Os lojistas de Belo Horizonte estão otimistas, mas não muito confiantes para o Dia das Mães. Foi o que demonstrou pesquisa de expectativa realizada entre 1º e 4 de abril pela Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais (Fecomércio Minas). O estudo demonstrou que para 62,2% as vendas neste ano serão melhores do que no mesmo período do ano passado. No entanto, desde 2006 essa expectativa só não é mais baixa do que a apurada em 2009, quando somente 41,4% dos entrevistados previam alguma melhora em relação ao exercício anterior. O tíquete médio neste ano deve variar entre R$ 50,00 e R$ 200,00.

"A confiança dos consumidores e dos empresários vem caindo", aponta o economista da Fecomércio Minas Gabriel de Andrade Ivo. Mesmo assim, observa, para este Dia das Mães a entidade projeta um crescimento de vendas da ordem de 5% em relação ao mesmo período de 2013. Isto porque, segundo ele, "a base de comparação é mais baixa, pois o ano passado não teve um Dia das Mães muito aquecido, ficando nos mesmos patamares de 2012".

Entre os motivos para essa projeção de crescimento, ele destaca uma queda nos níveis de endividamento nos primeiros meses deste ano, o que pode estimular o consumidor em maio. "Mas temos que aguardar os números de abril, quando se completam três meses após as compras de Natal.  nesse momento que os endividados, que não conseguem quitar seus débitos, tornam-se devedores", observou.

Segundo ele, em março a taxa de endividamento dos consumidores belo-horizontinos ficou em 49,2% e a de inadimplência, em 3,3%. "Menor do que a de março do ano passado, quando foi de 4,8%", destacou. No entanto, observa, ainda não há como firmar tendência de queda, pois em janeiro e fevereiro deste ano, as taxas foram de 4,2% e 4,5%, respectivamente, as mesmas apuradas nos mesmos meses do ano passado.

Expectativa - Neste ano, 34,3% dos lojistas apostam em vendas iguais as do ano passado e somente 3,5% acreditam em vendas piores. A maioria, composta por 62,2%, projeta vendas melhores. "O otimismo é natural para as vendas do Dia das Mães. Mas a expectativa diminuiu", ponderou. No ano passado, essa parcela de otimistas chegou a 75,3%. Em 2012 era de 73,2% e, em 2011, o maior índice, com 81,3% e, em 2010, de 72%. A taxa mais baixa foi registrada em 2009, com 41,41%. Em 2008 estava em um patamar mais positivo (80,7%), superando 2007 (65,5%) e 2006 (70%).

Dos que esperam vendas melhores, 71,3% projetam crescimento nas vendas em até 20%. Já entre os menos otimistas, 16,7% preveem queda de até 10%, enquanto 66,7%, recuo entre 10% e 20%. O clima de cautela pode ser percebido na formação de estoques a apenas três semanas do Dia das Mães. Pouco mais da metade (54,4%) disseram que já fizeram e receberam os pedidos. Em contrapartida, 37,2% informaram que fizeram pedidos parciais, ainda não recebidos. Apenas 12,4% ainda não fizeram os pedidos.



Veículo: Diário do Comércio - MG