Geral
12/08/2014 09:36 - Seca piora qualidade da tangerina
Fruto produzido em MG está menor; produtividade também diminuiu, mas preço ainda compensa
Michele Valverde
A estiagem atípica registrada em Minas Gerais, ao longo do primeiro trimestre, impactou negativamente na qualidade da produção de tangerina ponkan. De acordo com a Empresa da Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), com o estresse hídrico, as frutas estão menores e levaram mais tempo para ficar em ponto de colheita. Nos principais municípios produtores, a estimativa é que a produtividade fique entre 20% e 30% menor, assim como a produção no Estado, que deve colher 160 mil toneladas da fruta neste ano.
Em Campanha, no Sul de Minas, a estiagem atípica prejudicou o desenvolvimento da tangerina e a estimativa é de quebra de 20% no volume a ser colhido. O município é um dos principais produtores, colhendo anualmente 66 mil toneladas de tangerina. A área em produção é de 1,2 mil hectares.
De acordo com o engenheiro agrônomo e extensionista agropecuário da Emater-MG, escritório de Campanha, Eduardo Costa Barros, a estiagem não era esperada e causou prejuízos significativos. "A escassez hídrica ocorreu no período mais crítico da produção, quando os frutos estão crescendo e necessitam de grande volume de água para alcançar o tamanho ideal. O resultado da seca foi a queda significativa na produtividade e qualidade da tangerina", disse.
Ainda segundo Barros, nos anos anteriores, eram necessárias, em média, 80 frutas para compor uma caixa de 20 quilos. Mas, com os problemas climáticos, o volume subiu para 120 a 130 frutas para completar a caixa.
A estiagem também comprometeu parte da produção em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. De acordo com o engenheiro agrônomo e extensionista da Emater-MG Mauro Ambrósio da Silva Júnior, houve atraso no período de colheita, uma vez que as frutas levaram mais tempo para se desenvolver.
"Normalmente a colheita da tangerina é iniciada em maio e vai até julho, mas, como a seca foi rigorosa, as plantas levaram mais tempo para desenvolver a fruta e estamos colhendo por agora. Além do atraso, estamos observando nos pomares que o tamanho da tangerina está inferior ao normal e, isso, impacta diretamente na rentabilidade dos fruticultores, já que será necessário um maior número de frutas para encher um caixa", explicou.
A estimativa é que as perdas possam chegar a 30% da produção, o que será confirmado ou não com o avanço da colheita. Inicialmente, a produção no município foi estimada em 12,8 mil toneladas. A produtividade média registrada no ano anterior foi de 23,15 toneladas por hectare, o que deverá ser revisado com a conclusão da colheita.
Para a produtora de tangerinas Ana Maria Franco Jardim, de Brumadinho, a seca causou grandes prejuízos que ainda estão interferindo de forma negativa na produção. "Com a falta de chuvas, os reservatórios do sítio estão baixos e isso prejudica o desenvolvimento da produção. As tangerinas também estão menores que o normal. Para nossa sorte, os preços estão cobrindo os custos e ajudando a reduzir os prejuízos", explicou.
Cotação - Segundo dados da Emater-MG, com a queda da produção, os preços pagos pela tangerina estão se mantendo em patamares rentáveis. A caixa de 20 quilos é negociada entre R$ 10 e R$ 12, valor que cobre os custos e garante lucro aos fruticultores. Para se produzir uma caixa, são necessários de R$ 5 a R$ 6.
De acordo com o coordenador técnico estadual de Fruticultura da Emater-MG, Bernardino Cangussú Guimarães, somente em 2014, Minas Gerais deverá produzir 160 mil toneladas de tangerina, em uma área de 6,5 mil hectares. Outros 1,1 mil hectares estão em formação e devem produzir nos próximos anos. A produtividade media é de 23 toneladas por hectare.
Em Minas, a produção se concentra nas regiões Central (38%) e Sul (33%). Segundo Cangussú, no Brasil, a região Sudeste concentra 60% da produção e o Sul, 34%. São Paulo é o maior produtor, seguido do Paraná e Minas Gerais.
O maior mercado da tangerina é Minas Gerais, mas a fruta também é comercializada na região Nordeste e no Sudeste, principalmente no Rio de Janeiro e São Paulo.
Veículo: Diário do Comércio - MG
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