Neste período Pascal, há grande demanda por pães, vinhos, peixes, azeites e chocolates que aquecem o varejo

Mesmo sendo um período tradicionalmente conhecido pelo aumento no consumo de chocolate, a Páscoa, considerada a segunda data mais importante para o varejo alimentar, também é responsável por aquecer às vendas de produtos sazonais e de outros setores do comércio no Estado. As panificadoras, por exemplo, já estão preparadas para atender o aumento no fluxo de clientes, que devem ir em busca do tradicional pão de coco ou até levar para casa o almoço da Sexta-Feira Santa.

De acordo com o presidente do Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria do Ceará (Sindipan), Lauro Martins, o período deve vender 20 vezes mais que o restante do ano. "Nos três dias que antecedem o período, sentimos um aumento bastante significativo, principalmente na procura por pão de coco, quando chegamos a vender até 90% a mais do que em todo o resto do ano", comenta.

Ele explica ainda que, por conta desta grande procura, a produção do item costuma aumentar significativamente nesta época. "Uma padaria que vende 1kg de pão de coco, normalmente, vai vender 80kg na Páscoa", comparou Martins.

Vinhos

Os vinhos, outro produto que vem se tornando indispensável na Semana Santa, também tem atraído mais consumidores às lojas especializadas. Por este motivo, os estabelecimentos comerciais da bebida estão cada vez mais investindo na importação de novos rótulos, assim como em promoções, e em um atendimento mais qualificado, para atrair o consumidor e alavancar às vendas neste período.

De acordo com Katherine Duarte, consultora de vinhos da loja de bebidas Grand Cru, esta é uma das melhores épocas do ano para se vender o artigo. "O aumento na procura chega a ser até 70% maior que no resto do ano. As pessoas costumam procurar tanto para o consumo, como para presente", conta.

A Grand Cru também é otimista nas vendas e estima variação positiva de até 100% em relação ao consumo do produto no restante do ano. "Uma das formas de atrair o consumidor e concretizar a previsão é oferecendo promoções e uma consultoria especializada", afirma Katherine.

Segundo o diretor de importação do Free Shop do Parque Recreio, Paulo Henrique Elias, neste ano, a rede de lojas também verifica uma procura satisfatória, apesar de similar ao do ano anterior. Para Henrique, a procura se deve as mudanças no comportamento do brasileiro, que consome um volume cada vez maior de vinho, sobretudo tintos. O diretor salienta que, neste período, os mais demandados são os portugueses.

Cursos de artesanato

Nesta época do ano, cursos de culinária voltadas à produção caseira de ovos de Páscoa também estão gerando lucro para locais especializados em oferecer aulas aos pequenos empreendedores. Reginaldo Carneiro, proprietário da loja Mundo da Arte, que trabalha com materiais para artesanato e também oferece cursos para confecção de ovos de chocolate, conta que nos dois meses que antecedem o período Pascal, a procura costuma crescer até 70%. "É comum o aumento. As salas de aula costumam ficar lotadas", afirma.

Ele explica que aula ocorre em apenas um dia e dura cerca de quatro horas, tempo suficiente para as pessoas aprenderem, desde a produção até a embalar o produto. "Também temos uma parceria com fornecedores, onde alguns clientes ganham o curso", conta Carneiro.

Supermercados

De acordo com a Associação Cearense de Supermercados (Acesu), neste ano, a expectativa é que as vendas na Páscoa sejam 12% maiores que em 2013, puxadas sobretudo por itens como pães, peixes, azeites e vinhos. Descontada a inflação, estimada em 5,9%, o ganho real para o segmento deve ser de 6% no Ceará. "É o período mais importante para os supermercados que estão preparados para atender o público. A demanda vai ser grande, tanto por ovos de chocolate, quanto por outras mercadorias típicas. Não temos motivos para pensar diferente", explica Severino Neto, presidente da Acesu.



Veículo: Diário do Nordeste