Geral
05/03/2014 07:47 - Cosmético nacional investe em linhas premium
Se depender da indústria de esmaltes, as mãos e os pés das brasileiras nunca mais serão os mesmos. A ideia é simples: assim como na moda, a repetição de "figurinos" deve ser evitada. Com isso, as linhas mais sofisticadas devem ganhar espaço. Com um crescimento de 3,8% na receita do ano passado, o setor tem em suas mãos um mercado de R$ 597,7 milhões e, desde 2011, lidera o ranking de Desenvolvimento de Novos Produtos (NPD) na divisão de maquiagem. Nos dez primeiros meses de 2013, ele foi responsável por 58% dos lançamentos, de acordo com dados da consultoria Mintel.
"As brasileiras estão consumindo mais e variando as cores. Hoje, o Brasil representa 16% da receita do mercado mundial de US$ 5,9 bilhões. Para os próximos cinco anos espera-se um crescimento médio de 6% ao ano", diz a gerente da Categoria de Maquiagem de O Boticário, Mirele Martinez. Hoje, os esmaltes comercializados pela empresa fazem parte da Make B., linha premium de maquiagem. "A marca lança duas coleções por ano, e os esmaltes que vendemos estão dentro destes conjuntos de lançamentos. Eles chegam às lojas sempre em edição limitada", acrescenta a executiva da marca.
Para o começo deste ano, a companhia prevê o lançamento de quatro cores. Os produtos são desenvolvidos pela equipe de O Boticário e fabricados na França.
Outra gigante do mercado de cosméticos que começa a apostar em esmaltes premium é a Avon. Neste ano fará sua estreia na categoria com a Nailwear Pro+. A linha chega ao mercado este mês com preço em torno de R$ 6. Já os esmaltes da Color Trend, outra marca da Avon, contam com um tíquete de R$ 3. "Existe uma tendência de o consumidor buscar esmalte de maior valor agregado. A entrada de importados no País mostrou isso. Nossa fórmula veio dos EUA e está sendo produzida aqui", explica a gerente senior de Maquiagem da Avon Brasil, Juliana Barros. Em 2014, a marca irá lançar 10 itens. Atualmente, a produção de esmaltes da Avon ocorre na fábrica de Interlagos (SP). De acordo com a executiva, a linha de produção funciona em três turnos e no ano inteiro.
"A ascensão da classe C fez com que um grupo maior de mulheres tivesse acesso a esse produto. E, cada vez mais, elas frequentam a manicure", ressalta Juliana. Outro fator que impulsiona as vendas da empresa é o amplo grupo de revendedoras que também atuam como manicure. "Nossas revendedoras têm a vantagem de comprar com desconto adicional e percebemos que algumas delas compram quantidades muito significativas, pois elas também trabalham como manicure", diz.
E é justamente neste mercado que a gigante mundial L'Oréal quer aumentar suas vendas anuais de esmaltes. Dona da marca Colorama, a empresa decidiu trazer ao Brasil neste ano a Essie. Sob o guarda-chuva da Divisão de Produtos Profissionais (DPP) ela será vendida apenas nos salões de cabeleireiros.
"O Brasil é o maior mercado de esmalte no mundo em unidades, e essa categoria nunca foi tratada de forma profissional pelas marcas que existem no mercado. Nós queremos desenvolver o negócio do salão", diz a diretora da marca, Cristina Conforto. Os novos itens serão comercializados para as consumidoras finais por R$ 33, cada frasco de cor, e R$ 38, cada base ou finalizador. Até 2015, a L'Oréal almeja distribuir a marca em mais de 4 mil pontos de vendas. De acordo com a empresa, as manicures vão às compras cerca de três vezes por mês e compram, em média, 10 unidades a cada vista a esses pontos de vendas.
Volume
Porém, nem tudo são flores no mercado nacional de esmaltes. Apesar da alta de 3,8% na receita do setor em 2013, o volume de vendas caiu 4,6% no ano, de acordo com levantamento da Nielsen, somando 210, 5 milhões de unidades ante 220,5 milhões vendidas em 2012. Para o gerente geral da Hair Brasil, feira de beleza profissional da América Latina, Antônio de Carvalho Júnior, dois fatores podem explicar a queda.
"Em 2013, observamos uma retração geral da economia brasileira, o que pode ter afetado o setor de esmaltes também. Além disso, no último ano, muitas marcas de esmaltes importados entraram no Brasil. Uma delas em especial, a O.P.I ,vem crescendo muito", explica o executivo.
Veículo: DCI
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