A fabricante brasileira Hypermarcas relançou a Bozzano, de cuidados masculinos, com o objetivo de rejuvenescer a marca e incrementar as vendas. As fórmulas e as embalagens dos produtos foram renovadas. A companhia também quer reforçar a categoria de desodorantes, antes coadjuvante.

"Eu diria que agora estamos entrando de verdade no mercado de desodorantes. Estamos colocando foco nessa categoria e levando o produto para todas as grandes varejistas", afirma Nicolas Fischer, presidente da unidade de consumo da Hypermarcas. A nova fábrica do grupo em Senador Canedo (GO) tem capacidade para produzir em aerossol, o que também contribui para a competitividade do produto, segundo o executivo.

O mercado de desodorantes femininos e masculinos gerou vendas de R$ 9,6 bilhões no Brasil no ano passado. A estimativa da Euromonitor é de um aumento médio de 11% ao ano até 2017, puxado pelos frascos em aerossol. A líder é a anglo-holandesa Unilever, com as marcas Axe, Rexona e Dove.

Segundo Fischer, a companhia manteve os preços dos produtos. "Hoje em dia o consumidor quer qualidade, mas não quer gastar excessivamente. Nesse momento econômico, acho que esse posicionamento é cada vez mais forte no mercado". O ganho de escala com a transferência das linhas de produção de todos os produtos de higiene e beleza da Hypermarcas para Goiás, concluída este ano, contribuiu para gerar economias para a companhia. "Estamos conseguindo ter margens bem atrativas para os produtos", diz o executivo.

Os novos produtos da Bozzano começaram a chegar ao varejo em março. Após ampliar a distribuição, a marca estreou esta semana campanha na TV. Segundo Fischer, a Hypermarcas quer que o consumidor veja "a tradição de uma marca que o pai usou, o avô usou, mas que também tem um produto moderno". A Bozzano tem mais de 60 anos de mercado e foi comprada da Revlon em 2008.

A Bozzano tem produtos para barbear, gel de cabelo e desodorante. A companhia reduziu a quantidade de versões de espumas e cremes de barbear. "Os homens se cuidam, mas não querem passar muito tempo na gôndola", diz.

O mercado brasileiro de produtos masculinos de higiene e beleza é o segundo maior do mundo, com faturamento de R$ 9,7 bilhões em 2013 e previsão de alcançar R$ 17,2 bilhões em 2017, segundo a Eurtomonitor. O mercado é liderado pelas multinacionais Unilever e Procter & Gamble, dona da Gillette.



Veículo: Valor Econômico