A produção de algodão em pluma geneticamente modificado será de 1,74 milhão de toneladas, com aumento de 34% frente a safra 2012/2013. A área destinada para o cultivo da fibra ficou em 1,1 milhão de hectares, expansão de 21,7% frente a safra anterior, segundo levantamento divulgado pela consultoria Céleres.

O mercado interno continua pressionado pelas indústrias devido a proximidade da entrada da safra 2013/2014 e, consequentemente, aumento da oferta disponível. Na Bahia, espera-se uma produtividade muito boa nesta safra, sendo que a produção deve atingir um dos maiores patamares já registrados.

Colheita atrasada

A colheita do algodão 2013/2014 está 3,1 pontos percentuais (p.p.) atrasada em relação ao ciclo passado. O aumento de 42,8% na área é um dos principais motivos para o atraso. A área destinada ao algodão saltou de 452,3 mil hectares para 645,9 mil hectares durante este ciclo.

Conforme o terceiro acompanhamento da colheita do algodão da safra 2013/2014, divulgado na sexta-feira (11) pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a colheita atingiu 6,2% dos 645,9 mil hectares plantados. O ano passado, nesta época, 9,2% da área estavam colhidas.

Alta de até 31%

Somente do algodão em caroço, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estimou mais de 4,3, milhões de toneladas no último levantamento da safra divulgado esta semana. A alta chega a 31,4% em relação ao ciclo passado. Já para o em pluma, a perspectiva é aumento de 8,2%, pois são esperados 1,1 milhão de toneladas. A área de cultivo passou de 475 mil hectares para 641 mil, incremento de 35%.

A Conab detalhou que em Mato Grosso, maior estado produtor, o plantio ocorre em dois períodos. "O da primeira safra, semeado preferencialmente em dezembro e o da segunda safra em janeiro e fevereiro. O plantio nestes períodos tem merecido a preferência dos produtores da Região Centro-Oeste, uma vez que a colheita não coincide com os períodos de chuvas, ocorrências que traz prejuízos à qualidade da pluma".

Mais 4 cultivares indicadas

A Embrapa está recomendando para o plantio da safra 2014/2015, em todo o País, as cultivares de algodão herbáceo BRS 368RF, BRS 369RF, BRS 370RF e BRS 371RF, todas transgênicas. Elas foram desenvolvidas pela Embrapa Algodão, com sede em Campina Grande, na Paraíba, em parceria com a Embrapa Meio-Norte, em Teresina, no Piauí.

As sementes dessas quatro cultivares já estão disponíveis ao mercado através dos parceiros Ceolin Agropecuária Ltda, no município de Posse, em Goiás, Sementes Produtiva, em Formosa, também no Goiás, e Algodoeira Benjamim Zandonadi, em Campo Verde, Mato Grosso.

O pesquisador José Lopes Ribeiro, que participou das avaliações das cultivares, diz que elas oferecem uma maior flexibilidade no controle das plantas daninhas, permitindo, assim, "a aplicação do herbicida glifosato nos diferentes estágios de desenvolvimento do algodoeiro sem gerar danos às plantas".

As cultivares, segundo ele, têm potencial para produtividades médias acima de 4,5 toneladas por hectare de algodão em caroço, "com percentual de pluma variando de 39% a 40,5%". As cultivares BRS 368RF e a BRS 369RF apresentam, ainda de acordo com o pesquisador, ciclo normal - cerca de 150 dias na área meio-norte - e baixo porte de planta.



Veículo: DCI