Geral
14/07/2014 09:06 - Feriados e da Copa afetam farmácia de menor porte
Especializada em remédios de doenças crônicas, como pressão e diabetes, além de problemas oncológicos, a Sare Drogarias registrou queda de 10% nos cinco primeiros meses do ano em seu volume de negócios. Afetada pelo calendário com menos dias úteis, além da Copa do Mundo, a empresa precisou rever para baixo seu crescimento, enquanto as líderes do setor ainda mantêm elevação nos negócios. Isso mostra como empresas menores do ramo têm de driblar fatores como a concorrência, mesmo após encontrar nichos para atuar.
"Registramos baixa nas vendas que começou a se estabilizar somente em maio. Como atuamos principalmente no comércio eletrônico, essa foi uma queda pequena quando comparada há anos anteriores", afirmou o diretor da rede Samuel Gusmão, que apontou expectativa de crescer apenas 10% em 2014, ante os 30% planejados para o ano.
Segundo ele, vários fatores influenciaram essa retração, como feriados e a Copa, que prejudicaram as vendas no mês de junho. "Outro ponto é a concorrência com as grandes redes, já que elas possuem maior poder na hora de negociar com os laboratórios", disse o executivo.
Gusmão afirma que é difícil operar no Brasil, principalmente por conta da demora na hora de entrega os produtos. "Hoje contamos apenas com uma loja em São Paulo, já que é mais barato vender no mercado virtual. O desafio ainda é a logística, já que o custo da entrega é muito alto quando comparado a outros mercados como China e Estados Unidos".
Tanto que essa foi a estratégia adotada para fidelizar os clientes. "Trabalhamos principalmente com produtos de alto valor agregado, em que as pessoas conseguem se planejar para fazer um novo pedido. Essa também é uma forma de lidar com o prazo das entregas, que não conseguimos efetuar de forma imediata", disse.
De acordo com Gusmão, as vendas de medicamentos virtuais são autorizadas pela Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa). "Remédios de tarja preta só podem ser vendidos nas lojas físicas, como determina a Agência. Já os remédios com tarja vermelha possuem autorização. Para tanto pedimos que o consumidor envie uma cópia do documento por e-mail, fax ou que possa ser entregue para o motoboy."
Rede supermercadista
No ramo de supermercados, as redes maiores apostaram em drogarias de marca própria e para driblar a concorrência, a Cooperativa de Consumo (Coop), que registrou incremento de 15% nas vendas no setor de drogarias no primeiro semestre do ano, passa agora a investir em farmácias de rua, como informou a gerente de negócios das drogarias Coop, Rosângela Prado.
"Hoje temos 31 unidades, sendo que 28 estão dentro dos supermercados da marca. Estamos investindo em lojas externas. Existem três funcionando em São Bernardo do Campo [SP], e até o final do ano vamos abrir mais quatro lojas."
Presente na região do ABC, Sorocaba, Tatuí, Piracicaba e São José dos Campos, a Coop afirma que o crescimento da rede está ligada diretamente ao comércio de remédios tradicionais. "Os medicamentos com maior referência no mercado têm uma composição grande nas vendas das drogarias Coop, já que não vendemos produtos de higiene e beleza, que podem ser encontrados nas prateleiras dos supermercados".
Rosângela ainda ressalta que nas drogarias externas há produtos de beleza e infantis, assim como dermocosméticos, que estão presentes nas farmácias da Coop e são importantes na composição das vendas, sem ultrapassar o comércio dos medicamentos.
Com expectativa de crescer pelo menos 15% no ano, a companhia estuda implementar as vendas on-line e entregas em domicílio. "Hoje somos filiados ao programa Farmácia Popular, do governo federal, presente em 27 unidades dos supermercados, além de duas lojas de rua. Estamos aguardando a liberação do Ministério da Saúde para operar em todos espaços, já que o programa permite mais acesso aos usuários, uma vez que muitos estão disponíveis de forma gratuita e outros com até 90% do valor subsídio pelo Ministério. Dessa forma passamos a contar com um volume maior de clientes".
Panorama do setor
De modo geral, o seguimento farmacêutico apresentou resultados positivos nos cinco primeiros meses do ano, diz a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma). Segundo a entidade, o setor movimentou mais de R$ 12 bilhões de janeiro a maio de 2014, ou seja, crescimento de 14,22% na comparação com igual período do ano passado.
Já a categoria não medicamentos - beleza e estética - viu aumento de 17,24% na comparação com 2013, ao girar R$ 4 bilhões.
Para o presidente da Abrafarma, Sérgio Mena Barreto, o resultado é fruto de investimentos feitos pelas grandes redes de farmácias, já que empreendimentos menores apresentaram resultados abaixo da expectativa. "As principais companhias souberam se estruturar, investindo nos pontos de venda", afirmou.
Veículo: DCI
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