Combate a lagarta gera bons resultados

Produtores de algodão em Minas Gerais vivem um bom momento no período agrícola 2013/2014. A expectativa é colher 68,7 mil toneladas, crescimento de 2% ante o a safra anterior. O ganho se dá, principalmente, em produtividade, com rendimento de 3,4 toneladas por hectare, alta de 1,5%. A área também foi ampliada em cerca de 9%, passando de 19.400 hectares para 21.150 hectares, segundo dados da Associação Mineira dos Produtores de Algodão (Amipa). Essa melhora no rendimento da cotonicultura mineira é atribuída pelos produtores, principalmente, ao combate severo à lagarta Helicoverpa armigera, que no ano passado provocou grandes perdas na cultura.

A informação é do diretor executivo da Amipa, Lício Pena. Segundo ele, os manejos realizados para combater a praga foram "a maior contribuição para o aumento da produtividade nas lavouras mineiras". "Diante do cenário de infestação da safra passada, montamos uma equipe, denominada Grupo de Estudo do Algodão Mineiro (Geam), e fomos buscar soluções em outros países produtores. Tivemos várias missões à Austrália, país de onde a lagarta é originária, e adotamos várias práticas apontadas nessas pesquisas", informou.

Outro fator que segundo Pena ajudou a ampliar o rendimento das lavouras foi o clima. "A seca, ou melhor, as chuvas tardias registradas neste ano foram favoráveis à produção, principalmente para o algodão de segunda safra, plantado de janeiro a fevereiro", observou.

Além dos ganhos em produtividade, o Valor Bruto da Produção (VBP) do algodão também estimula os agricultores. De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a estimativa para o Estado, neste ano, é de R$ 339 milhões, aumento de 43,5% em relação ao VBP de 2013.

O VBP é o resultado da multiplicação da produção estimada pela cotação média do produto. No caso do algodão, o percentual de crescimento é o maior no grupo dos principais produtos agrícolas de Minas Gerais, na avaliação do subsecretário de Estado do Agronegócio, Antônio Gama. "O principal fator é a evolução dos preços. Segundo o Indicador Cepea/Esalq, em 2013 o preço médio da arroba foi avaliado em R$ 68,8 e para este ano a estimativa é de R$ 72,2, portanto uma evolução da ordem de 8,5%", observou em nota enviada à imprensa.


Qualidade - A certificação da qualidade também pesa no crescimento do cultivo do algodão em Minas, segundo o coordenador do Programa Mineiro de Incentivo à Cotonicultura (Proalminas), desenvolvido pelo Estado, Lucas Rocha Carneiro. "Um dos instrumentos da política de apoio ao setor é a premiação das indústrias ao algodão mineiro de qualidade, com acréscimo de 7,85% sobre o preço", diz em nota.

Rocha acrescenta que o algodão necessita do Certificado de Origem e Qualidade para ser comercializado pelos cotonicultores. "A produção de Minas tem qualidade comprovada por um laboratório de excelência, criado em 2006 pela Amipa, com a participação do governo estadual e reconhecido mundialmente pelo rigor das análises da fibra", afirma, referindo-se ao Minas Cotton, localizado em Uberlândia, no Triângulo.

O laboratório tem certificação internacional e em 2013 obteve a primeira e a segunda colocações mundiais quanto à precisão de suas análises, conforme avaliação do Comitê Consultivo do Algodão (International Cotton Advisory Committee - Icac), com sede em Washington (EUA).

"Análises rigorosas do algodão são indispensáveis porque possibilitam à indústria têxtil a aquisição da pluma de acordo com as suas necessidades específicas e, após obter o relatório das avaliações, as empresas também dispõem de um diferencial para a definição de preço", finaliza o coordenador.



Veículo: Diário do Comércio - MG