Empresa gaúcha decidiu abrir o seu primeiro escritório no continente africano depois da última edição do campeonato de futebol, em 2010

Antes mesmo do início da Copa do Mundo, o presidente da Tramontina, Clóvis Tramontina, já sacramentava que o Mundial no Brasil seria um sucesso. A projeção, feita na semana de abertura do torneio, durante o seminário Eventos Esportivos e Oportunidades de Negócios, realizado na Pucrs, não tem relação apenas com o desempenho das seleções – embora o dirigente exalte a paixão pelo futebol e pelo time do coração, o Sport Club Internacional.

Para os negócios, a Copa do Mundo é uma grande oportunidade ao garantir projeção mundial. “Essa é a minha décima Copa do Mundo e nós vamos fazer a melhor de todas”, disse Tramontina, afirmando que o torneio deixará legado. Prova do potencial gerado pelo evento é a visibilidade alcançada pela África do Sul, a partir de 2010, quando aquele país sediou a 19ª edição da Copa do Mundo.

“Antes o pensamento comum quando se falava no continente africano era de uma grande savana. Hoje, conhecemos a África como um continente de oportunidades.” A própria Tramontina investiu no local. Em abril, a empresa inaugurou seu primeiro escritório na África do Sul. Localizada em Joanesburgo, a representação é responsável pelas vendas e pelo marketing da empresa para todo o continente africano. “Esse movimento é prova do potencial que vislumbramos”, destacou o dirigente.

Fora a oportunidade identificada durante o Mundial da África do Sul, a Tramontina tem um alinhamento constante com o futebol. Desde 2005, a marca patrocina as duas principais equipes do Estado – o Grêmio e o Internacional. O presidente da empresa ressalta que, de lá para cá, ambos se mantiveram na Copa Libertadores da América (a exceção, frisou, foi o tricolor gaúcho, que neste ano não se classificou).

Com o alcance continental, a empresa, assim como os times gaúchos, também buscou projeção na América Latina e passou a investir em clubes dos países vizinhos. “A Libertadores nos trouxe muita oportunidade. Começamos a patrocinar times argentinos, uruguaios, colombianos, peruanos e paraguaios”, conta, destacando que o retorno é praticamente imensurável.

Um caso de sucesso, citado por Tramontina, é o da Parmalat, que se projetou no País a partir da parceria firmada com o Palmeiras, patrocinando e acompanhando a gestão do clube. Da mesma forma, a Tramontina tem alcançado ampla visibilidade com o marketing esportivo. O que garante o sucesso, elenca o presidente da empresa, é a questão afetiva. O investimento torna a marca mais querida e denota jovialidade, características que ampliam a presença da empresa na vida dos consumidores.

“Patrocinar clubes é sensacional e tem uma relação de custo e benefício espetacular”, salienta. A marca exibida nas camisas dos jogadores integra momentos memoráveis do esporte, refletindo em conjunto com dribles e gols a paixão pelo futebol. Em um país como o Brasil, cenas de grandes jogadas serão sempre lembradas e repercutidas pela mídia incontáveis vezes, perpassando gerações. “Quanto vale isso?”, instiga Tramontina, lembrando que até os concorrentes usam camisetas de times, gerando, muitas vezes, uma situação impensada, mas assegurando que, de fato, a visibilidade é ampla e irrestrita.



Veículo: Jornal do Comércio - RS