte da FPT Industrial, empresa do grupo CNH Industrial, fornecedora dos motores utilizados pela Iveco Latin America.

Veículo: Diário do Comércio - MG